23. Bem-vinda

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Sempre fui curiosidade desde criança, mas o único problema nisso é que na maioria das vezes acabava encrencada por ser tão bisbilhoteira.

Thomas conseguiu despertar esse meu lado com suas palavras e pegando a caixa então saindo em seguida.

Tento focar em todas as possibilidades que poderiam ser, mas nada do que eu imaginava se encaixava, restando a única altenativa que era ir até o convés.

Meu coração estava batendo forte, pois hesito assim que chego no primeiro degrau da escada. Não sei quantos minutos fiquei parada tentando reunir coragem para encarar o que me esperava. Sinto uma imensa ansiedade e medo ao mesmo tempo.

Eu sabia que toda a tripulação estava lá. E é bem provável que o Capitão Jason Fletcher também estaria, com sua expressão sombria e com seu mesmo olhar que fazia acender a minha alma em chamas.

Eu já havia conhecido inúmeros rapazes, mas nenhum deles já me fizeram sentir daquela forma, tão inquieta com um coração pulsando forte no peito.

Lembro-me perfeitamente das palavras de Jason para Daiana: "deixa que ela decida."

Enfim chegou esse momento de eu tomar uma decisão.

Eu quero subir para descobrir as charadas que Thomas vem colocando em meu caminho ou talvez poderia deixar de lado, então voltar para o dormitório, aguardando que Thomas volte e eu possa dormir tranquilamente. Mas o meu jeito curiosa de querer buscar respostas - mesmo que na maioria das vezes no fim acabam se tornando mais perguntas - me atraia como imã.

E por incrível e estranho que possa aparecer, sinto uma breve ansiedade em rever o Capitão. Depois do nosso pequeno ocorrido ele me ignorou o dia inteiro ao contrário dos outros que passaram a me fitar mais do que antes. Ele parecia aborrecido por eu ter o enfrentado, ainda mais na frente da tripulação. Acredito que de alguma forma eu tenha atingido o seu ego.

Volto olhar as escadas, finalmente tomando coragem e subindo pelos degraus atrás de respostas. Thomas havia me dado uma dica: Não chegue atrasada.

Porém eu já estava.

Chegando por fim ao meu destino, escuto somente uma voz enquanto o restante se encontrava em um súbito silêncio assim como o mar parecendo tão calmo como se tivesse também prestando atenção.

Vejo Thomas, mas ele não me nota por está de costas e olhando diretamente para tripulação que se encontrava ao chão prestando atenção em cada palavra que meu amigo proferia.

Liam se acomodava perto do rapaz charmoso e o garoto de pele castanha que possuía as mesmas características de Daiana. O menino piadista se assentava mais a frente prestando atenção na voz de Thomas. Encontro Daiana em cima de um barril e encontro o rapaz de cabelos castanho-claros no penteado topete e olhos azuis bem intensos sentado no chão próximo a ela. O garoto de cabelos quase platinados está em um canto um pouco afastado de todos - sempre tão reservado. E por fim vejo Caleb do outro lado com sua mesma cara amarrada de sempre.

Continuo observando cada parte do navio, tendo certeza que não deixei escapar nenhum canto. Não entendo no início porque faço isso, mas logo percebo que na verdade eu o procurava, porém percebo que ele não estar, me deixando um tanto frustrada e feliz porque dessa forma meu coração não teria motivos para acelerar.

Suspiro voltando atenção a todos, focando finalmente no que Thomas falava:

- "...E então os dois garotos que acabaram encontraram a paz poderiam serem felizes, mesmo que tenham seguido caminhos diferentes no fim daquela jornada." - E assim que Thomas termina, a tripulação começa bater palmas para ele, que no qual o mesmo faz uma breve reverência.

Dois Corações, Uma Válvula Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt