Capítulo 2

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Capítulo 2

Durante alguns segundos fico ali parado, a observando. Como ela é bonita! Cabelos loiros na altura dos ombros pele levemente bronzeada, aparentemente ela parece ser pequena, pois está sentada e não dá para ter uma noção certeira. Ela está com uma blusa lilás que a faz parecer um anjo em volto de uma aura suave e tranquila.

Ela está absorta em seus pensamentos, tomando seu café alheia os que estão ao seu redor. Parece que está tão longe daqui. “Estaria ela partindo ou chegando?” penso.

Mais alguns minutos parado, só consegui voltar a minha órbita quando senti alguém esbarrando em mim, ao mesmo tempo senti meu celular vibrando em meu bolso, o peguei e no visor estava o rosto todo sorridente do meu irmão:

— Fala Cara – atendi a sua chamada

— Mano, não me mata, mas o busão quebrou e vamos atrasar umas duas horas.

— Você tá de sacanagem né? – respondi ainda olhando para a garota.

— Pior que nem tô! – Gustavo respondeu com uma voz frustrada.

— Mas vamos nos atrasar para o almoço na casa da mãe, ela não vai gostar nada disso, ainda mais por ser plena segunda-feira, dia de faxina.

— Eu sei Gui, mas o que eu posso fazer? Ir à pé?

— Não seria uma má ideia – digo sorrindo.

— Ok! Então, você me espera aí na rodoviária? Sua reunião é só a tarde não é?

— Ahhh cara, você quer me ferrar mesmo né? Te espero até meio dia, se caso você não aparecer, vou embora e você pega um táxi depois.

— Beleza mano. Te ligo se tiver novidades. E desligou o telefone.

Quando coloquei o aparelho no bolso e olhei em direção à mesa com a bela garota, ela estava mexendo em seu celular. Seria comprometida? Será que ela aceitaria uma aproximação de um desconhecido? Era pagar para ver.

Iniciei o trajeto até ela, mas aí percebi que eu não sabia como abordá-la. A história da mala na única cadeira desocupada não era mais tão tentadora assim, afinal enquanto conversava com meu irmão ao telefone algumas mesas foram liberadas.

— Pensa Guizão, pensa em algo rápido, antes que ela também se levante e vá embora – murmurei para mim.

Então, sem pensar em muita coisa, retomei meu caminho até ela, parei bem a sua frente e esperei alguns segundos até que ela notasse minha presença ali.

Não demorou muito, acho que  minha sombra deve ter feito ela perceber algum intruso em sua área. Quando ela parou de mexer no aparelho e ergueu seus olhos na direção dos meus pensei “to ferrado”.

Dona Dos Meus OlhosWhere stories live. Discover now