𝐌𝐚𝐭𝐞 𝐨 𝐑𝐞𝐢 𝐊𝐢𝐦 | Jinsoo

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐𝟏

Respirei fundo a brisa suave, eu brincava com o tecido rosa do meu vestido. Suspiro fundo deixando barra de lado e pegando uma uva verde, barulho de passos se tornam presente. Viro-me para ver quem é e lá estava, seu rosto esculpido por Deus, pele clara, cabelos vermelhos e um vestido com estampa de flores.

— Você não me esperou, mocinha? — Falou suavemente, meus lábios traçaram em um sorriso.

— Foi mais forti que eu, mamãe. — Pisquei os olhos de forma adorável.

— Você merece um punição... mas qual eu deveria dar? — Mamãe colocou o dedo no queixo, eu estava atenta. Ela agachou e puxou minhas perninhas. — Já sei!

Então ela começou seu ataque de cócegas, eu estava rindo descontroladamente. Bagunçando seus cabelos vermelhos.

— Pala mamãe. — Falei entre risos.

Acordo ofegante e suando, passo a mão pelos meus cabelos. Levanto da cama trêmula e fui até a janela, afastando a cortina um pouco para o lado, eu observei o amanhecer.

Foi apenas um sonho. Eu repetia para mim mesma, todavia não conseguia me convencer.

Aquela mulher... era claramente a duquesa Ji-ae, então por que eu estava chamando-a de mamãe?

Eu sou um caso de uma noite com um desconhecida, papai falou que nove meses depois dele ter se relacionado com uma mulher. A mesma bateu em sua porta deixando-me para trás, nunca tive vontade de conhecê-la. E isso não mudou agora.

Mas não posso mudar o quão esquisito foi esse sonho, eu devo estar muito envolvida com esse caso da duquesa.

Me afastei da janela e caminhei lentamente para o banheiro, precisava por minha cabeça em outro lugar. Ficar investigando esse caso não tem me feito muito bem, entrei na banheira. A água estava morna e totalmente relaxante.

Puff... todos aqueles pensamentos somem.

Ainda em completo silêncio eu me seco e vou para o closet, pego o primeiro vestido que vejo e coloco. Me arrumei quase que completamente, faltando apenas a maquiagem. Esperei Dahyun sentada na cama, voltei meus pensamentos para meu plano de acabar com a alteza.

Confesso que pensar sobre o meu plano se tornou algo deprimente, não tenho mais tanta vontade de fazê-lo. Porém sei que tenho que fazer.

Alguns minutos depois Dahyun adentra no meu quarto, ela espanta comigo acordada e arrumada.

— Aconteceu alguma coisa? — Indagou preocupada, eu balancei a cabeça.

— Apenas tive um pesadelo e não consegui dormir mais, poderia me maquiar?

— Claro!

oOo

Hoje seria um dia livre, ótimo para começar a preparar tudo para meu plano e se sobrar algum tempo estudar o caso da duquesa. A curiosidade tem me dominado cada minuto mais, beberico mais um pouco do meu café.

Jennie estava conversando com Meredith, eu estava presa nos meus devaneios. Ao fim do café da manhã, eu sai junto das meninas. Antes que eu pudesse atravessar a porta, fui puxada para trás.

— Me acompanhe.

Pude ver Jennie sorrindo antes de me virar para acompanhar o rei, ele estava sério o que me causou arrepios.

Eu fiz alguma coisa? Será que ele descobriu? Oh céus! Se ele descobriu, o que pretende fazer comigo?

Meu coração se acalma quando nos aproximamos do jardim, afinal, eu não seria morta no jardim real. Principalmente, porque as outras meninas poderiam ver. Seok-Jin olha para trás e quando vê que não tem ninguém, ele abre a porta secreta.

Tá bom, eu não estou mais tão despreocupada assim. Quem deve, teme!

— Aonde estamos indo? — Indaguei, me obrigando a parecer calma. Ele me analisou por alguns segundos.

— Você vai ver. — Respondeu simplesmente, franzi o cenho e voltamos a andar.

Olhei para os lados, se eu fosse correr teria que ser agora. Quando chegar lá vai ser tarde demais, aqui eu poderia ter alguma chance. Ou melhor, eu poderia matá-lo acertando uma pedra na sua cabeça e sair correndo, não deve ser tão difícil assim.

Ele soltou minha mão, esse era o momento perfeito. Mas eu não sai de perto dele, continuei acompanhando e não demorou para eu conseguir enxergar um tapete com várias comidas. Era um piquenique!

Espere! Eu estou em um encontro com o rei?

O rio em que eu vi o rei banhar estava logo atrás, era alguma piada? Se foi uma referência, eu amei!

— Chegamos. — Falou sorrindo, olhei nos seus olhos.

— Uau, isso é...

As palavras pairaram no ar, sem saber como completar eu apenas fui até o tapete e me sentei. Ele fez o mesmo, lá iniciamos uma conversa leve e amigável.

— Deve ser difícil. — Falei, ele me encarou.

— O que?

— Governar tudo isso sozinho.

— Ah sim, é realmente muito difícil. Por isso preciso de uma rainha, na qual me ajudará governar tudo isso. — Peguei uma uva verde e levei até a boca. — No início foi bem mais, eu era muito novo e tinha acabado de descobrir que meu pai tinha partido.

Eu engasguei, arregalei os olhos e o encarei.

— Como?

— Só entra um novo rei, depois da morte de outro. — Explicou brevemente.

— Sim, eu sei. Mas você teve que governar assim que descobriu que seu pai tinha falecido?

— Infelizmente, eu tive que tomar decisões de como seria o enterro até de como contar para todos. Em seguida tive que pensar em maneiras de fortalecer o reino, depois que a notícia se espalhasse. Nossos inimigos tentariam atacar, um adolescente não é o mais indicado ou o rei mais forte.

— Urgh, isso é péssimo!

Ele riu baixinho.

— Foi horrível, poucos dias depois foi minha coroação. Eu estava tão abalado que nem consigo me lembrar direito dela, meus pensamentos eram voltados ao meu pai e ao reino.

Fiz um biquinho.

— Pensando pelo lado bom, ao menos agora não terá que reinar sozinho. — Fiz uma pequena pausa, ele me olhou. — Visto que escolherá uma rainha muito em breve.

Ficamos nos encarando em silêncio, seus olhos voltaram-se para meus lábios. Segurei a respiração. Meu olhar alternava entre olhar nos seus olhos e em seus lábios carnudos.

Ele se inclina para frente, meu coração se transformou em um tambor. Me inclinei um pouco também, ele colocou uma de suas mãos no meu pescoço e puxou-me para mais perto.

Eu deveria matá-lo e não beija-lo!

Tarde demais, seus lábios colaram nos meus. E eu odeio amar isso, odeio como meu coração se torna um traidor quando ele está por perto.