Natal I

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O Natal se aproximava. Certa manhã em meados de dezembro, Hogwarts acordou coberta com mais de um metro de neve. O lago congelou e os gêmeos Weasley receberam castigo por terem enfeitiçado várias bolas de neve fazendo-as seguir Quirrell aonde ele ia e quicarem na parte de trás do seu turbante. As poucas corujas que conseguiam se orientar no céu tempestuoso para entregar correspondência tinham de ser tratadas por Hagrid para recuperar a saúde antes de voltarem a voar.

Todos mal aguentavam esperar as férias de Natal. E embora a sala comunal da Sonserina e o Salão Principal tivessem grandes fogos nas lareiras, os corredores varridos por correntes de ar tinham se tornado gélidos e um vento cortante sacudia as janelas das salas de aulas. Definitivamente, as piores eram as aulas do Prof. Snape nas masmorras, onde a respiração dos alunos virava uma névoa diante deles e eles procuravam ficar o mais próximo possível dos seus caldeirões.

Bom, se estava ruim na aula, o quão ruim poderia estar na Comunal? Por mais que todas as lareiras ficassen acesas quase 24 horas por dia, não era suficiente para regular a temperatura no local, principalmente nos quartos. Helena dormia com o dobro das cobertas, mas mesmo assim não foi suficiente; ficou gripada de qualquer jeito. Ao decorrer das semanas, já havia perdido as contas de quantas vezes havia batido na sala de Madame Pomfrey, pedindo por alguma poção que a esquentasse ou fizesse que seu nariz parasse de escorrer.

Falta de aviso não foi, no entanto. A ruiva se lembra bem do pai avisando para trazer roupas de inverno mais grossas porquê o frio no castelo era rigoroso demais. Ela, porém, não acreditou, e agora pagava o pato. De vez em quando, no meio da madrugada, escapava para o meio das cobertas de Veronica para dormir abraçada com ela, procurando calor humano.

Mas, mesmo com tudo isso, Helena estava ansiosa demais para voltar para casa para o feriado de Natal. Não conseguia nem colocar em palavras o quanto sentia falta do pai. Mesmo com as fotos semanais que ele mandava — desde que a menina pediu em uma carta que ele mandasse fotos, para saber como ele estava — não era a mesma coisa do que ver ele pessoalmente, e poder abraçá-lo. O Natal seria ainda mais especial, pois Georgia havia conseguido uma folga no trabalho e passaria o evento com eles, segundo Remus havia informado.

Jughead iria para casa com ela, também, por mais que não estivesse muito afim. Passou a última semana inteira reclamando; não queria voltar para casa de jeito nenhum. Sabia que não fazia falta lá, não tinha necessidade de voltar. Mas se conformou um pouco quando Helena garantiu que ele podia passar o Natal na casa dela, se quisesse. 

Numa manhã fria, tiveram aula de Poções com a Grifinória nas masmorras. Obviamente, o clima estava quase congelante e era possível ouvir Helena fungando de vez em quando, para evitar que o nariz escorresse. Fazia dupla com Hermione — que havia pedido sua ajuda na última aula para entender melhor a matéria —, e a respiração das duas não passava de uma fumaça.

— Tenho tanta pena — disse Draco Malfoy — dessas pessoas que têm que passar o Natal em Hogwarts porque a família não as quer em casa.

Olhou para Harry ao dizer isso. Crabbe e Goyle riram. Harry, que estava medindo pó de espinha de peixe-leão, não lhes deu atenção. Malfoy andava muito mais desagradável do que de costume desde a partida de quadribol. Aborrecido porque Sonserina perdera, tentara fazer as pessoas rirem dizendo que um sapo iria substituir Harry como apanhador no próximo jogo. Então percebeu que ninguém achara graça, porque estavam todos muito impressionados com a maneira com que Harry conseguira se segurar na vassoura corcoveante. Por isso Draco, invejoso e zangado, voltara a aperrear Harry dizendo que não tinha família como os outros, ou pegando no pé de Helena, Elizabeth, Jughead, Roberta e Veronica, dizendo que eles eram traidores por torcerem para a Grifinória, se sentarem com eles ou até mesmo ter amigos daquela casa. O que foi comprado pela Sonserina, que passou a rejeitar o grupo e praticamente escorraça-los em atividades em grupo.

𝘛𝘪𝘭𝘭 𝘍𝘰𝘳𝘦𝘷𝘦𝘳 𝘍𝘢𝘭𝘭𝘴 𝘈𝘱𝘢𝘳𝘵 [1]Where stories live. Discover now