Capítulo 11.

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POV Bianca Andrade

— Precisamos conversar.

Meu coração acelerado parecia estar cada vez mais próximo de sair pela minha boca.

Eu não sabia dizer se a bebida ainda fazia efeito e tudo não passava da minha imaginação, ou se meus olhos realmente estavam me mostrando a realidade:

Bruno. Sentado no sofá. Com um buquê de rosas na mão.

Depois de encará-lo como se fosse uma assombração por tempo suficiente para assimilar que sim, ele estava ali, procurei palavras para tentar entender o que estava acontecendo:

— Primeiro, como você conseguiu entrar? Segundo, o que te faz pensar que é bem-vindo aqui?

Ele soltou um riso sarcástico, levantou-se e veio em minha direção.

— Caso não se lembre, eu ainda moro aqui, e por isso tenho uma cópia da chave. — olhei para sua mão direita e ele balançava o pedaço de metal que havia permitido sua entrada em meu apartamento.

— Obrigada por me lembrar que preciso ligar urgentemente para o chaveiro. — respondi.

— Eu vim em paz, Bianca. — ele me estendeu o buquê de rosas. — São pra você.

Peguei as rosas de sua mão e aproximei-as do meu rosto. Aspirei o delicioso aroma e sorri.

A expressão de alívio tomou conta do rosto de Bruno, como se ele soubesse que com esse gesto iria me ter de volta.

Bom, faça melhor da próxima vez.

Virei-me em direção a cozinha e fui até o lixo, onde joguei o buquê. Voltei a olhar para Bruno, que agora observava a cena com um semblante surpreso.

— Já vi que vai ser mais difícil do que eu imaginava. — ele respondeu.

— Por que você não vai embora? São quase quatro horas da manhã. — falei.

— Eu sei, estou te esperando há horas. Inclusive, aonde estava até tão tarde?

— Sou eu quem faço as perguntas aqui. — respondi depois de contar mentalmente até dez. — O que quer comigo?

— Conversar.

— Sobre? Acho que não temos mais nada para conversar.

— Bianca, eu sei que você não me quer aqui, mas você precisa me ouvir.

— Se sabe que não te quero aqui, então por quê se deu o trabalho de vir?

— Eu vim te contar algo. — ele respondeu.

— O quê? — perguntei.

— Hoje teremos aquele almoço com toda a minha família.

Merda!

— E você não poderia ter, sei lá, enviado uma mensagem me contando?

— Sei que não iria me responder, então fiz questão de vir pessoalmente.

Ele tinha um ponto. Eu realmente não iria respondê-lo.

— Achei que isso só iria acontecer na semana que vem. — respondi.

— Você está certa. A data oficial era só no próximo sábado, mas alguns tios meus não conseguiriam vir, então o único final de semana disponível para todos acabou sendo hoje.

— Bruno, eu não vou sair daqui agora. São horas até chegar à casa de seus pais e eu ingeri uma grande quantidade de álcool para poder dirigir. Invente uma desculpa e vá sozinho.

A CHUVAWhere stories live. Discover now