Capítulo 21

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Capítulo 21

No domingo pela manhã fomos até o apartamento de Sarah, assim que tocamos a campainha, a louca nos atendeu com a cara horrenda que ela tem. Sério, a mulher tinha cara daquelas mulheres que não sabiam o que era pentear o cabelo há muito tempo. Tentando não rir daquele monstro do lago Ness, fiquei posicionado atrás de Ana esperando que Sarah nos deixasse entrar, mas antes ela foi de toda a simpatia que não tinha:

— O que vocês estão fazendo aqui? Não aguentou ela por muito tempo não é bonitão?

— Por acaso eu te dei permissão pra me chamar de bonitão? Eu tenho nome, não que isso seja da sua conta, mas quando se referir a mim, se atente apenas em me chamar de Guilherme.

Ana virou para mim e abriu um sorriso encantador e continuei falando com o ser grotesco a nossa frente:

— Vamos ser rápidos, sei que a Ana trouxe pouca coisa pra São Paulo, ela apenas veio buscá-las. Como você pode perceber, ela não morará mais aqui.

E empurrei delicadamente minha Ana para dentro do apartamento não deixando Sarah ter tempo de questionar. Quando entramos, minha namorada já se direcionou até o quarto onde estavam suas coisas e eu a esperei na sala com a companhia nada agradável de Sarah, aproveitei para observar o local. Um apartamento grande, com móveis bem dispostos, tenho que admitir que a louca tinha bom senso de decoração. Os móveis eram um pouco antigos, mas tinham uma pegada legal, meio old school, bem eu sou engenheiro civil e muitas vezes me reunia com arquitetos e designer de interiores, então acabamos levando um pouco de conhecimento.Enquanto eu estava quieto fazendo uma varredura pelo local, Sarah disse:

— Isso o que você está fazendo é loucura, Ana não é essa santa que você acredita que é. Ela matou o próprio pai de desgosto.

Não dei ouvidos os que ela me dizia e mesmo assim a vaca continuava:

— Quero deixar avisado que eu não vou recebê-la mais aqui em casa, quero só ver a cara dela quando você se tocar e a expulsar de sua vida. E aí quem sabe você pode me ligar, garanto que sou bem melhor do que a vadiazinha.

Essa mulher ta pedindo pra levar uns chacoalha meu – Pensei e respondendo de maneira nada educada disse:

— Eu nunca vou expulsar a Ana de minha casa, muito menos de minha vida. E não vou nem perder meu tempo com essa sua proposta de merda, quem tem uma Ana em sua vida, jamais se satisfaria com uma Sarah qualquer.

Minha pequena apareceu em seguida com sua mala e uma bolsa grande , olhei para esses objetos e em meu pensamento só me remetia ao nosso encontro, como eu poderia imaginar que de uma mala em uma cadeira eu estaria morando com essa mulher? Um sorriso gigante se abriu em meu rosto, me direcionei até minha Ana e dei um beijo nela, provando a aquela sua prima mau caráter que ela jamais teria o que eu e Ana temos.

Nosso domingo passou depressa, Ana desfez sua mala e guardou suas coisas onde conseguia arrumar um espaço, prometi a ela que no dia seguinte, iríamos comprar o que restava para nossa casa.

***

A segunda-feira ao mesmo tempo que foi agitada, por conta do meu retorno das obras do shopping, afinal, eu tinha que dar todo um parecer para o Henrique, mesmo o projeto sendo meu, o escritório todo tinha sua participação, era assim a lógica nossa, todo mundo ajudava todo mundo. Foi também demorada, não via a hora de chegar em casa e pegar Ana para irmos ao shopping, ela como ainda era freelancer na revista, não precisaria ir até o prédio onde ela funcionava, somente se os editores gostassem bastante do trabalho dela, poderiam efetivá-la e assim ela teria que ir para a produção da revista, mas por ora estava bom assim, gostava da ideia de ter Ana em casa, ela ainda não conhecia muita coisa em São Paulo e eu tinha um pouco de medo, eu sei que isso soa como um excesso de proteção, dominação ou sei lá o que, mas era a forma como eu me sentia. Eu sei que ela é esperta, mas ter minha pequena próxima já me deixava mais aliviado.

Dona Dos Meus OlhosWhere stories live. Discover now