Norberto, o Dragão Norueguês

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Quirrell, no entanto, deve ter sido muito mais corajoso do que eles pensaram. Nas semanas seguintes ele pareceu estar ficando mais pálido e mais magro, mas não parecia ter cedido.

Todas as vezes que o grupo passava pelo corredor do terceiro andar, pegaram o costume de encostar as orelhas na porta para verificar se Fofo continuava a rosnar lá dentro. Snape levava a vida no seu habitual mau humor, o que com certeza significava que a Pedra continuava a salvo. Era bom mencionar,  inclusive, que Hannah se mantinha cada vez mais afastada dele. Sempre que Harry e Veronica passavam por Quirrell nesses últimos dias, davam-lhe um sorriso como se fosse para encorajá-lo, e Eleanor e Ron começaram a censurar as pessoas que riam da gagueira do professor.

Helena, Hermione e Elizabeth, no entanto, tinha mais no que pensar do que na Pedra Filosofal. Começaram a programar suas revisões e a marcar em cores suas anotações de aula para classificá-las, sempre passando as anotações uma para a outra mais tarde e fazendo comentários sobre as mesmas. Elizabeth deu a ideia de começarem a fazerem folhas de exercícios e o executarem como se fossem provas, e com a ajuda de Eleanor, que corrigiria a folha de atividades, elas teriam mais avanço nos estudos. Jughead não se importava com isso, assim como o resto do grupo, o que os rendeu em um dia desses um sermão de uns 15 minutos sobre o futuro deles.

— Pelo amor de Merlin, os exames estão a séculos de distância — disse Rony, visivelmente aborrecido depois que Jughead havia derrubado um de seus peões. Eles andavam passando muito tempo jogando xadrez juntos ultimamente.

— Dez semanas — corrigiu Betty.

— Não são séculos, é como um segundo para Nicolau Flamel. — disse Hermione, como se fosse óbvio.

— Mas nós não temos seiscentos anos — lembrou Robbie.

— Me pergunto o que vocês estão revisando, sendo que já sabem tudo — murmurou Jughead, a voz levemente tremida de raiva quando Rony deu um passo a frente no tabuleiro.

— O que é que estamos revisando? Vocês ficaram malucos? — Helena exclamou, de olhos arregalados. — Vocês já perceberam que precisamos passar nesses exames para chegar ao segundo ano?

— Eles são muito importantes, eu deveria ter começado a estudar há um mês, não sei o que deu em mim... — Hermione completou, balançado a cabeça.

Infelizmente, os professores pareciam estar pensando da mesma maneira que Hermione. Passaram tantos deveres de casa que as férias da Páscoa não foram tão divertidas quanto as de Natal. Ficou difícil se descontrair quando se tinha pilhas e pilhas de deveres para fazer, além de mais anotações para as provas e aulas práticas com a varinha. Veronica recomendou que ela parasse de se estressar; já estava começando a recitar os doze usos de sangue de dragão enquanto dormia. Quer dizer, quando dormia; ficava estudando na biblioteca até tarde, geralmente com a companhia de Hermione e Elizabeth, e aí de quem ousasse interromper os estudos das três garotas.

Aos gemidos e bocejos, o grupo se encontrava na biblioteca no momento, tentando dar conta de todos os deveres extras.

— Eu nunca vou me lembrar disso — desabafou Jughead, largando a pena de escrever na mesa e olhando desejoso pela janela da biblioteca. Era na realidade o primeiro dia bonito que tinham em meses. O céu estava claro, azul-miosótis e havia uma expectativa de verão no ar. Era uma linda tarde.

— Você não vai lembrar se não aprender — encorajou Helena, mal levantando os olhos. Frustrado, o Jones voltou a segurar a pena.

— Pra que aprender quando se pode decorar? Que nem uma peça de teatro! — argumentou Veronica, mas soltou um grunhido de dor quando Betty bateu com um mapa em sua cabeça.

𝘛𝘪𝘭𝘭 𝘍𝘰𝘳𝘦𝘷𝘦𝘳 𝘍𝘢𝘭𝘭𝘴 𝘈𝘱𝘢𝘳𝘵 [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora