Capítulo 1.

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POV Bianca Andrade

1 semana depois.

Acordei com o som irritante do despertador. Tateei o criado-mudo até encontrar a fonte de barulho e desligá-la com um leve tapa.

Espreguicei-me lentamente e soltei um gemido baixinho de satisfação quando senti minhas costas estralarem. Abri os olhos e esperei alguns segundos até ter a visão completamente focada no teto branco do meu quarto.

— Bom dia. — a voz grossa soou ao meu lado.

Virei meu corpo para o lado esquerdo e abri um meio sorriso ao ver que Bruno estava me observando dormir.

— Há quanto tempo está me olhando? — perguntei.

— Não muito. Acordei com seu despertador. Que horas são?

— Oito e meia.

— Por que você acorda tão cedo? Só trabalha de tarde. — Bruno perguntou.

— Porque eu tenho coisas para fazer pela manhã também. — me aproximei para beijá-lo no rosto e Bruno virou tentando acertar minha boca. — Não. — me afastei. — Sem escovar os dentes, sem beijo.

Ouvi um gemido de reprovação da parte dele e aproveitei para me levantar.

Fui direto para o banheiro, onde tomei um banho rápido e escovei os dentes. Voltei para o quarto e Bruno ainda dormia.

Vesti minha roupa de treino. Uma legging preta, um top preto e uma regata larga na cor cinza. Nos pés, calcei meus tênis de corrida. Fiz um coque frouxo e fui para a cozinha preparar algo para comer.

Optei por uma vitamina de banana, acompanhada com algumas torradas. Algo bem leve para não passar mal durante a corrida.

Deixei um bilhete para quando Bruno acordasse, avisando que a vitamina estaria guardada na geladeira.

Peguei minhas chaves, juntamente com meu celular e tranquei a porta, descendo de elevador até o hall de entrada.

— Bom dia, Jamie. — o cumprimentei.

— Bom dia, Bianca. — ele sorriu. — Bom treino.

— Obrigada! — fechei o portão e iniciei minha corrida em direção a praia.

[...]

Depois de 4,5km percorridos, decidi parar um pouco para descansar. Sentei em um dos bancos espalhados pelo calcadão e respirei fundo algumas vezes, sentindo o ar fresco entrando em meus pulmões, ao mesmo tempo em que meu coração batia acelerado dentro do peito.

Abri minha garrafa de água e esvaziei-a em poucos segundos.

Decidi observar o ambiente ao meu redor antes de voltar a correr.

Algumas pessoas corriam sozinhas, outras acompanhadas. Uma família, que estava sentada na areia da praia tentava tirar uma sequência de selfies que provavelmente estariam sendo compartilhadas em alguma rede social dentro de segundos. Havia também um grupo com muitas pessoas, que competiam entre si dançando diversos estilos musicais.

Olhando para o céu, que estava completamente limpo e azul, me lembrei do dia em que tomei um banho de chuva e, inevitavelmente, meus pensamentos foram até a mulher de olhos claros com quem havia esbarrado no meio da rua.

É interessante o fato de que uma estranha tenha chamado tanto a minha atenção. E mais interessante ainda, é o fato de eu não saber explicar o porquê.

Eu havia a encontrado no meio da multidão de pessoas na foto de Marcela e Luiza e desde então, nunca mais a vi.

Senti meu celular vibrando no meu braço e com cuidado tirei-o do suporte que usava para correr. Olhei para o visor. Era minha mãe.

A CHUVAWhere stories live. Discover now