Capítulo 16.

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POV Bianca Andrade

Há muito tempo eu não passava um dia inteiro conversando com Marcela sem ser sobre coisas relacionadas ao trabalho. Ontem, felizmente, esse ciclo havia sido quebrado. Fiquei em sua casa até bem tarde, quando não se ouvia mais nenhum barulho nas ruas movimentadas do Rio.

Luiza chegou do trabalho e se juntou a nós na conversa. Foi uma noite divertida entre amigas, como se não nos víssemos há muito tempo. Pedimos pizza e bebemos cerveja, aproveitando para colocar as notícias em dia.

Elas me levaram de volta para casa, alegando que não me deixariam voltar sozinha de táxi tão tarde.

Quando entrei em meu apartamento fui surpreendida pelas luzes apagadas e o mesmo silêncio ensurdecedor que o preenchia quando o deixei sozinho pela manhã.

Nada havia mudado.

Passaria a noite sozinha mais uma vez.

Pensei em ligar para Bruno, mas não o fiz. Ao invés de preocupar-me com ele, preocupei-me comigo.

Tomei um longo banho, depilei cada centímetro do meu corpo, hidratei-me com meu creme preferido e coloquei o melhor pijama que encontrei na gaveta. Aproveitei também para cuidar da minha pele.

Deitei confortavelmente em minha cama, que se tornava enorme sem a presença de outra pessoa, e liguei a televisão. Assisti a um programa qualquer até pegar no sono, o que não demorou muito.

[...]

Poucas horas se passaram até meu despertador tocar, porém, surpreendentemente, eu não me sentia cansada.

Depois de seguir toda a minha rotina matinal e me arrumar de forma bem casual, porém elegante, peguei um táxi até a loja de vestidos.

Voltaria a rotina, afinal, eu não estava impossibilitada de trabalhar.

Paguei o taxista e o agradeci ao sair de seu carro.

Admirei a fachada da loja por alguns segundos e subi os degraus que levavam até sua entrada.

- Bom dia, Fernanda! - cumprimentei, me aproximando da mulher que estava no balcão da recepção. - Você sabe me dizer se a Rafaella já chegou?

- Ainda não, mas provavelmente ela já deve estar a caminho. Posso te ajudar em alguma coisa? - ela respondeu.

- Obrigada! Só queria checar se eu estava atrasada. - ri. - Estarei no último andar, no estúdio.

- Tudo bem! Bom trabalho, Bianca. - Fernanda respondeu, lançando um sorriso simpático em minha direção.

- Pra você também!

Subi de elevador até o último andar, caminhando pelo enorme corredor branco até chegar em frente a porta do estúdio. Peguei meu chaveiro, que estava guardado dentro da bolsa e procurei a chave certa para destrancar a porta.

Eu precisava urgentemente separar um chaveiro para o trabalho.

Depois de algumas tentativas, finalmente consegui abrir a porta, revelando o estúdio que se encontrava do mesmo jeito da última vez em que estive aqui. O papel de parede florido e os quadros com minhas citações preferidas espalhados por ela, a estante com os equipamentos fotográficos e o aroma característico de um ambiente recém-reformado.

Deixei minhas chaves sobre a mesa onde ficava o notebook, marca-textos e potinhos com post-its e andei em direção ao varal de polaroids. Observei uma a uma, deixando as memórias invadirem meus pensamentos, até notar um espaço vago entre duas fotos.

- Tive uma ideia. - falei sozinha.

POV Rafaella Kalimann

O Rio de Janeiro é um caos. Não importa o horário do dia, você sempre vai ficar preso no trânsito se resolver ir de carro para algum lugar.

A CHUVAWhere stories live. Discover now