Capítulo 2

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DANIEL

O despertador tocou pontualmente às sete. Mas eu já estava acordado muito antes disso.

Levantei, passando as mãos pelo rosto e peguei o objeto barulhento, desligando-o e dando início à minha rotina.

Assim que terminei de me arrumar, pronto para sair, segui para a porta, mas antes me virei para olhar para dentro, e respirei fundo. Mais um dia eu saindo do meu silêncio reconfortante, para a zona de uma cidade movimentada e barulhenta e uma empresa.

O silêncio era meu velho amigo.

Após meus segundos de lamentação, tranquei a porta e entrei no meu carro, um Kia Sorento, que era um carro grande para comportar todo o meu um metro e noventa de altura.

Dirigi em silêncio também, apenas com os barulhos da rua, que já eram insuportáveis.

Cheguei à empresa e estacionei na vaga, batendo a porta do carro e me dirigindo à entrada.

— Bom dia, Renata — cumprimentei, assim que passei pela recepção.

— Bom dia, senhor. — Fizemos um meneio de cabeça, e segui para o elevador.

Minha sala ficava no último andar, a ala da presidência, que demandava quase que o andar todo, com salas de reuniões, minha própria e uma área para a minha assistente.

Esta que me fez parar assim que pisei para fora do elevador.

Ela ainda estava vazia. E não apenas isso, estava bagunçada. Muito bagunçada, com papéis espalhados sobre a mesa e canetas e lápis sobre eles.

Ok. Começar o dia dando de cara com aquela bagunça, não era sinal de coisa boa.

— Affe, Natália — resmunguei, passando diante da mesa e levando as mãos ao cabelo e movimentando-as para trás.

Respirei fundo, e fui direto para minha sala, jogando-me na cadeira.

Com os olhos fechados, respirei fundo, controlando minha vontade de voltar até aquela mesa e arrumar aquela papelada. Mas eu me atrasaria todo se fizesse isso.

Merda.

Respirei fundo três vezes, e quando estava pronto para me levantar, minha porta foi aberta com um estrondo. Abri os olhos assustado, mas já imaginando quem pudesse ser.

— Olha, eu sei que estou atrasada, e que a mesa está bagunçada, mas eu acreditei que chegaria cedo hoje, só não contava que perderia a hora.

Uma mulher baixa, loira como eu, trajando um vestido preto, formal, e justo ao corpo, com uma bolsa no antebraço, irrompeu em minha sala.

— Bom dia, Natália.

— Bom dia, você tem uma reunião às nove.

Olhei para ela, intrigado, e havia um sorriso falso em seus lábios.

Eu quase sorri com aquela cena. Quase.

— Ei, por que tanto desespero? — perguntei, levantando-me e caminhando até ela.

— Eu quero fazer as coisas certas, mano. Por você. Mas até agora eu só consegui ser mais atrapalhada que o normal.

Natalia era a minha caçulinha. Minha irmã tinha acabado de completar dezoito anos e estava virando uma bela mulher, esforçada e dedicada. Mas ainda era uma adolescente. Bem, aos meus olhos era um bebê ainda.

— Eu sei, minha linda, e admiro o seu esforço. Mas não se preocupe, pedi para Monica agilizar as coisas e achar uma assistente o mais rápido possível.

Um CEO ConquistadoWhere stories live. Discover now