quinze

2.2K 184 79
                                    

Bonnie

- Sabia! Eu sabia! – Ana deu uma gargalhada alta – Sempre soube!

- Ana! – Bonnie esbravejou – Shhhh.

- Amiga, só você não quer aceitar – Ana ainda estava com um risinho – eu te disse que a gostosa estava afim de você e você afim dela, não disse? Isso ainda vai dar namoro.

Bonnie revirou os olhos e se levantou da cadeira, com um documento em mãos. Estava se dirigindo para a copiadora que estava no outro extremo da sala, o som do seu sapato de salto fazendo tec tec no assoalho.

- Não seja ridícula e nem crie uma fanfic que não existe, Ana – Bonnie disse, configurando alguns botões na máquina para poder digitalizar o documento – Pode ser só sexo.

- Sei – Ana murmurou – com esse sorrisinho idiota aí no seu rosto? Conta outra!

Bonnie tentou segurar, mas seu sorriso se alargou um pouquinho mais.

- Certo, digamos que você tenha razão... - A loira disse – você está certa e Marceline realmente gosta de mim...

Bonnie foi baixando gradativamente o tom da voz quando dois funcionários passaram por ali.

- E se eu me entregar e ela pular fora? – Questionou – e se alguma fã maluca dela descobrir sobre mim e me perseguir? E se eu me relacionar com ela ocasionar algum problema aqui na agência?

- Certo – Ana parou na frente de Bonnie, impedindo que ela tornasse a andar – Marceline Abadeer está de quatro por você e você está preocupada com o que pode acontecer com a agência? Sério mesmo?

- Ué, porque não? – Bonnie questionou, aumentando o tom de voz – Não seria tolo me perguntar sobre as consequências.

- As consequências seria você ser tratada como merece, animal!

- Quer parar de me xingar? Isso é sério!

- Paro de te xingar quando você parar de agir como uma mula!

- Isso é ofensivo, Ana.

- Ofensivo é você ter uma oportunidade dessas nas mãos e querer estragar – Ana estava falando tudo com um tom de deboche na voz, mas Bonnie sabia que a amiga estava falando a sério . E que no fundo, estava brava.

Bonnie deu um suspiro e se sentou finalmente na cadeira de sua mesa, arrumando os papeis a sua frente, empilhando as pilhas que tinha acabado de digitalizar e os outros documentos que ainda precisariam de sua atenção mais tarde. Como Ana ficou quieta depois de suas últimas palavras e aparentemente voltou ao próprio trabalho, a loira lhe deu uma espiada de canto de olho.

- Sei que está me olhando - murmurou a amiga, sem desviar os olhos do próprio computador.

- Meu Deus, Ana... - Bonnie se retraiu na própria cadeira - como consegue?

- Como consigo aguentar você, é essa a pergunta? - ela deu uma risadinha sem humor - talvez com muito amor e paciência. Sei que você não quer ouvir mais da metade das coisas que eu tenho pra te dizer assim como sei que se não estou certa em todas elas, estou em quase.

Bonnie mordeu o lábio inferior e pensou um pouco a respeito. Se não mencionasse Alice - até porque existem coisas que ela não poderia compartilhar com sua irmã de quinze anos - Ana era a única pessoa que Bonnie poderia conversar e de fato confiar. Perdeu a conta de quantas vezes foi acolhida pela amiga e vice versa. Era como se elas fossem irmãs de mães diferentes.

na ponta da língua (Bubbline)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora