Capítulo 1

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ATENÇÃO!

A HISTÓRIA FOI PARCIALMENTE REMOVIDA. EM BREVE ELA SE TORNARÁ FÍSICA COM LANÇAMENTO NA BIENAL DO RIO DE JANEIRO DE 2015.

AGRADEÇO A COMPREENSÃO DE TODOS.

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GRANDE BEIJO E BOM DIA SOL ;)


Capítulo 1

Acordo ao som de Wake Up Call do Maroon 5.

São 7 da manhã e logo vem meu primeiro pensamento do dia :

- Droga! Preciso lembrar-me de trocar essa música!

Essa é uma das minhas músicas favoritas, mas quando você a coloca como despertador, você passa a odiá-la por sempre lhe tirar de seus sonhos.

Desligo o celular e não coloco na soneca como todos os dias. Hoje é segunda-feira e eu tenho um dia longo pela frente.

Rolo pela cama, tentando encontrar a coragem que preciso pra poder sair dela. Após alguns segundos me esforço o máximo que consigo e venço minha preguiça.

Ontem à noite, fui dormir tarde, fiquei vendo um filme na TV e mesmo sabendo que já passava de meia noite, fui ainda ler alguns relatórios para a reunião que tenho à tarde. Estou um caco e sempre prometo a mim mesmo que não dormirei muito tarde, mas essa tarefa aparentemente se tornou impossível para mim.

A passos lentos chego ao banheiro, onde olho minha cara amarrada de sono.

- Cara, você precisa fazer sua barba! -Digo a mim mesmo, mas não agora, à noite quando chegar em casa talvez. Tomo meu banho para despertar de vez e sigo em direção à cozinha com a toalha enrolada na cintura.

Ligo a cafeteira, pego o pó de café e despejo em seu recipiente, enquanto a água faz seu processo de ebulição, vou até a geladeira e pego peito de peru e queijo e um copo de suco de laranja. Abro o armário e pego meu pão de forma, me atento à validade, visto que uma vez comi o pão sem notar que estava semi embolorado e tive uma baita dor de barriga por dois dias.

Pronto! Meu café está passado, meu sanduiche montado e sento na pia pra poder desfrutar do meu incrível café da manhã. Olho em volta, pelo meu apartamento e digo a mim mesmo que preciso organizá-lo mesmo não tendo muitos móveis, já que me mudei recentemente para esse lugar. As vezes me pergunto se fiz o certo em vir morar aqui, quando eu tinha a opção de vendê-lo.

Esse apartamento me não me trás boas recordações. Eu o comprei há mais ou menos 5 anos quando eu e a Cristina ficamos noivos, na época sonhávamos tanto com esse lugar. Sonhamos com um casamento, com a festa, os filhos e uma vida inteira juntos. Mas com o passar desses anos a rotina nos envolveu, trabalhávamos o dia inteiro, nos víamos quase todos os dias, saiamos, mas sem perceber o sentimento que nos uniu quando tínhamos 22 anos, foi se desgastando. Ela tinha seus sonhos, e eu os meus. Não cabíamos mais no mundo um do outro. Ela havia se formado em moda, e sonhava em ir pra a Itália para se especializar, mas tínhamos que economizar para o nosso casamento.

Até que esse apartamento ficou pronto e a realidade nos acordou. Será que estávamos mesmos dispostos a abrir mão de nossos sonhos particulares para vivermos uma vida juntos? Nosso namoro durou 4 anos e tivemos mais 2 anos de noivado. E assim como se não tivesse responsabilidades nenhuma Cristina veio até mim e disse que não queria mais. Que estava partindo pra Itália e que não queria nada, mesmo sendo pouco, daquilo que construímos. Segundo suas palavras: "Era doloroso demais ter que tomar essa decisão, mas era preciso que ela se descobrisse." Na verdade desconfio que ela tivesse se apaixonado por um amigo do seu irmão que morava na Itália e veio os visitar uma vez aqui no Brasil.

Lembro-me disso como se fosse hoje. Todos nós sentados no sofá da casa do Leandro e o tal italiano se gabando de todo o seu charme e como Cristina adorava saber sobre a Itália logo engatou uma conversa com o sujeito, o que me deixou puto de raiva, porque fui jogado pra escanteio.

Naquela mesma noite, Cristina tinha tomado a decisão de partir. Já que era uma oportunidade única em sua vida.

E aqui estou eu, praticamente 1 ano depois de ter levado o fora da minha noiva. Resolvi deixar a casa dos meus pais e viver nesse apartamento, não foi uma decisão fácil, já que eu ainda tinha muitas prestações pra pagar e manter o a.p ia ser difícil. Mas porra, eu já tinha 29 anos, era preciso sair da barra da saia da mamãe.

Voltando a minha realidade, terminei meu café e fui me trocar, coloquei meu terno azul marinho, uma gravata vermelha e me olhei no espelho:

- Nada mal hein bonitão? -Disse pro meu reflexo. Depois do fora da Cristina, eu não tinha muito que fazer, a não ser me matar de trabalhar e nas horas que sobravam ir à academia do bairro e de certa forma gostava dessa minha nova vida. Gosto de manter meu corpo são, gosto da imagem que vejo hoje no espelho. Meus 1,90 distribuídos pelos meus 90 kilos, meus cabelos loiros que normalmente deixo bem aparado, estava um pouco grande e debaixo os meus olhos azuis estavam duas enormes olheiras.

- Merda! Eu tenho que ir dormir cedo.

Olhei para o relógio e já eram 7h45, se eu não quisesse pegar mais trânsito do que já pegaria, deveria sair agora. Pego as chaves e os relatórios em cima da geladeira e fecho a porta de casa.

No elevador repasso meus compromissos do dia. Devo ir à rodoviária do Tietê, buscar meu irmão que chega hoje de um de seus mochilões pelo mundo. Dessa vez, se não me engano ele foi pro sul do Brasil e de lá seguiu para o Uruguai. Minha mãe fica louca por esse estilo de vida que o Gustavo tem. Na opinião dela, o único filho que mantém seu coração no lugar sou eu. Nas reuniões de família ela sempre costuma dizer que "Vocês deveriam ser como o Guilherme, se formarem em alguma coisa, trabalhar, e garantir a paz de sua mãe" Odeio quando ela fala isso, dá a entender que sou um bunda mole sem coragem pra fazer o que meus irmãos fazem.

Tenho 3 irmãos. O mais velho é o Mateus, com seus 31 anos, que mora em Amsterdã já faz uns 3 anos, segundo ele sua alma é de lá, e pelo que entendi ele não pretende voltar pro Brasil tão cedo. Depois vem eu, o Guilherme, o calmo, o que não faz nada da vida que lhe dê adrenalina o suficiente. Mas o que eu posso fazer? Antes de meter a cara no mundo, quero lutar pelo o que é meu, quero deixar meu nome registrado em algum lugar, quero que as pessoas me valorizem pelo meu profissionalismo. Tenho um pouco de inveja dos meus dos meus irmãos. Acho que todos nós temos esse espírito livre, o diferencial entre eles e eu, é que eu penso a longa data e eles não. Em seguida vêm o Gustavo com seus 25 anos e na ultima colocação a nossa menininha Julia, ela é a nossa princesa e eu e os meus irmãos morremos de ciúmes dela, mesmo já sendo maior de idade e cursar a faculdade de Direito a Juju sempre será nossa menininha.

Com um sorriso no rosto ao lembrar dos meus irmãos, saio do elevador e me encaminho ao meu carro estacionado na vaga 403. Lembro também que ainda tenho que almoçar com meus pais e o Gustavo e a tenho a tal reunião que pode ser primordial pra minha carreira. Saio do prédio e vou encarar o trânsito infernal de São Paulo. Quando eu realmente conquistar meu lugar no mundo a primeira coisa que farei é sair dessa cidade. Não aguento esse céu cinza, essas buzinas e esse trânsito.

Após uns 45 minutos, finalmente chego a rodoviária, estaciono meu carro e vou até a plataforma que meu irmão disse que iria desembarcar. Ao chegar lá vejo que ele ainda não chegou e então resolvo ir até a cafeteria da rodoviária. Não sou um homem de vícios, mas digo que o café pra mim é meu combustível, me esforço muito a ficar sem ele, mas não resisto quando aquele cheiro bom chega as minhas narinas.

Próximo à cafeteria percebo que não há lugares disponíveis e penso : "Caralho, ninguém tem mais nada pra fazer numa segunda de manhã? São quase 9 horas. Ninguém trabalha?" Certo, eu sei que deveria ser mais paciente, mas porra, não tem uma mesa vaga, todos sentados com suas famílias, amigos ou sei lá o que, acho que muitos acabaram de desembarcar, olho novamente a procura de alguma lugar vago, quando vejo uma bela jovem sentada numa mesa sozinha, com uma mala na cadeira a sua frente.

"Que folgada", pensei comigo, cadeira não é lugar de deixar uma mala, e sem perceber caminho até ela pra reivindicar a cadeira ocupada desnecessariamente.

Dona Dos Meus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora