𝐌𝐚𝐭𝐞 𝐨 𝐑𝐞𝐢 𝐊𝐢𝐦 | Jinsoo

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐𝟒

Eu escutava sussurros e suspiros apaixonados por todos os corredores daquele imenso castelo, o rei estava na busca implacável de achar sua rainha o quanto antes. Ele estava focado em achar a escolhida, isso estava me deixando de cabelo em pé. Ele não veio falar mais comigo, nada além de cumprimento cordiais.

Ele tem que conhecer suas opções, eu não quero ser a escolhida. Na verdade nem existe uma escolhida, ele vai morrer antes de ter a chance de se casar.

Para isso eu tenho que me concentrar no meu plano, fazer ele dar certo. Preciso tirar SeokJin da minha cabeça, apesar que planejar sua morte não é a melhor forma de tirá-lo dos meus pensamentos.

Merda.

Fui para meu quarto, peguei um papel na escrivaninha e a pena com a tinta. Então comecei a listar o que precisaria saber e fazer para conseguir desenvolver o plano perfeito e acabar de vez com isso, não posso perder tempo.

• Uma planta do castelo, onde fica cada coisa. Atalhos para ir para lugares mais rápidos, útil para minha futura fuga.
• Horário de troca dos guardas, juntamente com horário de almoço. Para assim não ter nenhum por perto quando matar o rei.
• Uma rota de fuga, preciso de uma rota para conseguir voltar para minha casa assim que finalizar a missão.
• Local para execução do plano.
• Um bom motivo para atrair o rei para a emboscada.

Bom, acho que isso é o principal. Tenho que achar o lugar ideal para execução, o jardim é uma boa opção. Talvez a melhor que tenho, preciso apenas observar o horário de troca dos guardas, quanto tempo leva e como fazer eles se atrasarem.

oOo

Acordei com o barulho de um trovão alto, olhei em volta e vi que o sol já estava pondo-se.  Olhei para os papéis, eu tinha começado a desenhar a planta do castelo. E então levantei, guardei tudo na gaveta e fui até o banheiro e tomei um banho demorado. Vesti um vestido azul claro, a manga dele era longa, as bordas dele eram douradas. Fiz uma trança no meu cabelo e sai do quarto, ninguém tinha ido para o salão jantar ainda. O que era um bom sinal, não posso perder o jantar.

Olhei para o enorme relógio que ficava em uma sala, os ponteiros marcavam 17:57 da tarde. Suspirei e fui até a cozinha procurando Eun Yeong-ro, chegando lá vejo que ela estava arrumando a cozinha sozinha.

— Oh, Jisoo. — Falou em tom de supresa, sorri para ela.

— Vim lhe ajudar. — Ela arregalou os olhos e começou a balançar a cabeça.

— Não precisa!

— Precisa sim, tem um monte de coisas para fazer antes do jantar e você não terminará a tempo sozinha. — Falei, fui até a pia. — Não me rejeite, estou entediada.

— Você está na nobreza, não pode fazer esses afazeres! — Disse horrorizada.

— Nunca fui da nobreza, fui criada com dois irmãos e definitivamente não tenho nenhuma frescura. — Comecei a lavar os pratos, o olhar de Eun Yeong-ro variava entre admiração e horror.

— Veio saber mais sobre o massacre? — Indagou, eu assenti.

— Sim, não sei bem o porque. Só sei que esse massacre me chama muito a atenção, eu acho que tem algo que todos deixaram passar. — Admiti, Eun concordou.

Terminamos de arrumar a cozinha em silêncio, sequei minhas mãos e acompanhei Eun até a biblioteca. Nós sentamos em um sofá no canto, ela me mostrou todos os registros que tinha ali sobre o massacre. Não fazia sentido algum ser algo apenas para saciar o desejo sádico de alguém, é algo minuciosamente planejado.

"Os corpos foram encontrados cada um com uma marca de 'x' no pescoço, sem marcas de tortura. Apenas um assassinato em massa, sem tortura. Como se aquelas pessoas só quisessem saciar seu desejo de sangue. Nenhum pertence de grande valor foi assaltado, apenas o colar que a duquesa utilizava."

— A morte foi encomendada! — Eu gritei, Eun me encarou confusa.

Era óbvio, o "x" era a marca registrada do grupo de assassinos de aluguel, antigamente existia uma marca registrada de cada grupo de assassinos. Não existia tortura, eles só queriam matar. Nenhum dos assassinos tinha algo contra aquele povo, eles só estavam fazendo o trabalho deles.

— Mas quem iria querer o duque e a duquesa mortos? — Questionou-me confusa, lambi os beiços.

— Pessoas que não queriam que eles se tornassem membros reais, afinal a filha deles era prometida ao rei. Não é? — Ela assentiu, estralei os dedos. — Encomendaram a morte na esperança que o Rei prometesse seu filho a alguma outra mulher.

— Não consigo imaginar ninguém com essa malícia, senhorita Axel. — Falou delicadamente.

Tão inocente, da mesma forma que encomendaram a morte do rei. Encomendaram a morte do duque e da duquesa, provavelmente uma pessoa frustada com o fracasso do plano primário. Tenho certeza que essa seleção foi o motivo, o fato do rei decidir fazer uma seleção ao invés de escolher uma mulher da nobreza foi o cúmulo para alguém.

— Existem muitas pessoas traiçoeiras, principalmente quando envolve política. — Falei delicadamente, ela pressionou os lábios. — Muitos matam e morrem por seus interesses pessoais, acho que foi mais um caso.

— Entendo seu ponto, mas...

— Veja bem, — Interrompi ela. — Não tem como ser um grupo de saqueadores, porque eles não levaram nada além do colar que a duquesa usava. Levaram como prova que foram eles que mataram a duquesa.

— Oh céus, pior que realmente você tem razão!

— Isso estava na nossa cara o tempo inteiro, como não percebemos?

Uma fatalidade, provavelmente o mesmo que encomendou a morte do rei kim. Foi o responsável por encomendar a morte do duque e da duquesa.

— So uma coisa não faz sentido, senhorita. — Disse de repente, eu comecei a suar frio e a tremer. — O que aconteceu com a pequena filha do duque e da duquesa?