Capítulo 9

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CAMILA

Eu ainda estava pensativa sobre os acontecimentos do dia anterior.

Após a saída de Daniel, não houve nenhum telefonema e nem email com uma demissão.

Nada aconteceu.

Quando cheguei em casa, cansada para ir a um hospital, entrei em contato com Mel, para saber como estava, e fiquei sabendo que havia mesmo quebrado a perna. Mas apesar dos pesares passava bem. Aproveitei o momento e pedi indicações de uma pessoa que poderia ficar com Lara para que a confusão não se repetisse.

Ela pedira para levar a criança para a casa de sua mãe, que era uma pessoa de minha confiança também, e eu fiquei aliviada e mais tranquila, por ser uma pessoa que eu já conhecia.

No outro dia levantei mais cedo e arrumei minha filha para sairmos sem atrasos.

Quando já estávamos quase prontas, peguei minha bolsa, olhando o quanto tinha. Estava com o valor do vale combustível em dinheiro, que precisava para abastecer Abigail assim que saísse da casa de dona Ângela.

Devolvi a carteira para a bolsa e peguei Lara com o bebê conforto, teria que passar em algum caixa para sacar dinheiro assim que saísse da empresa – isso se meu emprego ainda estivesse garantido.

Assim que estava pronta para sair, o interfone tocou.

Quem toca o interfone às sete da manhã?

Duas opções; um: algo muito grave. Dois: algum desocupado da vida, que não tinha nada mais interessante para fazer da própria vida. Ou até mesmo poderia haver uma terceira opção, minha demissão vinda pessoalmente bater a minha porta.

Levando em consideração o primeiro argumento, voltei o bebê conforto no sofá, já que Lara dormia e atendi.

Arrependi no mesmo instante. Apesar de não ser minha própria demissão e sim algo bem pior. Sim, isso era possível.

A voz rouca e grossa, mas nada sexy me saudou do outro lado como se fossemos melhores amigos ou mantivéssemos algum tipo de relação.

— O que você quer, Roberto? — perguntei sem muita vontade.

— Apenas conversar, ver a criança. — Cara de pau.

— Eu tenho que sair para trabalhar, não posso conversar agora. — Porque ver a minha filha, aquele filho da puta não iria.

— Eu te espero aqui embaixo então, não tem problemas.

— Não! — soltei mais rápido do que eu poderia pensar. Eu não queria falar com ele, não queria vê-lo.

Mas certamente seria melhor falar com ele reservadamente do que em meio a públicos.

Inferno.

— Vai ser rápido? Eu tenho horário para sair. — Ainda estava contrariada.

— Claro que vai.

Deixei então que subisse e fiquei esperando, ainda nervosa.

Em oito meses, Roberto nunca havia me procurado. Mandou-me uma ou duas mensagens, mas nunca apareceu pessoalmente.

Assim que a campainha tocou, abri a porta.

Roberto estava com uma bermuda larga e uma camisa regata, os cabelos escuros um pouco mais compridos do que eu me lembrava, estava todo desgrenhado. Estava mais magro também. Bem mais do que eu me lembrava.

Ele era um homem bonito, ou pelo menos fora. Alto, moreno, musculoso na medida certa, nada muito exagerado. Mas ali na minha frente parecia outra pessoa da qual eu me lembrava.

Um CEO ConquistadoWhere stories live. Discover now