Natal II

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As vozes eram de Georgia Bylthe e Remus Lupin, que tomavam seu café da manhã.

Helena desceu as escadas se espreguiçando, coçando os olhos e bocejando. Acabou tropeçando no último degrau e chegou no andar debaixo completamente acordada, balançando o pé, numa tentativa de se livrar da dor.

— Bom dia, princesa! Feliz Véspera de Natal. — disse Georgia, bebendo sua xícara de café e escondendo o rosto atrás da mesma, para disfarçar o sorriso que deu ao ver a quase queda da afilhada. Helena teve que conter um gritinho animado. Tinha a noção que sua tia viria para o Natal, mas ela achou que ela chegaria no dia do Natal mesmo, não na véspera.

Correu, seus passos ecoando pelo piso de madeira, e jogou os braços por cima do corpo da tia, que teve que largar a xícara de café na mesa com pressa — deixando algumas gotas caírem no processo — para poder envolver o pequeno corpo da afilhada em um abraço caloroso.

— Parece que alguém ainda está dormindo, não é mesmo? — perguntou Remus, olhando para cima, provavelmente falando sobre Jughead. Georgia largou Helena aos poucos, que tinha um sorriso de orelha a orelha.

— Ele estava ferrado no sono quando eu acordei — respondeu Helena, puxando uma cadeira e se sentando no meio dos dois. Estendeu o braço tentando alcançar o pão e a manteiga, mas como não conseguiu, Lupin entregou para ela. — Roncando, como sempre. Aliás, como é que eu cheguei no meu quarto ontem?

— Você dormiu a viagem inteira, querida. Alice nos deixou na porta de casa e eu te carreguei até lá em cima, até pedi pra você trocar de roupa, não lembra? — Elle balançou a cabeça negativamente. — Bom, era de se esperar; você estava dopada de sono. Como estava muito tarde para Jughead ir pra casa, e o pai dele não deu nenhum sinal de que viria buscar ele, eu improvisei uma cama no chão do seu quarto pra ele passar a noite. Ah, falando nele!

Helena virou a cabeça. O Jones descia as escadas com o cabelo bagunçado, bocejando e com os olhos inchados de sono. Antes de ir falar com eles, porém, entrou no banheiro e lavou o rosto rapidamente. Helena levou a mão aos olhos e começou a remover as remelas, ao se lembrar que não havia feito o mesmo.

— Bom dia, Jughead — desejou Georgia assim que o garoto voltou, e se sentou timidamente na frente de Helena. Ele retribuiu o cumprimento com um aceno de cabeça.

— Que droga! A mãe dela deve achar que eu sou uma mal educada agora — disse Helena, continuando a conversa com o pai e mordiscando o pedaço de pão, balançando a cabeça negativamente. — Primeira vez que eu realmente falo com ela, se não for contar as poucas vezes que eu esbarrei com ela pela cidade, e eu já durmo no carro dela? Logo de cara? Eu deveria passar na casa da Betty mais tarde. Aproveitar pra pedir desculpas e desejar um Feliz Natal adiantado? Não sei, acho que poderia fazer isso sim.

— Ei, vá com calma! — Georgia riu. — Ainda são 9 horas da manhã, não precisa dessa pressa toda.

— Você deveria vir junto comigo, Jug — sugeriu a ruiva, e o Jones levantou a cabeça, e a visão que eles tiveram foi quase adorável; Jughead tinha as bochechas infladas, devido ao copo de leite que estava tomando e os cantos da boca sujos. Ao perceber que todos o olhavam, engoliu o leite rapidamente e limpou a boca com a manga do moletom. — Podemos aproveitar pra passar na casa do seu pai.

— Eu só aceitei vir porquê você me disse que eu não precisaria ver ele... — murmurou, passando geleia de amora em uma fatia de pão.

𝘛𝘪𝘭𝘭 𝘍𝘰𝘳𝘦𝘷𝘦𝘳 𝘍𝘢𝘭𝘭𝘴 𝘈𝘱𝘢𝘳𝘵 [1]Where stories live. Discover now