𝐌𝐚𝐭𝐞 𝐨 𝐑𝐞𝐢 𝐊𝐢𝐦 | Jinsoo

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟎𝟏

Em algum lugar, junho de 1397

Estava caminhando pelo vasto campo, estava cansada de ser sempre desprezada por alguns. Eu treinei por anos igualmente a todos que estavam ali, e me destaquei tanto quanto. Mas sou desprezada só por não saber duelar de espada, mas eles não podem me criticar em nada. Não há ninguém que seja melhor que eu no arco-flecha, e eu ao menos eu sei erguer a espada.

O mato fazia cócegas nos meus pés, a brisa suave batia contra o meu rosto. Fechei os olhos para apreciar o breve momento de paz, logo sou despertada por barulho de cavalos. Vejo três pessoas em cima de seus respectivos cavalos indo em direção a minha casa, comecei a correr em direção a eles.

Vejo Irene me aguardando na porta, a julgar pelo seu semblante era um novo trabalho. Nos éramos assassinos de aluguel, matávamos para sobreviver. Eu estava ansiosa para finalmente receber o meu trabalho e provar a todos o meu valor, mostrar a eles que estavam errados ao meu respeito.

— Trabalho novo? — indaguei ofegante, Irene tinha algumas mechas de cabelo grisalhas. Ela puxou meu braço e me levou para dentro.

— Sim, é um cliente da realeza. — Arregalei os olhos.

— Pensei que a realeza era contra esse tipo de trabalho, quem é o alvo? — ela deu os ombros.

— Eles só são contra quando não é do interesse pessoal, ainda não sabemos o alvo. — Eles estavam na sala discutindo sobre o alvo com o senhor Li, Irene cruzou os braços.

— É um alvo difícil, por isso tem um preço elevado. — Senhor Li disse sorridente, olhei para Irene.

— Precisamos dele morto antes da coroação da nova rainha, vocês terem exatos um ano. Qual é o seu preço? — O mensageiro disse, Younjae enviou um sorriso presunçoso ao senhor Li.

— Podemos entrar em um acordo, o rei Kim terá seus últimos momentos de vida.

Minhas mãos foram até a boca, estavam encomendando a morte do rei! A seleção estava próxima, será difícil entrar no castelo. Esse trabalho custaria caro, um preço que só alguém da nobreza conseguiria pagar. A morte do rei deve ser por motivos políticos, seria um trabalho perfeito para eu conseguir mostrar todo meu potencial.

Primeiramente eu teria que conseguir o trabalho, depois eu teria que estudar o castelo e a rotina do rei para que eu possa invadir e matar ele em uma distância segura. Um trabalho que me traria muita glória e respeito por aqui, tudo que eu sempre quis! Só tinha um problema, eles nunca dariam um trabalho de tamanha importância a mim. Eu poderia tentar persuadir o senhor Li, digo, meu pai para conseguir mas a decisão final depende de Irene.

Não sei por quanto tempo eu fiquei presa nos meus pensamentos, só sei que quando voltei a realidade Younjae e Hyunjin estavam rindo da minha face. Revirei os olhos e caminhei sorrateiramente até o meu quarto, se eu quisesse esse trabalho teria que treinar. Peguei meu arco e desci as escadas passando diretamente pelos meus irmãos, olhei fixamente para os alvos e puxei a corda para que eles começassem a se mover.

Suspirei antes de começar, meus movimentos eram rápidos e precisos. Peguei uma das flechas que tinha como por fogo na ponta, fui até a fogueira e estendi a flecha. Ela queimou, precisava ter uma mira precisa e ser rápida. Olhei para o alvo que ficava distante e mirei, meu coração batia fortemente contra o peito, disparei.

A flecha acertou em cheio o alvo, suspirei aliviada. Palmas tomaram vez atrás de mim, virei assustada encontrando o mensageiro, seus homens, meu pai e Irene me encarando.

— Queremos ela! — disse o mensageiro, meu pai e Irene arregalaram os olhos.

— Mas.. — o mensageiro estendeu a mão, o ato calou meu pai.

— Ela é incrível, nunca vi alguém ser tão boa com um arco como ela. Se tem alguém que pode cuidar deste trabalho é está jovem.

Minha boca estava aberta formando um "o", meu pai parecia tão em choque quanto eu. Assim que o mensageiro foi embora eu corri até meu pai, ele me deu um olhar de advertência.

— O que você pensa que estava fazendo? — questionou-me, Irene estava ao seu lado me encarando fixamente.

— Eu estava treinando, não sabia que vocês estavam ali. — Meu pai me analisou, coloquei minhas mãos na cintura. — E então o trabalho é meu?

Todos começaram a rir, tínhamos uma equipe de várias pessoas porém certos trabalhos não podiam ter muitos soldados juntos. Provavelmente meu pai estava pensando em Hoseok para fazer esse trabalho, ele teria que implorar a Hoseok e dividir metade do dinheiro. Hoseok era o melhor soldado que tínhamos, mesmo que ultimamente ele tenha se afastado desses tipos de trabalho.

— Papai, você viu o que o mensageiro falou. Eles me querem pro trabalho, e o Hobi já disse que não quer mais sujar suas mãos. — Meu pai baixou o olhar, virei meu rosto para encarar Irene.

— Ela tem razão, eles querem ela. Podemos mandar Jackson com ela, não queremos causar a fúria dele.

— Ela ainda não está pronta, tem muito o que treinar ainda. — Meu pai protestou, não entendia o porquê ele não queria me dar um trabalho. Todos meus irmãos já tinham feito algum, exceto eu. — Fora que é um trabalho muito complicado e complexo para ela, ela nunca fez nenhum trabalho.

— Porque vocês nunca me dão. Pai, eu me destaquei em tudo! Sou melhor que meus irmões em todas as artes marciais e ainda domino o arco-flecha.

— Mas não domina totalmente uma espada, você foi um fiasco no duelo de espadas mês passado. — disse impaciente, meus irmãos riram baixinho.

— Mas eu sei manusear uma, conseguiria muito bem usá-la ao meu favor. — suspirei frustrada, eu sou boa o suficiente para cuidar disso. — Pai, eu só lhe peço um voto de confiança.

— Deixe a menina, ela não irá sozinha. Caso ela falhe, então vamos ter a resposta que esperamos a anos, e assim Jackson finalizará o trabalho. — Irene disse cansada da discussão, meu pai abriu a boca para protestar mas Irene completou: — Isso está fora de discussão, eles pediram a Sooya, então eles vão ter a Sooya.

— Ótimo, não irei decepcionar vocês!