27. Rejeitados

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Desço sobre a rampa, olhando a multidão de pessoas caminhar por inúmeras direções. O que reparei é que grande maioria usava roupas de cores bem neutras, sem nada chamativo.

Logo sinto alguém se aproximar, me viro vendo Thomas segurar uma boina nas mãos.

- Achei que não iria me esperar. – Diz ao está bem próximo e então colocando a boina escondendo seus cabelos pretos enrolados.

- Desculpa, Thom. Mas eu não aguentava mais ficar lá.

Thomas suspira, começamos a andar entre a multidão. Fico feliz que ninguém parava para me olhar. Acredito que eles não sabiam mesmo que eu era a princesa de Tidal Bridge, porém até entendo, nunca tive a chance de conhecer o mundo.

- Sabe Ellie, você e o Capitão Fletcher deveriam entrar em um acordo. – Thomas para em frente a uma barraca onde havia um senhor de cabelos grisalhos vendendo parecendo saborosos doces.

- Como é? – Questiono sua proposta.

Como eu vou entrar em um acordo com aquele homem, se ele vive me atacando? De jeito nenhum abaixo a  guarda, mesmo que uma parte de mim sinta vontade de estar perto dele, pois gosto das sensações estranhas que me causa.

- Vocês só brigam, Ellie. – Thomas fala enquanto pegava as moedas para pagar ao homem, então em seguida o mesmo lhe entrega os embrulhos.

Thomas o agradece pegando os embrulhos e voltando a caminhar me entregando um bolinho recheado. Agradeço a ele dando uma leve mordida, sentindo o gosto delicioso de chocolate em minha boca.

- Isso é muito bom. – Volto a dá outra mordida.

- Só perde para os do Hugo.

Sorrio concordando, pois Hugo era um excelente cozinheiro.

- Mas voltando no assunto de antes. - Thomas continua fazendo eu suspirar por pensar que conseguiria fugir daquela conversa. - A verdade Ellie é que vocês dois nem ao menos se cumprimentam, já partem para a agressão através de palavras.

- Mas quem começa é ele! – Me defendo quase deixando o bolinho cair no chão.

Sei que posso está parecendo um tanto infantil, mas não vou fingir que nada acontece, sendo que Jason faz de propósito para me irritar.

- E você continua! – Thomas dispara.

Olho para Thomas indignada, não acredito que ele vai me dá sermão por culpa do Fletcher, mas logo ele suspira:

- Não estou aqui para te chamar atenção, mas um dos dois tem que ceder, pois não dá para se conviver assim, milady.

- Então você quer que eu vou lá e tente ter uma amizade com ele?

- Não precisam serem amigos, mas ao menos respeitar um ao outro.

- E por que tem que ser justo eu?

- Porque sei que tem um coração aberto assim como a mente, pois seu coração não é trancado igual o dele.

O silêncio toma conta depois daquelas palavras. Pois eu sabia que havia algo em Jason que me despertava a curiosidade, sabia que ele havia se tornado algo tenebroso, me fazendo querer descobrir os motivos, mas como irei fazer sem nem eu e muito menos ele dá uma chance de aproximação.

- Agora venha, pois quero mostrar tudo. – Thomas me dá seu braço para que eu segure, então caminhamos pelas ruas da cidade.

As pessoas estavam uma verdadeira agitação, avisto crianças correndo de um lado para o outro. Olho cada canto não querendo perder nada, quero ter uma recordação mesmo que aparentava ser um lugar frio.

Dois Corações, Uma Válvula Onde histórias criam vida. Descubra agora