Cinco Noites Com Humantronics (Hiatus)

Capítulo 30 - Mais Passado (corrigido)

  Estive a pensar comigo mesma. Provavelmente ficaram curiosos por causa do Mike, obvio que ele não é homofóbico, porém ele não parece ser muito a favor da comunidade gay. Então não há melhor coisa do que talvez contar o seu passado para ficarmos mais esclarecidos.

ATENÇÃO: Este capítulo tem menções de abuso. E muita, muittaaa homofobia. Também tem leve auto-mutilação. Por favor, se não se sentem confortáveis com este tipo de temas não leiam. E se estão a passar por algum destes problemas por favor peçam ajuda, há pessoas que podem ajudar, vocês não tão sozinhos.

Autora Pov. On

Esta história começa quando Hazel Smith conhece Elliott Watt.

  Verdade seja dita, nenhum dos dois se lembra quando é que se encontraram, ou quando foi a primeira vez que se viram. Pelo menos com amor no olhar. Quando se apaixonaram já eram amigos há algum tempo, mas sem nunca terem interesse um pelo outro. Até que uma faísca apareceu entre os dois. Pena que a faísca não era assim tão brilhante.

  Hazel tinha o cabelo castanho cor de chocolate, como o do Mike — já percebemos para onde é que isto está a ir. Ela era uma jovem linda e que parecia iluminar qualquer lugar que ela entrasse com o seu sorriso, cheia de energia e sonhos. Simpatia abundante, e talvez demasiada. Também era muito inocente e por isso, é que caiu nas mãos do nosso Elliott.
O Elliott. Era um rapaz como qualquer outro. Não era bem-encarado, não se dava com qualquer um. Gostava de se meter em problemas às vezes. As pessoas nem sabem como é que a Hazel encontrou algo de jeito nele. Mas ninguém poderia negar que os seus olhos azuis eram lindos e tiravam a respiração a qualquer um. Óbvio que ele também tinha aqueles típicos clichés de um corpo bem-feito mais ou menos musculado. Claro, para quem estava pronto para se meter numa luta. Quem queria se meter numa luta. Sim. Agressividade. Era sua melhor amiga desde infância. E óbvio. Óbvio que ele tinha pavio curto.

  Quando os dois começaram a namorar tudo aconteceu muito rápido. Ela, como era um pouco envergonhada e este era o seu primeiro namoro, até achou que estava tudo muito bem, e que ele era o homem da sua vida. Mas ele sabia que se a perdesse nunca mais iria conseguir agarrá-la, e então, antes que isso acontecesse, pediu em casamento. Casaram-se. Mal conseguiu pôr as garras nela, prendeu-a.
Eram marido e mulher. Eram uma figura de uma família perfeita. Ele trabalhava voltava para casa, amava a sua mulher. Não olhava para outras. Ela ficava em casa, arrumava a casa. Então, era uma verdadeira dona de casa. E passado pouco tempo de casarem, anunciaram a gravidez. Hazel ia ter um filho. Um rapaz. Elliott estava animado. Iria fazer o filho uma figura de si mesmo!

— Elliot Junior! Não há melhor nome — ele comenta à sua mulher, mas ela não estava feliz com a escolha. — Ele tem de ser igual a mim.

— Será Michael — ela responde ser dar oportunidade a ele escolher. — Também é meu filho.

— Michael Elliot então.

— Certo — respondeu um pouco desanimada.

  Havia várias coisas erradas neste casamento. Mais do que se possa ser aceite. Talvez é o que Hazel diga a si mesma, pois não quer culpar o homem que ama. Mas, por exemplo: Hazel teve de desistir dos seus sonhos, só teve direito a realizar um, porém era um que ela queria realizar um pouco mais tarde. Teve direito a ser mãe. Os sonhos dela tiveram de passar a ser cuidar da casa, cuidar do homem, cuidar do filho. Não a interpretem errado. Pois, a criança ainda não havia nascido e ela já o amava. Mas tinha de ser assim tão rápido? Tinham de avançar assim com tanta pressa?
Podia até ser sufocante esta pressa. Porém, à exceção daqueles detalhes Elliot era o marido perfeito. Punha a mesa, ajudava a limpar, ajudava a cozinhar se fosse preciso. Tudo. Até nem era mau. Só tinha o pequeno detalhe que ele era um pouco antiquado. Dizia que as Mulheres tinham que ficar em casa, eram feitas para servir o homem. Sempre foi assim. E sempre será. Hazel torcia o nariz sempre que ouvia essa frase. Mas o que iria fazer? Estava grávida e prestes a ser a ter o filho dele. Precisava dele.