Capítulo 27

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DANEIL

O final de semana havia sido maravilhoso. Passar um tempo com Camila me fez bem ao ponto de me colocar um sorriso no rosto apenas por sentir os últimos raios de sol batendo no meu rosto enquanto dirigia de volta.

E ao som de uma playlist lenta e calma, aquele cenário perfeito.

Levei minha mão para perto do cãmbio do carro, ao lado da perna de Camila e virei a palma para cima. Esperei alguns segundos até sentir a mão dela sobre a minha, fechando os dedos entre os meus.

Com o toque de sua mão macia contra a minha, eu me senti preenchido, em paz. Como se estivesse anestesiado naquele momento, e tudo o que eu vivenciava era uma coisa boa e prazerosa. Algo que eu não sentia há um bom tempo, mesmo em momentos alegres. Havia sempre uma sombra de outro sentimento, que não me deixava viver plenamente a felicidade. E ali eu estava aproveitando de um único sentimento por um momento. E eu queria aquilo ao máximo que eu pudesse ter.

A viagem de volta foi mais tranquila, menos tensa. Estávamos os dois felizes.

Como Lara havia ficado na casa da minha mãe, por pura insistência de D. Augusta e Natália, passamos lá primeiro. Camila não estava aguentando de ansiedade e saudade da filha, era nítido por seu comportamento enquanto esfregava uma das mãos na outra.

— Eu não estou aguentando de tanta saudade. Nunca ficamos tanto tempo longe. E se ela não me reconhecer mais?

Foi natural a risada que escapou do meu peito.

— É claro que ela te reconhece. Não te esqueceria nem que passasse anos longe dela, acredite em mim — disse, pegando a sua mão e levando até a boca, onde depositei um beijo.

Camila pareceu relaxar um pouco mais com meu toque.

Seguimos para a entrada da casa onde havia um carro estacionado. Aquilo me estranhou, mas poderia ser qualquer pessoa, um amigo de Natália.

Poderia ser qualquer um.

Estacionei do lado de fora mesmo, já que não pretendíamos demorar, e seguimos para dentro da casa.

Como ninguém me atendia no interfone, usei a chave que ainda mantinha comigo. Provavelmente as duas estavam aproveitando os últimos momentos com a criança e não prestaram atenção ao barulho.

Um lado meu já entrou na casa desconfiado, olhando para todos os lados, buscando alguma coisa fora do comum.

— Elas devem estar no quarto — disse sem querer alarmar Camila por uma mera desconfiança minha. — Fique aqui que eu vou chamá-las.

— Eu vou com você — ela disse sem questionar.

Afastando qualquer pensamento que não fosse bom, segurei a mão dela e subimos as escadas, dirigindo-nos ao quarto em que Lara estava instalada.

A casa da minha mãe ainda era toda equipada com os antigos pertences de Otavio. Ela havia doado algumas coisas, mas outras não conseguira se desfazer, mantendo um quarto de porta fechada com tudo o que ela tinha para o neto.

D. Augusta certamente estava radiante por ter uma criança novamente habitando aquela casa, eu tinha certeza disso.

Chegamos ao andar de cima e caminhamos até a porta do quarto. O silêncio era o que mais me incomodava naquele momento. Era um domingo à noite, havia uma criança naquela casa e uma Natália, o que era impossível haver sossego.

Bati na porta antes de abri-la, pois não gostava que invadissem minha privacidade, então respeitava a de outras pessoas. Mas nenhuma resposta foi ouvida.

Um CEO ConquistadoWhere stories live. Discover now