𝐌𝐚𝐭𝐞 𝐨 𝐑𝐞𝐢 𝐊𝐢𝐦 | Jinsoo

𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐𝟎

Eu estava mais que curiosa sobre o massacre, muito mais do que antes. Algo me chamou a atenção nesse massacre - não só pelo fato da garotinha ter o mesmo nome que o meu falso. Alguma parte dessa história não foi muito bem contada.

— Com licença, senhora... — deixo ela terminar com seu nome.

— Eun Yeong-ro, alteza. — sorriu.
Por que eu odeio tanto que as pessoas me chamem de alteza?

— Apenas Jisoo, Eun.

Ela pareceu surpresa pelo meu nome, arregalou os olhos, me olhando desconfiada.

— Você tem o mesmo nome da duquesa perdida...

— Eu notei isso também, mas acho que é pura coincidência...

Uma coisa que eu sou boa desde pequena é mentir, apenas não sabia que isso viraria um dom. Parece que nesse castelo tenho que mentir até sobre quem eu sou. Eu sou uma assassina, não uma princesa digna de um trono. Outras meninas estão fazendo de tudo para conseguir ser a rainha, enquanto eu, estou apenas aqui para matar a única pessoa que pode mudar a vida delas.

Céus, eu sou uma pessoa tão ruim assim?

— Pode ser. — seu sorriso foi sincero, mas eu conheço as pessoas, sei que no fundo, ela ainda está me analisando, desconfiada.

Não julgarei.

— Hm... você sabe mais sobre esse massacre? — perguntei, curiosa.

— Ora, menina. Não falamos muito sobre esse assunto aqui no castelo, sabe? É algo bastante sensível, principalmente para Seok-Jin.

Franzi as sobrancelhas. Seok-Jin? Por que ele ficaria abalado com essa história?

— Por que ele fica sensível com essa história?

— Ele estava prometido a Jisoo, eles iriam se casar, no caso, se ela estivesse viva, eles se casariam nesses tempos para cá. Mas já que ela nunca foi encontrada, a declararam como morta.

— Por isso ele está fazendo tudo isso? — perguntei.

Séria essa a resposta para ele ser tão frio?

— Sim. Ele ainda acredita que ela está viva, só que em algum lugar. Mas também, está fazendo tudo isso para encontrar sua rainha, para assim, talvez, substituir Jisoo.

Isso está ficando cada vez mais interessante.

oOo

Já são 3 da manhã, e apenas agora que estou indo dormir.

Eun me ajudou até agora. Investigamos bastante o caso, mas tudo nos levava até o final. Que a filha do duque nunca foi encontrada e que foi dada como morta. Não sei se adiantou alguma coisa, mas me interessei pela história. Amanhã - no caso hoje - irei até a biblioteca real para ver se encontro algum livro sobre. Espero que tenha.

Andei de passos pequenos até meu quarto, cambaleando a cada passo por conta do sono. Minha cabeça estava a mil com todas as informações que consegui, e eu com certeza não conseguiria dormir direito, pois amanhã infelizmente tenho aula de boas maneiras.

Cheguei no meu quarto, as cortinas estavam abertas deixando a luz que a lua transmite de noite, e também alguns postes de iluminação do jardim. Ele também estava deserto, mas alguns guardas estavam ali, com a posição de sempre; pernas coladas, espada na cintura, com uma mão a segurando, e o outro braço colado com o tronco e por último, o olhar de águia, completamente atento a cada movimento suspeito - até mesmo do vento.
Capotei em minha cama, sem ao menos me cobrir com a coberta. Acordei com alguém me cutucando, reclamei, pois queria dormir mais. Percebi que era Dahyun, me levantei quase tropeçando até o banheiro.

— O que aconteceu com você? Meu Deus! Você está com olheiras enormes! O que deu em você?

Eu ainda estava grogue de sono, mas conseguia entender o que ela tinha me falado. Eu não poderia falar para ela que fiquei investigando o caso do massacre e da garotinha perdida. Por isso, falei o que qualquer pessoa com olheiras fala:

— Não consegui dormir direito, estava nervosa.

— Certo, mas não faça mais isso, por Deus!

Ela me deu banho junto com as outras duas ajudantes, e na hora de colocar minhas roupas, Dahyun passou uma maquiagem mais forte do que das outras vezes. O mais engraçado foi que cobriu todas as olheiras.

Fui para a fila e vi Jennie, estranhei por um momento não ver Rosé ali, mas logo me lembrei que provavelmente, ela deve estar preparando suas coisas para o casamento. Jennie veio até mim sorrindo, e logo fomos andando até o salão principal. A professora já estava à nossa espera, junto com Seok-Jin. Maravilha, estou com sono e hoje a aula é com a presença grandiosa do rei mimado, tem como meu dia piorar?

A aula estava andando, quer dizer, para as outras, porque para mim, ao invés de me despertar, me fez ter mais sono. No momento em que vi que não era nada importante, deitei minha cabeça no ombro de Jennie que estava ao meu lado e tirei um cochilo - que tenho certeza que não durou mais de 5 minutos, e logo senti ela me cutucando.

- Soo, acorde! O Rei está olhando!

No impulso acordei. Tentei esconder minha feição grogue de sono, senti os olhos de Seok-Jin em mim, congelei na hora.
Será que ele realmente tinha me visto cochilar?

oOo

Depois da aula, no meu tempo livre, fui correndo até a biblioteca. Não tinha ninguém ali, o que me fez comemorar. Procurei por todas as prateleiras velhas algum livro sobre o massacre, e por incrível que pareça, consegui achar, senti uma vitória e sorri, ainda cansada. Peguei o livro que parecia ter umas 800 páginas.

Me virei rapidamente para me sentar em umas das mesas que tinha lá, dando de cara com um peitoral vestido com roupas de reiais.

Céus, não pode ser...

— Eu deveria te alertar que é bem desrespeitoso cochilar durante uma aula de boas maneiras, principalmente perante ao rei. — aquela voz, eu conhecia muito bem. Quando dei por mim, estava presa contra a prateleira, com ele perto, mas muito perto.

— M-me desculpa, alteza... você está aqui para me advertir? — perguntei trêmula, pois ele estava perto demais.

— Você acha que tem que ser advertida, senhorita?