O Homem de Duas Caras

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Era Quirrell.

— O senhor! — exclamou Harry. Helena estava extremamente confusa. O que ele estaria fazendo ali? Defendendo a Pedra? Ou eles estavam errados o tempo todo?

Quirrell sorriu. Seu rosto não tinha nenhum tique.

— Eu — disse calmamente — estive me perguntando se encontraria você aqui, Potter. Confesso que é uma surpresa encontrar vocês duas aqui. — disse, olhando para Helena e Hannah.

— Mas pensei... meu pai... — Hannah começou a murmurar, os olhos vagando de Quirrell para os outros dois.

— Severo? — Quirrell deu uma gargalhada e não era aquela gargalhadinha tremida de sempre, era fria e cortante. — É, Severo faz o tipo, não faz? Tão útil tê-lo esvoaçando por aí como um morcegão. Perto dele, quem suspeitaria do c-c-coitado do ga-gaguinho do P-Prof. Quirrell? Até a filha dele! Há! Aposto que a fama do homem não anda das melhores.

Harry não conseguia assimilar. Isto não podia ser verdade, não podia. Helena tinha a cabeça a mil, várias informações correndo por seus pensamentos, tentando ver onde eles tinham errado, que detalhes tinham perdido. Hannah estava confusa, sim, mas internamente se sentia aliviada por não encontrar Snape ali.

— Mas Snape tentou me matar! — disse Harry, com convicção.

— Não, não, não. Eu tentei matá-lo. Suas amigas Hermione Granger e Helena Lupin — olhou para Elle quando disse isso, e ela sentiu um calafrio. Realmente, haviam muitas ruivas em Hogwarts; mas ela não sabia se ficava feliz ou em desespero por conseguir se destacar entre elas. —, por acaso, me empurraram quando estavam correndo para tocar fogo no Snape naquela partida de quadribol. Elas interromperam o meu contato visual com você. Mais uns segundos e eu o teria derrubado daquela vassoura. Teria conseguido isso antes se Snape não ficasse murmurando um antifeitiço, tentando salvá-lo.

— Snape estava tentando salvar Harry? — Hannah perguntou, eufórica. Era quase impossível segurar o sorriso de alívio. Mas só de lembrar em que situação eles se encontravam, o sorriso sumia.

— É claro — disse Quirrell calmamente. — Por que você acha que ele queria apitar o próximo jogo? Ele estava tentando garantir que eu não repetisse aquilo. O que na realidade é engraçado... ele nem precisava ter se dado ao trabalho. Eu não poderia fazer nada com Dumbledore assistindo. Todos os outros professores acharam que Snape estava tentando impedir Grifinória de ganhar, ele conseguiu realmente se tornar impopular... Tão impopular que até a própria filha desconfiou dele, não é? E que perda de tempo, se depois disso vou matá-lo esta noite.

Quirrell estalou os dedos. Surgiram no ar cordas que amarraram os três bem apertado.

— Sinto muito por vocês duas. Vocês só estão no lugar errado e na hora errada, mas infelizmente, ninguém pode saber o que vai acontecer aqui. De novo, hein, Potter? Mais gente morrendo por sua culpa. — Helena queria gritar que iria acabar com ele, mas Quirrell não dava espaço em seu discurso.

— Você é muito metido para continuar vivo, Potter. — continuou Quirrell. — Sair correndo pela escola no Dia das Bruxas daquele jeito e, pelo que imaginei, me viu descobrir o que é que estava guardando a pedra.

— O senhor deixou o trasgo entrar? — indagou Harry.

— Claro que sim. Tenho um talento especial para lidar com trasgos. Vocês devem ter visto o que fiz com aquele na câmara lá atrás? Infelizmente, enquanto o resto do pessoal estava procurando o trasgo, Snape, que já desconfiava de mim, foi direto ao terceiro andar para me afastar, e não só o meu trasgo não conseguiu matar você de pancada, como o cachorro de três cabeças nem sequer conseguiu morder a perna de Snape direito. Agora esperem aí quietos. Preciso examinar este espelho curioso.

𝘛𝘪𝘭𝘭 𝘍𝘰𝘳𝘦𝘷𝘦𝘳 𝘍𝘢𝘭𝘭𝘴 𝘈𝘱𝘢𝘳𝘵 [1]Where stories live. Discover now