31. Péssimo Mentiroso - Parte 1

724 40 272
                                    

Aviso: Conteúdo gatilho. Violência
Linguagem inapropriada.

Leia por sua conta e risco.

Jason Fletcher

A música soava alegremente por todo navio, casais dançavam no meio do convés, outros preferiam ficar apenas conversando, como um casal que tentava o máximo serem discretos com os flertes na frente dos piratas que se acabavam no rum. Mas mal sabem eles que para aqueles piratas o que importa realmente é a garrafa de rum em suas mãos. Um piratas sem rum, não é um pirata. Um pirata com rum, é um verdadeiro pirata. Meu pai vive dizendo isso, pois era o que meu avô dizia a ele.

Tento me afastar de toda aquela agitação, pois não me sinto confortável em um lugar com música e dança, não que eu odeie a música, na verdade gosto de escuta-la e até mesmo toco no piano da minha mãe, mas isso era quando estou sozinho, enquanto a dança, bom, ela parece ser minha grande inimiga pois sempre sou desajeitado, e eu não estava afim de ser chacota de ninguém por não saber dançar, ainda mais que seria humilhante já que sou filho da melhor dançarina de Tidal Bridge.

Estendo meu corpo sobre a borda do navio, fitando o horizonte. O céu estava em um belo tom azul, e apesar do sol radiando em nossas peles, podíamos sentir uma leve brisa do vento que fazia meu cabelo bagunçar enquanto foco o olhar sobre as pequenas ondas que se chocavam contra o navio. O dia estava lindo para uma grande celebração, entretanto para mim era um tédio estar aqui vestido a esse traje de gala, onde estou sendo obrigado a usar uma camisa branca por dentro de uma calça cinza com suspensório, sapatos ridiculamente da mesma cor e uma gravatinha cafona, me sinto ridículo com essas roupas já que me faz lembrar um daqueles duquesinhos mesquinhas, entretanto o que eu não faço para ver um sorriso largo no belo rosto de minha mãe?

Suspiro. Até que meus pensamentos me levam até a carta que um dia escrevi para Kaiden. Eu reclamava sobre as vestes que fui obrigado a usar no concerto que minha mãe participou. Nunca nos conhecemos pessoalmente, o motivo? Bom, eu também desejava saber o porque, mas mamãe disse que ainda não era o momento, e quando reclamei sobre isso em uma das minhas cartas para ele, Kaiden disse que mamãe estava certa, então não discutir mais sobre isso. Kaiden Brown era o escolhido do Mar, mas ninguém acreditava com exceção dos meus pais, que me contavam suas incríveis histórias de quando eram mais jovens. Já que também Kaiden é um velho amigo da minha mãe e sendo nada mais e nada menos que o meu padrinho. Um dia ele me prometeu que quando nos encontrássemos ele iria me ensinar tantas coisas e iríamos navegar juntos por esses sete mares. Eu queria ser como ele.

Adentro a mão no bolso da minha calça, ainda perdido pelos meus pensamentos e ansioso para encontrar a pessoa que admiro, sinto algo um pouco pesado e frio em meus dedos, então lembro que antes de embarcar no navio eu havia pego algumas pedrinhas na areia da praia do Reino Rovine. Retiro uma de dentro do bolso, ela era pequena e de uma cor que lembrava azul royal, então olho para o mar que estava tão calmo como nunca, me recordando de quando eu ia na casa dos meus avós maternos em que havia um lago próximo onde eu brincava com meu irmão de lançar pedrinhas para ver qual saltava por mais tempo na água, eu sempre ganhava deixando meu irmão furioso comigo, mas não tenho culpa se eu era bom no que fazia. Fazer isso em alto mar seria inútil, já que de certa forma a pedra afundaria de primeiro, então novamente volto ao meu tédio e como essa pedrinha era bem bonita prefiro guardar para mim mesmo, porém alguém, na verdade, um pirata bêbado idiota de repente se esbarra em mim me assustando e fazendo com que eu solte a pedrinha que cai para dentro do mar, mas para minha surpresa ela não afunda e sim pula sobre água me deixando surpreendido, mas não demora muito para que depois de mais três pulos ela finalmente desparece na água. Encaro o mar confuso, como isso pode ter acontecido? Era para ela ter afundado de primeiro, já que também apenas a soltei e não usei nenhum técnica para joga-la. Olho para os lados procurando se alguém me observava, mas todos estavam ocupado celebrando pela apresentação da minha mãe. E bem, ela ainda não saiu da cabine com meu pai então, essa era minha chance de entender o que acabou de acontecer.

Dois Corações, Uma Válvula Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt