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PETERSON ARANTES
Vidigal, Rio de Janeiro.

Sabe quando tu tá em um dia péssimo que não quer falar com ninguém, apenas ficar de boa na sua? É, estou assim tem um tempo e o pior de tudo é que não tem motivo, apenas quero ficar na minha, porque a presença de qualquer pessoa tá me tirando do sério. Depois da minha conversa com a Maria eu me toquei que vacilei, tratei ela mal mas tudo isso porque a única coisa que eu queria era ficar na minha e acabei fazendo merda, e conhecendo muito bem a mina que eu tô, ela não vai querer falar comigo tão cedo.

Nem ia vir pro baile, mas fiquei sabendo que o Adamovich contratou o Mc Paulin da Capital pra cantar, aí não teve jeito tive que vir, só vou curtir o show de longe e na minha, apenas bebendo e fumando um baseado.

Isso aqui tava lotadão mané, papo de nem conseguir andar, geral se pegando, fumando, bebendo e dançando, as puta se jogava pra cima de mim na maior cara dura, mas eu jamais faria um trem desse com a Maria, amo ela.

— Não veio com a namorada hoje? — ouço a voz da Naiara e nem faço questão de olhar pra ela.

— Tá vendo ela aqui por acaso?

— Nossa, só te fiz uma pergunta. — reviro os olhos e a encaro.

— Namoral Naiara, some pô, quero papo com ninguém não. — levo meu copo até a boca e beberico meu whisky.

— Você está muito estressado, eu em. — respiro fundo. — O que aconteceu?

— Caralho mina, isso não é da sua conta não tio, se liga. — falo puto e ela revira os olhos.

— Segura meu copo pelo menos. — estica um copo com whisky e gelo pra mim.

Pego o copo de sua mão contragosto e espero a maluca se abaixar para arrumar o cadarço do seu tênis, Naiara me olhava de relance e empinava mais ainda a sua bunda, puta que pariu o que essas mina tem na cabeça tio?

— Obrigada por segurar meu copo, estressadinho. — debocha pegando o copo da minha mão direita, e some pela multidão em instantes.

Quando vou bebericar a minha bebida, noto que a beirada do copo estava suja de batom vermelho, além de ser chata pegou o copo errado é de foder irmão. Pra minha sorte era a mesma bebida que eu estava tomando antes e eu não penso duas vezes antes de virar o líquido de uma só vez.

(...)

Dia seguinte.

Abro os olhos lentamente quando a claridade invade o meu quarto pela janela, sinto um braço em volta do meu corpo e eu franzo o cenho, não me lembro de ter ido pra casa da Maria ou dela ter vindo até aqui.

— Bom dia, gatinho. — arregalo os olhos ao ouvir a voz da Naiara.

Empurro seu braço com brutalidade para longe de mim e levanto da cama em um pulo, olho pra baixo e noto que estou completamente nu, que merda eu fiz caralho?

— Tu me dopou né sua vagabunda? — vocifero. — Tu fez isso pra foder com meu relacionamento e o da Maria, né?

— Você ficou doido? — fala bolada. — Você que veio que nem louco atrás de mim depois que nos encontramos no baile, eu tentei não ceder já que você estava doidão, mas sabe como é né? Um moreno gostoso desses. — morde os lábios e eu fecho os olhos com força.

— Isso é mentira, não fode. — abro os olhos a encarando.

Naiara nega com a cabeça e estica o braço pegando o seu celular que estava no criado mudo, observo ela desbloquear a tela do mesmo e me entregar o aparelho que estava na galeria de fotos.

— Clica nesse último vídeo. — faço o que ele pede e eu engulo em seco, ao ver nós dois fodendo na minha cama. — Tu tava tão louco que implorou pra um caralho que eu colocasse pra gravar a nossa foda. — fala ríspida.

— Some. — taco o celular na minha cama. — Some da minha casa agora. — nego com a cabeça.

— Pezin.

— VAZA CARALHO. — grito assustando a mesma.

Naiara levanta da minha cama e começa a pegar a suas roupas que estavam espalhadas pelo chão do meu quarto, passo a mão pelo meu cabelo completamente nervoso, nego com a cabeça e corro pra me trocar, ponho uma roupa qualquer e saio do meu quarto às pressas para fora de casa, onde a minha moto estava estacionada. Monto encima da mesma e acelero com ela rapidamente até a casa da Maria.

(...)

Estaciono a moto de qualquer jeito em frente a casa da Maria, fico andando de um lado para o outro completamente nervoso, o que eu vou falar pra ela caralho? Que eu transei com outra e que não me lembro de nada? Por mais que isso seja de fato a verdade, Maria não vai acreditar em mim, de maneira alguma.

— O que você tá fazendo andando de um lado para o outro? — ouço a sua voz o que me faz engolir em seco.

Me viro para a encarar e a mesma estava de braços cruzados com aquela carinha emburrada que eu tanto amo.

— Maria, eu..

— Eu já sei Pezin. — engulo em seco novamente. — Sei que não me falou aquilo ontem por mal, desculpa ter invadido o seu espaço. — a encaro confuso. — O que foi? Não era isso que tu veio fazer aqui? Me pedir desculpa pelo o que me disse ontem.

— N-não é nada.. é isso mesmo o que eu vim fazer. — sorrio fraco. — Desculpa morena, tava cheio e acabei descontando em você. — ela sorri e vem até mim passando seus braços em volta do meu pescoço.

Seguro em sua cintura e levo a minha outra mão livre até a sua nuca, a puxo para perto de mim selando nossos lábios com urgência, me sinto um merda por não conseguir lhe contar a verdade, mas eu amo demais essa garota e não quero perder ela.

— Vem, vamos entrar. — morde meu lábio inferior sorrindo safada.

Maria se afasta de mim e entrelaça nossos dedos, deixo que ela me guiar para dentro da sua casa e ir em direção ao seu quarto, onde eu não perco tempo em já puxar a morena para um beijo fogoso.

(...)

Depois de um sexo bolado que a gente fez, Maria e eu caímos na cama com a respiração ofegante, a puxo para deitar em meu peito e fico acariciando seus cabelos enquanto ela passava aquelas unhas grandes pelo meu abdômen.

— Foi ao baile ontem? — fico em silêncio por um tempo.
Mulher é uma raça filha da puta, não adianta mentir porque uma hora ela vai descobrir ou, ela vai te perguntar já sabendo de tudo.

— Fui. — respondo simples. — Mas fui embora cedo, achei que tava no pique mas me enganei.

— Você me traiu? — engulo em seco.

— Ficou doidona? — ela me encara. — Tirou isso da onde?

— Fofocando no Vidigal já encheu meu direct com mensagens, falou que viram tu junto com a Naiara. — meu cu mermão.

— Não nego, ela veio toda se jogando pra cima de mim sim. — Maria bufa. — Mas nem rolou nada pô.

— Jura? — me encara nos olhos e eu assinto.

Maria volta a deitar com a cabeça sobre o meu peito e eu divago em meus pensamentos, sei que tô no erro por não estar lhe contando a verdade mas o medo de perder essa garrota fala mais alto, e infelizmente não consigo ser racional nesse momento. Não quero que meu relacionamento com a morena acabe, e pra que isso não aconteça tenho que dar um jeito de apagar o vídeo do celular da Naiara, antes que ela de uma de maluca e espelhe para o Vidigal todinho.

Só Por Uma Noite [M] ✓Where stories live. Discover now