24 - Capítulo 24

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"A arte de amar é oferecer um pedaço da própria raiz para que outra planta cresça e floresça. Está em um ambiente cheio de ervas daninhas impede que outras plantas se desenvolvam, fazendo assim como que desapareçam, porém existem as rosas que crescem em cima dos penhascos desafiando todo o perigo. Me ferir já não importa nesse jardim sou a luz, sou o sol, sou a água, sou a sustentação do emaranhado mundo da minha erva daninha, eu sou a sua rosa".

Estou em frente ao espelho imaginando inúmeras possibilidades do que está por vim. Hoje é o casamento do Picasso com a Bella já passaram-se meses desde que entrei pela primeira vez na mansão dos Fortunne. Meu pai sumiu, meu irmão é um verdadeiro psicopata, mama com certeza está definhando aos poucos de tamanha tristeza então preciso agir mesmo que custe minha liberdade para sempre.

- Vamos, Aleli. - Geovanni entra no quarto me olhando de cima a baixo vendo-me com um belo vestido branco, cabelo bem penteado e o meu habitual colar de rubi.
- Estou preparada mas antes precisamos ir em um lugar.
- Aleli, mantenha o foco, ok?

Geovanni estende os braços para mim e encruzo o meu no dele. Saímos do ambiente em um silêncio ensurdecedor , paramos em frente a um linda porta de cor dourada, Geovanni expressa:

- Seja forte e corajosa, não abaixe a cabeça e lembre-se que não tem mais volta.

- Quando ouvir duas batidas abafadas você entrar, ok ?
- Sim.

Abro a porta, deixando o Senhor calmaria do lado de fora, entro no ambiente que está repleto de margaridas e me pergunto se isso tem algum significado, o quarto é amplo com tons de branco e amarelo.

O casamento será em uma igreja tradicional bem distante da propriedade no qual me encontro, Picasso não iria arriscar que soubessem seu refúgio.
Nesse momento Bella está em frente do espelho de corpo inteiro, com um lindo vestido sereia, calda gigante, um lindo Gucci.

- Isabella? - Minha voz sai em um fio.
Bella vira-se e me analisa de modo curioso.
- Você veio desejar-me uma boa lua de mel ?

Caminho em direção a janela com um silêncio constrangedor, observo a imensidão do jardim, todas aquelas flores são lindas mas nada supera as lindas rosas que estão centralizadas, demostrando toda a sua possível inofensidade.

- Bella, há uns anos eu entrei no quarto do meu irmão pela primeira e única vez dentro daquele castelo, Raul praticamente morava em uma das inúmeras torres da propriedade de Pierre. Entrei e averiguei o ambiente por completo mas sabe o que me chamou atenção? Ele tinha em um quadro a foto da Bela e a fera mas não foi só isso que me surpreendeu, abri uma das suas gavetas e lá estava a foto de uma garotinha negra, olhos castanhos mel, cabelos lisos escuros e aparentemente a foto foi tirada em frente a uma grande estrutura. Bella, o que você esconde?

Bato uma das mãos na cômoda e alguns objetos caem.

- Aleli, porque você está inventando isso agora? Porquê o Picasso resolveu casar-se comigo, não conheço seu irmão e também não pretendo, daqui a pouco eu serei feliz para sempre, seirei uma das senhoras mais estruturada nesse mundo maldito, terei fama, poder, sucesso é para isso que nasci.

Aproximo-me dela vagarosamente, pisando no lindo chão de madeira polida, passo pela mesma que volta imediatamente ao seu espelho, admirando-se.
Bato novamente as mãos na porta e dou as costas para ela.
Observo Enrico entrar com um lenço nas mãos , paro na porta e vejo seu olhar triste pela primeira vez.

- Enrico, não pense duas vezes.
- Faço isso por ela, não por você.
- Você faz isso por você, ninguém, além de você.

Caminho porta a fora e ouço pequenos gritinhos vindo do quarto, tento recuperar-me e caminho em direção ao estacionamento, onde está me esperando Geovanni afinal Lorenzo já se encontra na igreja.

Aconhego-me no automóvel e estamos ambos em silêncio, no momento que paro em frente a uma igreja, repleta de margaridas na entrada, ouço pessoas em um frenesi dentro, saio do carro e noto que estou atrasada, Geovanni por sua vez me observa e pega algo no banco de trás, um lindo buquê de rosas vermelhas sinto-me acuada, porém, agarro o mesmo com afinco.

- Ei, lembre-se que independe de tudo eu sou um lorde.
- Você é um maldito manipulador, sentiu minha tensão e tentou diminuir dando-me flores.
- Você está pronta e sei que sente isso, este é o seu momento.
- Posso fazer uma pergunta?
- Seja breve.
- Na minha saída do hospital quem orquestrou aquele atentado?
- Salvatore.
- Meu irmão, estava envolvido?
- Provavelmente não mas agora por favor entre antes que Picasso inicie uma carnificina.

Seguro firme o buquê, me despeço de Geovanni e sigo pelo lindo tapete vermelho até entrar na linda e grandiosa igreja.

Todos viram-se para mim e sinto meu coração bater em pânico, as minhas mãos estão suando, todos estão se perguntando o porque de uma jovem loira está entrando em trajes de noiva, o vestido era simples porém muito bem comportado ao meu corpo.
Observo Picasso com os olhos cor de sangue em minha direção, ele está tão furioso que posso sentir de longe.

Por fim chego no altar, Picasso lança um olhar para todos que estão no ambiente e o burburinho cessa, depois diz próximo ao meu ouvido.

- Quando chegarmos em nosso local de lua de mel, irei fazer arrepender-se de ter tomado tal atitude.
- Picasso, já aceitei o meu destino.

O padre mesmo espantado inicia a cerimônia com toda a sua pomposa voz de calmaria, na troca de alianças observo Picasso engolir seco mas sem olhar para os meus olhos insere a aliança nos meus dedos, o mesmo apenas observa também que estou com o colar mas logo recupera sua postura de chefe da máfia.

Ao final do casamento, caminhamos sob a chuva de arroz, entramos no carro negro com vidro a prova de balas e logo o mesmo trata de arrancar as flores das minhas mãos, Picasso a todo momento tenta conter o demônio dentro de si.

Após horas no carro chegamos a uma casa de praia, uma visão explendida do mar faz meu coração se sentir leve mas a escuridão se apossa dele quando Picasso arrasta-me para dentro do imóvel o mesmo aperta meus braços com tanta força que sinto-me mole.

A noite se faz presente, sou levada até um quarto e lá sou jogada, em meio a tanta escuridão ouço coisas sendo quebradas, como se a casa estivesse sendo destruída, talvez o chefe da Fortunne nunca foi tão contrariado em toda sua vida e estava tentando não me mata extravasando em bens materiais.

No meio da noite ouço a porta se abrir e uma voz soar.

- Levante-se, fique completamente nua e desça, você tem cinco minutos, não ouse atrasa-se.

CRIMINAL LOVE - LIVRO 1 - SÉRIE GUNS AND FLOWERS - REESCREVENDO Where stories live. Discover now