Heartbreaker

14 - Company and embraced

Addison Moore

Canadá — 2016

"Essa é a nossa última noite, mas já está tarde
E estou tentando não dormir
Por que sei que quando eu acordar
Eu vou ter que sumir daqui
E quando a luz do dia chegar eu vou ter que ir
Mas essa noite vou te abraçar bem forte
Porque quando a luz do dia chegar nós estaremos separados
Mas essa noite preciso te abraçar bem forte".

Olhei para Angel e quis pular em cima dela, estapeá-la até que ficasse sem fôlego e seu rosto tão roxo quanto o do Barney. Porque era isso que ela merece.

Agora eu estava começando a entender porque Justin resolvia tudo assim.

Ela não podia ter feito aquilo, chegado tão baixo ao ponto de tentar me jogar para escanteio usando uma das coisas que mais me atrapalham, que eu não tenho nenhum orgulho. A minha má reputação, os garotos. A droga daqueles vídeos. E Angel já tinha me falado várias vezes sobre isso em nossas discussões, ela sabia que poderia me fazer perder de vez a vaga e eu inocente nunca nem pensei nessa hipótese.

Alguma coisa dentro de mim ainda pensava que ela tinha pelo menos um resíduo de bondade, mas eu estava muito enganada.

Eu nunca imaginei que ela fosse sair me gravando por aí, como se estivéssemos gravando um filme ou documentário sobre minha vida. Eu infelizmente era a chacota principal, a atração do show de horrores. E um belo nome seria "como foder a vida da vadia da Addison". Por que é isso que eu sou, certo? Eu não passo de uma vadia para todos, eles não me veem mais do que só a garota que fode atrás do muro com qualquer um.

Eu sou resumida a isso, mas eu não quero ser só isso.

Angel não precisava gostar de mim, até mesmo ser simpática ou me ajudar com a vaga, porque entendo que estamos em uma disputa por ela, mas limpa, certo? Pelo menos da minha parte.

Lágrimas escorreram pelo meu rosto e me senti derrotada, nocauteada por ela. A angústia era terrível e tão ruim quanto o gostinho da perda que havia nos meus lábios.

Yale de sonho se tornou um pesadelo. Um grande pesadelo, qual estou presa com Angel.

— O que significa isso? — Decano perguntou, me olhando com uma expressão nada boa.

Eu sabia que ele queria uma explicação vinda de mim, porque ele sabia o que aquilo significava, mas mesmo assim queria um posicionamento meu.

Tomei fôlego e coragem para falar, porque também não adiantava mais.

— Eu — solucei —, Eu não vou mentir, até porque tem provas, né?! — ri sem humor, chorando ao mesmo tempo. — Sou eu nesses vídeos e nessas fotos, sou eu com esses garotos em poucos intervalos de dias, mas senhor Decano, eu gostaria de dizer que eu não sou só isso, só uma garota que sai ficando com vários por aí, não muda o meu valor por mais que ache isso. Eu sou uma boa pessoa, uma boa amiga, uma boa filha e principalmente uma boa aluna que com certeza se sairia muito bem em Yale. Essas fotos não me fazem ser uma pessoa ruim ou sem valores, nada disso não me reduz. Não diminui meu caráter e nem minhas notas — pausei — Caráter com certeza eu tenho mais que muitas pessoas que talvez não ficaram com tantos garotos como eu, mas que tem o prazer de machucar os sentimentos dos outros, jogando sujo — disse olhando diretamente para Angel, que me lançou um sorriso irônico. Ela estava feliz de ter me colocado nessa situação de merda — Eu queria muito ter a chance de ir para Yale, desde os quatorze anos eu sonho com isso, é uma meta de vida sabe? Ir para uma grande universidade, mas eu não vou ficar me humilhando e nem humilhar ninguém para conseguir isso. Os meus valores podem não serem suficientes para Yale, mas acredite; para mim são — Angel revirou os olhos em puro tédio e eu voltei a olhar para Decano, que me encarava com uma expressão indecifrável — Muito obrigado por pelo menos ter tentado me ouvir, eu sou muito grata a isso. E Angel você é desprezível, espero mesmo que você consiga essa vaga e vá para bem longe, porque só de olhar na sua cara eu sinto nojo.