Capítulo 15.

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POV Bianca Andrade

Depois de me encontrar com Rafaella na cafeteria, voltei para casa, onde fiquei pelo resto da tarde esperando por Bruno, que só apareceu quando o céu do Rio de Janeiro já estava coberto pela camada sombria da noite.

— Ainda acordada, amor? — ele perguntou ao terminar de trancar a porta e perceber minha presença no sofá da sala.

— Sim, querido. Estava te esperando. — sorri.

— Não precisava. Falei que a reunião ia durar até tarde, não lembra?

— Lembro sim, mas mesmo assim quis te esperar para comemorarmos juntos. Você foi escolhido? — perguntei animada.

— Claro que fui! Você ainda tinha dúvidas de que o Sebastião me escolheria? — ele perguntou de volta.

— Dúvida alguma! Fico feliz que ele confie no seu trabalho para um evento tão importante.

Bruno se aproximou de mim e selou nossos lábios.

— O que aconteceu? Você está muito feliz. — ele perguntou.

— Sua escolha aconteceu. Não posso ficar feliz pela conquista do meu noivo? — perguntei, ficando de pé e envolvendo seu pescoço com meus braços.

— Não só pode como deve ficar feliz por mim. — ele falou e segurou em minha cintura. — Adoro quando você fica assim.

Aproveitando meus braços em torno de seu pescoço, aproximei meu rosto daquela região e ali me deixei ficar por alguns segundos.

A mesma essência fortemente adocicada de dias atrás invadiu minhas narinas, me fazendo espirrar.

— Saúde! — ele falou, soltando meu corpo. — Amor, vou tomar um banho pra relaxar, me espere acordada, vamos comemorar.

— Estarei te esperando. — falei e sorri abertamente.

Esperei até que ele entrasse no banheiro e trancasse a porta para correr até meu quarto e procurar desesperadamente pelo meu celular.

Desbloqueei a tela e fui até minha agenda de contatos, agradecendo ao encontrar o sobrenome de Rafaella na aba de ligações recentes, poupando-me tempo.

Entrei debaixo das cobertas e ali fiquei, aguardando ansiosa para que ela me atendesse, o que demorou apenas dois toques.

— E aí? — ela perguntou com a voz rouca.

— Primeiro, estou impressionada com a minha capacidade de atuação. Sempre soube que as aulas de teatro durante o Ensino Médio me seriam úteis algum dia. — ouvi sua risada abafada do outro lado da linha. — E segundo, você não vai acreditar no que aconteceu.

— Como assim? — ela perguntou.

— Eu perguntei se ele havia sido escolhido na esperança dele falar que não porque a reunião foi remarcada para amanhã durante a manhã, mas ao invés disso ele disse que a reunião durou mais do que o esperado e que foi escolhido pelo Sebastião.

— Você está brincando? Que filho da puta! — ela falou brava. — Desculpe, não aguentei.

— O que eu estou me perguntando é, se ele não estava na reunião, porque eu sei que ele não estava, onde mais ele poderia estar?

— Realmente... Sinto muito, Bi. Você merece mais do que isso. Muito mais. — ela respondeu.

— Às vezes também penso isso, sabia? — respirei fundo. — Mas enfim, nosso plano continua de pé?

— Claro que sim! Conversei com meu pai e ele adorou a ideia. Você já conversou com a Marcela?

— Ainda não. Irei me encontrar com ela amanhã. Achei melhor conversar sobre isso pessoalmente.

A CHUVAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora