Capítulo 13.

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POV Bianca Andrade

Depois de apagar com o forte impacto da batida, lembro-me vagamente de ter acordado por breves segundos com o barulho de uma sirene.

Senti meu corpo sendo puxado para fora de um lugar apertado, provavelmente o banco do carro, e colocado em uma superfície plana e macia, como um colchão.

Ouvi vozes. Vozes desconhecidas.

Uma luz cintilante foi colocada em meus olhos, ofuscando minha visão.

Uma das vozes desconhecidas falava algo que eu não conseguia compreender. Era como se fosse outro idioma.

E então tudo ficou preto de novo.

[...]

Acordei não tendo certeza de por quanto tempo havia ficado inconsciente.

Não havia mais vozes. Apenas um bip constante, que percebi vindo de um monitor cardíaco conectado ao meu corpo.

Eu enxergava meu corpo deitado na cama, o lençol cobrindo minhas pernas, os hematomas e ferimentos preenchendo meu rosto.

Era como se por um momento eu tivesse saído de mim mesma e pudesse observar tudo como se fosse outra pessoa.

Olhei ao redor do quarto tentando identificar onde estava, mas tudo que vi foi um leito vazio ao meu lado.

Eu estava em um hospital?

Inclinei meu corpo para observar através do vidro da janela e vi alguns prédios e casas. Ao olhar para baixo observei algumas ambulâncias estacionadas em fileira, o que respondeu a minha pergunta.

Sim, eu estava em um hospital.

Voltei a olhar para dentro do quarto. Minha única companhia era o som do monitor cardíaco, que estava começando a me irritar.

Me perguntei onde meus pais estariam, mas lembrei que não havia avisado ninguém que sairia em plena madrugada, então demoraria até que me encontrassem.

Se é que iriam me encontrar.

Meu corpo doía, meus olhos ardiam e minha cabeça parecia que iria explodir.

E novamente, eu me rendi ao cansaço.

[...]

— Você vai acordar, não vai? — ouvi uma voz rouca bem baixinho perto de mim.

Tentei assimilar o que estava acontecendo, tentando lembrar a quem pertencia aquela voz, mas não precisei pensar muito.

O que você está fazendo aqui, Rafaella? — tentei falar, mas ela não conseguia me ouvir.

Observei-a levar uma de suas mãos até meu rosto e senti um leve carinho em minha bochecha.

Sorri.

— Sabe, eu não sei se você consegue me ouvir... — ela falou.

Eu consigo! Rafaella, você consegue me ouvir? — perguntei, mas novamente não obtive resposta.

Ela parecia não me enxergar.

Mas é claro que ela não te enxergaria, Bianca. É apenas a sua consciência falando.

— Mas caso consiga, quero que saiba que tem um pessoal aqui esperando por você. Seus pais, Iris, Flavina... e eu. — ela continuou.

Meus pais estão aqui? Iris e Flavina também? Droga, eu preciso acordar!

Senti Rafaella apertar minha mão.

— É difícil segurar sua mão sem você segurar a minha de volta, mas olha, elas ainda se encaixam perfeitamente. — ela entrelaçou nossos dedos e secou algumas lágrimas que escorriam pelo seu rosto.

A CHUVAWhere stories live. Discover now