Capítulo 22.

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POV Bianca Andrade

Observei a cena por mais alguns segundos, tempo suficiente para reconhecer o homem o qual Margaret beijava com tanta euforia.

Era ele.

Fred, seu namorado.

Bruno Carneiro, meu noivo.

Tudo fazia sentido agora. Era como se finalmente todas as peças do quebra-cabeça tivessem se encaixado.

As viagens repentinas, as noites sem voltar para casa, os imprevistos no trabalho, as longas reuniões até tarde da noite...

Eu não estava surpresa.

Minha ficha começou a cair quando me encontrei com Jéssica no banheiro e senti o forte cheiro de seu perfume. Foi impossível não lembrar do mesmo cheiro que senti em Bruno algumas vezes.

Diante daquela cena, todos os indícios de remorso e culpa que estavam começando a se formar dentro de mim por ter beijado Rafaella enquanto estava noiva de outra pessoa foram embora.

Toda a minha confusão e estafa mental durante os últimos meses, todas as noites sem dormir, toda a culpa que eu sentia por estar desenvolvendo sentimentos por outra pessoa...

Tudo havia sido em vão.

Minha reação veio quase de forma instantânea. Peguei a câmera pendurada em meu pescoço e aproximei-a do meu rosto, mirando-a para a romântica cena que acontecia no balcão acima de onde eu estava. Aproximei a imagem com o auxílio do zoom e foquei nas duas pessoas se beijando, fotografando-os em seguida.

Infelizmente a câmera não se mostrou tão silenciosa como eu esperava que acontecesse e o som do obturador, abrindo para que a foto fosse registrada, junto ao silêncio do teatro vazio, acabou assustando tanto Bruno quanto Jéssica, fazendo com que ambos parassem de se beijar no momento em que ouviram o "click".

Usando da minha quase inexistente habilidade atlética consegui correr e me esconder com sucesso atrás da porta que havia usado para entrar no teatro e, aproveitando o ponto cego formado pela estrutura construída acima de onde as portas ficavam, aproveitei para finalmente abri-las, concluindo o objetivo inicial de toda essa situação.

Senti meu coração acelerando e minha respiração se tornando mais ofegante a cada segundo.

A adrenalina estava correndo por todo meu corpo.

Bia, está tudo bem? ouvi a voz de Marcela bem longe e me assustei quando senti sua mão tocar em meu braço.

Sim. respondi.

Você está pálida, parece que viu um fantasma!

— Estou bem, só preciso tomar um pouco de água enquanto os convidados vão para o teatro. — falei.

— Quer que eu vá com você? — ela perguntou.

— Não precisa, Ma. Estou bem. — sorri fraco.

— Te encontro lá dentro, então. Se precisar de alguma coisa me chame no rádio.

— Pode deixar!

(Inicie: There You Are - ZAYN)

A CHUVAWhere stories live. Discover now