oito

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Bonnie

Bonnie queria poder dizer que não sabia quando sua vida tinha virado de ponta cabeça, queria pensar ou pelo menos ter a simples e equivocada noção de que tinha as coisas sob controle estrito, como sempre teve.

Mas desde que foi capturada por aqueles olhos, nada estava como era antes.

Claro, muito se devia ao teor alcoólico que tinha no sangue, a carência praticamente estampada em sua feição ou a simples excitação que percorria cada veia em seu corpo. Era uma mistura de profundo medo e prazer e ela não estava disposta a desperdiçar outra oportunidade como aquela.

Naquele banheiro com a música abafada de uma festa chique com gente muito importante, sons entrecortados, sussurrados e suspirados faziam eco. Eram mãos, cabelos, lábios, dentes e qualquer pedaço de pele que podiam misturar, até que ambas tivessem a sensação de não saber onde terminava uma e começava a outra.

Bonnie gemeu alto, enquanto Marceline castigava seu pescoço exposto, inclinado para trás para poder possibilitar total acesso.

Sentiu chupões leves e mordidas fortes, seguidos de beijos delicados e um suave deslizar de língua. Marceline estava fazendo uma trilha do ponto embaixo da orelha de Bonnie, até o vale dos seios, tão apertados naquele vestido.

- Inferno de mulher - Marceline murmurou, enquanto voltava a cabeça para cima, para voltar a beijar Bonnie.

Bonnie não teve tempo de responder; sabia muito bem que ambas estavam bêbadas e não estava dando a mínima para qualquer coisa além daquele momento. Estava sentada em cima daquela pia imaculada, sentindo as mãos geladas da vocalista apertarem suas coxas.

- Cala a boca... - murmurou com sofreguidão, puxando Marceline para mais perto ainda.

Ela riu baixinho em resposta, a voz rouca provocando arrepios intensos na outra. Mas obedeceu.

Marceline Tratou de ocupar a boca com algo melhor e pareceu irritada com o quanto aquele vestido era apertado; desceu pelo colo de Bonnie, abrindo as pernas da menor com as mãos, sem um pingo de delicadeza. Parecia sentir muita urgência para evitar ser selvagem.

Bonnie sorriu, mordendo o lábio inferior, que estava inchado. Facilitou o trabalho dela, abrindo mais as pernas.

Marceline

Marceline se ajoelhou, com o rosto na posição que queria desde a primeira vez. Desde que acordou sozinha no próprio apartamento, com o quarto revirado e o cheiro doce impregnando o ar e sua memória. O gosto doce, na ponta da língua.

Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, abriu um sorrisinho malicioso, apenas levantou o rosto e encontrou o olhar divertido da loira, e o sorriso lascivo espelhado.

- Sem calcinha? - perguntou.

Bonnie deu de ombros, fechou os olhos ainda sorrindo.

- Existem certas ocasiões em que calcinha é dispensável. E além do mais, perdi uma das minhas favoritas da última vez.

Marceline abriu mais o sorriso, se lembrando do pequeno e delicado tecido que estava dobrado na sua gaveta de cabeceira. A encontrou perto da cama naquele dia e não quis telefonar para a dona para poder devolver. Achou justo pelo fora que levou.

Não quis perder mais tempo, jogou os cabelos sobre os ombros e inclinou o rosto para baixo, com a boca salivando. Estava tão perto daquele paraíso, que mal conseguia prestar atenção em mais nada e não conseguiu evitar o franzir de sobrancelhas quando Bonnie empurrou seu ombro para trás com força, quase a fazendo se desequilibrar sobre aquele salto.

na ponta da língua (Bubbline)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora