𝘛𝘪𝘭𝘭 𝘍𝘰𝘳𝘦𝘷𝘦𝘳 𝘍𝘢𝘭𝘭𝘴 𝘈𝘱𝘢𝘳𝘵 [1]

No Alçapão

No futuro, ninguém do grupo nunca conseguiria lembrar muito bem como conseguiram prestar seus exames enquanto esperavam Voldemort irromper a qualquer instante pela porta, procurando por Harry. Contudo os dias foram se passando lentamente e não havia dúvidas de que Fofo continuava vivo e bem seguro atrás da porta trancada.

Fazia um calor infernal, principalmente na sala das provas escritas. Os alunos tinham recebido penas novas e especiais para fazê-las, previamente encantadas com um feitiço anticola. Houve exames práticos também. O Prof. Flitwick os chamou à sala de aula, um a um, para verificar se conseguiam fazer um abacaxi sapatear na mesa. A Profa. Minerva observou-os transformarem um camundongo em uma caixa de rapé e conferiu pontos pela beleza da caixa, e os descontou quando a caixa tinha bigodes. Snape deixou-os nervosos, bafejando em seu pescoço enquanto tentavam se lembrar como fazer a poção do esquecimento.

Helena fez o melhor que pôde, tentando ignorar os espamos de dores que sentia nas costas que a incomodavam desde a ida à floresta. Veronica achou que Helena estava com uma crise de nervos provocada pelos exames — o que não deixava de ser verdade —, porque Helena não conseguia mais dormir, mas a verdade é que a aparição na floresta passou a se apossar de seus pesadelos. Harry sofria do mesmo mal, assim como Hannah, que segundo Hermione, só conseguia dormir se estivesse abraçada com seu travesseiro, e com a coberta até o topo da cabeça.

Talvez fosse porque eles não tinham visto o que Helena, Hannah e Harry viram na floresta, ou porque não tinham sidos atingidos pela dor generalizada — que era a teoria mais provável do porquê os três sentiram dor ao mesmo tempo, praticamente imobilizados —, mas o resto do grupo não parecia tão preocupados com a Pedra quanto eles. A lembrança de Voldemort sem dúvida os apavorava, mas não os visitava em sonhos, e estavam tão ocupados com as revisões que não tinham muito tempo para pensar no que Snape ou qualquer outro podia estar aprontando. Ah, as revisões. Helena ainda tinha que se preocupar com elas, e achava que estava ficando louca. Eleanor percebeu o estado da amiga, então se ofereceu para ficar com o seu lugar na produção das folhas de revisão, o que Helena aceitou de bom grado.

O último exame foi de História da Magia. Uma hora respondendo perguntas sobre velhos bruxos gagás que inventaram caldeirões autimexíveis. Helena, particularmente, estava muito ansiosa para esse teste e tinha certeza que tinha se saído bem. Seria estranho se não tivesse, na verdade; Ron havia dito que nunca conheceu ninguém tão apaixonado pela História da Magia como ela, e que achava ela maluca por isso. Ela deu de ombros. Ron não conseguia entender como ela se mantinha acordada e animada ouvindo um fantasma como o Prof. Bins dar aula.

— Foi muito mais fácil do que pensei — comentou Helena, quando eles se reuniram aos numerosos alunos que saíam para os jardins ensolarados.

— Eu nem precisava ter aprendido o Código de Conduta do Lobisomem de 1637 nem a revolta de Elfric, o Ambicioso — disse Elizabeth, enquanto faziam a curva no corredor.

— Podemos parar de falar disso? Não acho que fui tão bem assim. — pedia Robbie. As duas sempre comentavam sobre as provas depois que terminavam, mas isso fazia Robbie se sentir mal, quando ela não acreditava no próprio potencial.

Assim, caminharam até o lago e se sentaram à sombra de uma árvore, onde Harry, Hannah, Hermione, Rony e Eleanor estavam os esperando. Os gêmeos Weasley e Lino Jordan faziam cócegas nos tentáculos de uma lula gigantesca, que tomava sol na água mais rasa. Eleanor se distraia admirando a lula.

— As revisões acabaram, finalmente — suspirou Rony, contente, esticando-se na grama. — Vocês três podiam fazer uma cara mais alegre — disse para Harry, Helena e Hannah —, temos uma semana inteira até descobrir se nos demos mal, não precisam se preocupar agora. E você é CDF, Elle, daqui você é uma das menos prováveis de ter falhado em alguma coisa.