Lembre-se Sempre [Hagrid/Harry]

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Oi, eu queria deixar aqui que mesmo que eu não responda cada comentário eu leio todos, vocês fazem meus dias mais felizes, muito obrigada :))))

Essa também é meio que triste então peço desculpas de novo :/

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Sua marca ainda estava pairando no ar sobre a casa - grande, doentia e agourenta - quando Hagrid chegou a Godric’s Hollow.

Ele era um homem forte, mas não teve medo de admitir que quase caiu no choro ao ver a Marca Negra manchando a casa de Lily e James, a memória de sua família, não fazendo nada para esconder o buraco aberto no  telhado do berçário. A porta da frente havia sido quebrada para dentro, cacos espalhados em todas as superfícies do corredor, exceto um ponto em particular - aquele ocupado pelo cadáver ainda quente de James Potter.

James estava deitado de lado, o corpo esparramado nos primeiros degraus que levavam ao segundo andar. Seus óculos caíram de seu rosto em algum momento durante a luta e quebraram ao lado de seu corte e bochecha ensanguentada.

Hagrid não fez nada para conter as lágrimas desta vez e elas grudaram em sua barba como chuva em uma teia de aranha, criando pequenas gotas de luz refletida, cada uma mostrando uma imagem de James deitado no chão, os olhos arregalados e cegos. Hagrid ajoelhou-se e colocou a mão trêmula na cabeça do jovem, passando-a gentilmente pelo rosto para fechar os olhos.

Ele pensou em mover o corpo, colocá-lo de lado onde ninguém o perturbaria, talvez até cobri-lo com um lençol para preservar a memória de James como o jovem gentil e brilhante que ele havia sido, e não esta casca vazia. Hagrid não aguentava deixar James como estava, exposto e vulnerável na santidade da morte. Ele foi em busca de um cobertor, uma toalha, qualquer coisa para cobri-lo, e encontrou um cobertor de tricô pendurado nas costas de meio sofá chamuscado.

Ele não acreditava muito em qualquer tipo de religião, mas ao colocar um grande homem para descansar, Hagrid orou para que o verdadeiro James Potter, seu espírito ou alma ou essência, tivesse encontrado seu caminho para sua esposa e agora estivesse em paz.

O andar de cima parecia o mais intocável possível.

Isso deixou Hagrid inquieto. Era surreal. Deveria haver vidro quebrado no chão, uma arandela caída, retratos rachados pendurados tortos na parede, talvez até os restos de uma porta desabada por causa de uma enorme explosão - algum sinal de luta. Prova de que não foi fácil; que tirar a vida de uma família inocente teria repercussões visíveis além do imaginável.

A porta do berçário estava totalmente aberta. Hagrid teve que se abaixar para passar. Ele se preparou para encontrar mais mortes atormentando a casa dos Potter, então quase tropeçar no corpo de Lily descansando entre os restos de um berço dizimado fez com que a bile subisse por sua garganta, mas não o quebrou. Hagrid deixou essa tarefa para o bebê Harry.

Um barulho vindo de um canto escuro da sala assustou Hagrid. Ele ergueu o guarda-chuva e apontou para o local onde podia ver o contorno de algo que mal se movia.

"Quem está aí? Mostre-se.”

O barulho ficou mais alto e Hagrid conseguiu distinguir um choro intercalado com palavras soluçadas.

“D — desculpe, desculpe. Prometi a ele - prometi a eles ... James e Li - Lily ... Harry ... filhote ... eu não - sinto muito ... minha culpa, tudo minha culpa ... ”

Harry Potter E Outras HistóriasWhere stories live. Discover now