29. Nightclub

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Meus atos de bravura foram tão inúteis quanto as minhas tentativas de ser quem não sou.

Por que raios tive que me colocar naquela situação?

Se eu tivesse ao menos escutado Thomas quando pediu para que eu o esperasse nada disso teria acontecido, eu não teria colocado ninguém em perigo.

Porém não o escutei, pois preferir provar a todos do que sou capaz, quis provar ao Fletcher que sei me cuidar, só que eu quis provar mais para mim mesma que eu tinha chances de ser uma pirata.

Só que eu não sou, e já está na hora de aceitar o fato.

Um gemido de dor escapa da boca de Liam, ele estava sentado a duas mesas a frente com Caleb cuidando do seu ferimento no braço direito que por sorte não foi tão profundo, mas aquilo não diminua a minha culpa.

Phil e Hugo se encontravam ao lado observando Caleb enfaixar o braço do amigo, enquanto Jev e William se mantinha sentado em cima do palco.

Deito mais meu corpo sobre a cadeira encostada sobre a árvore preenchida de flores amarelas. Algumas horas atrás era encantador está no restaurante Casa dos Castellani, mas nesse momento não se encontrava sinal de felicidade.

Thomas também não estava naquele cômodo, estava com Elaine que no qual deve está cuidando dos hematomas que os rejeitados deixaram nele, e Jason o acompanhava junto de Pierre, mas certamente mais para dá uma bronca do que ver se ele está bem.

Depois da minha completa idiotice de ter confrontado os rejeitados colocando em risco a vida da tripulação assim como do Capitão Fletcher, fomos trazidos por Elaine para seu restaurante.

Achei estranho ela querer nos ajudar, mas não tive a coragem de perguntar, e não fazia questão de querer saber pois naquele ponto eu só queria voltar no tempo e fazer escolhas diferentes.

Quando a Ponte para Maré se quebrou me fazendo cair em um terrível e assombroso mar nunca pensei que poderia acordar dentro de um navio pirata. E no começo não foi nada fácil, já que grande parte não gostava da minha presença, porém fiz uma amizade incrível com um deles, que por sorte com o tempo conseguir conquistar a confiança de cada um, e talvez até mesmo da Daiana e Caleb que não ficavam mais me vigiando tanto com antes ou me provocando.

Mas a confiança se foi quando os coloquei em perigo.

E depois das últimas palavras de Jason sobre mim, ele se quer voltou a me dirigir a palavra. Parece que era mais fácil agora me ignorar, mas não me importo, pois não tiro sua razão, seus amigos foram quase mortos por minha culpa. E ele também poderia ter sido por causa da minha burrice de querer dá uma de valente em lugares desconhecidos.

Abaixo a cabeça pois sentia as lágrimas aparecerem e eu não queria chorar, não na frente deles.

Eu só desejava voltar no tempo, tentar consertar alguns dos meus erros. Queria poder voltar no dia que Audrey e eu decidimos fugir juntas, pois quem sabe tudo teria sido diferente se eu não tivesse tido aquela idéia.

- Já pensou em redecorar esse quarto? - A voz de Audrey soa enquanto eu mantinha o olhar sobre as ondas violentas do mar.

Ele parecia agitado depois que Audrey e eu voltamos para o castelo. As vezes penso que o mar tenta de todas as formas me chamar, mas acredito que isso é algo bobo de se imaginar.

Me afasto da janela dando mais atenção em minha volta, mas apesar de está tão distante do mar, eu me sentia junto a ele ainda por causa da decoração do meu imenso quarto. As paredes são de um azul oceano, porém uma das paredes é de um tom areia fazendo lembrar a praia.

Dois Corações, Uma Válvula Onde histórias criam vida. Descubra agora