O Salgueiro Lutador

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O fim das férias de verão chegou muito depressa para o gosto de Helena. Ela estava ansiosa para regressar a Hogwarts e rever Jughead, mas aquele mês n’A Toca fora um dos mais felizes de sua vida. Não tinha nada melhor do que passar as férias com os amigos.

Na última noite de férias, a Sra. Weasley fez um jantar suntuoso que incluiu todos os pratos favoritos deles, terminando com um pudim caramelado de dar água na boca. Fred e George encerraram a noite com uma queima de fogos Filibusteiro; encheram a cozinha de estrelas vermelhas e azuis que ricochetearam do teto para as paredes durante no mínimo uma hora. Então chegou a hora da última caneca de chocolate quente e de ir para a cama.

Mas Helena, ainda acordada, estava se sentindo nervosa de madrugada.

Como dito anteriormente, era a noite anterior ao primeiro dia de aulas, e ela havia tido um pesadelo sobre estar trancada numa sala cheia de cobras. Pensava se era uma analogia ao que teria que enfrentar na Sonserina. Sendo uma analogia ou não, não conseguia mais dormir, e agora estava com sede. Estava deitada num colchão no chão, numa cama improvisada, encarando o teto baixo do quarto de Robbie, e escutando a Weasley ressonar baixinho na cama. Eleanor estava dividindo a cama com ela; e Elle tinha certeza que as três caberiam de maneira confortável lá em cima, mas de uma maneira meio desconfortável. Helena e Eleanor vinham revezando há semanas quem dormiria na cama e quem dormiria no chão, e hoje era o dia de Helena.

Com um suspiro alto, ela esticou as pernas e se levantou. Queria ir pegar um copo d'água na cozinha, pensando que talvez lhe desse sono, mas não queria sair andando pela casa dos outros no meio da noite. Cuidadosamente, com as tábuas do piso rangendo conforme Helena andava, ela parou do lado de Robbie e a cutucou.

Robbie? Robbie Weasley? Roberta?! — Ela chamou, e Robbie se virou na cama, resmungando. Não havia funcionado; então Helena continuou chamando, até que ela bufou e se sentou na cama. Metade do seu rosto estava iluminado; a janela estava aberta, e a luz da lua cobria metade do quarto.

— O que é? Não tem mais nada para fazer? Deveria estar dormindo! — ela perguntou, rabugenta, a voz arrastada de sono.

— É que eu tô com sede... — disse Helena, torcendo o nariz, com medo da reação da amiga, vendo o quão ruim estava seu humor.

— Vai buscar água então, oras! — disse ela, dando de ombros. Esfregou os olhos, e se preparou para se virar e dormir de novo, mas Helena a impediu.

— Mas eu não quero ir sozinha. Você é a dona da casa, deveria ir comigo — disse a ruiva, e Robbie revirou os olhos.

— Por que? Tá com medo? Não se preocupe, o vampiro do sótão não vai descer e chupar seu sangue no meio da noite. — disse ela, balançando a mão como se fosse algo trivial, voltando a se deitar confortavelmente na cama.

— Não, não é isso... E se seus pais me pagaram fora da cama? Sua mãe é bem rígida em relação ao horário de dormir, não quero levar bronca! — disse ela, balançando a cabeça e gesticulando com as mãos. Eleanor continuava dormindo, sem saber da discussão que ocorria ao seu lado.

— Se você não fizer barulho, eles não vão te descobrir. — disse ela, massageando as têmporas, e quando Helena abriu a boca para falar de novo, Robbie a interrompeu com um sorriso forçado. — É só isso? Se não se importa, vou voltar a dormir.

E se virou na cama. Helena bufou, derrotada, e se dirigiu até a porta do quarto, parando para calçar seu chinelo que estava na frente da cama onde as outras duas estavam dormindo. O clima já estava começando a esfriar; ela pensou que teria que fechar a janela do quarto quando voltasse.

𝘛𝘪𝘭𝘭 𝘍𝘰𝘳𝘦𝘷𝘦𝘳 𝘍𝘢𝘭𝘭𝘴 𝘈𝘱𝘢𝘳𝘵 [1]Where stories live. Discover now