32 - Capítulo 32

333 20 0
                                    

Passaram-se cinco meses e estou com oito meses de gestação, o bebê se movimenta com frequência. Meu rosto, mãos e pernas estão todos inchados, sinto-me um balão de ar prestes a explodir os primeiros meses foram terríveis enjoou frequentes se fizeram presente em minha rotina, inúmeros exames e noites mal dormidas.

Picasso se mantinha a maior parte do tempo calmo e aguardando o tão sonhado bebê, ele em uma determinada madrugada acordou-me dizendo que era o homem mais feliz do mundo e mal esperava para ver o rosto dos meus pais quando olhassem o bebê em meus braços.

Decidimos não contar aos meus progenitores pois os mesmos adotaram um casal de gêmeos que foram abandonados em suas portas, ambos tinham apenas oito meses as crianças foram recebidas com todo amor e carinho aflorando neles o instinto de proteção e paternidade.

Mamãe não havia se recuperado da perda do meu irmão e acredito eu que isso jamais aconteceria, ela se quer questionou como um casal de gêmeos apareceram de surpresa em seu colo sendo que a segurança do Castelo é sempre reforçada todos os dias neste caso prefiro acreditar que talvez seja obra do destino.

- Dulce, organize um jantar estarei em casa mais cedo e chame os rapazes.
- Ei - seguro suas mãos antes de se afastar de mim.
- Diga dulce.
- Pode ser um almoço? No Jardim?
- Contanto que não seja exaustivo para você estarei de acordo.
- Picasso ? - Aliso seu terno italiano azul escuro que combina muito bem com seus olhos intensos, os traços do seu rosto bem desenhado e másculo sempre chamam atenção por onde ele anda. - Você precisa ir hoje? O que irá fazer?
- Aleli, existem problemas na máfia que somente o chefe resolve, por isso, tenho me ausentado pelo dia inteiro porque infelizmente este empecilho em especial tem se perpetuado mas você não precisa se preocupar com isso meu docinho.
Colha suas flores e coloque-as em um dos seus jarro favorito e assim mantenha-se longe de problemas.
- Aguardo você para o almoço, não se atrasa Senhor Fortunne.
- Tudo bem, Senhora Fortunne.

Diz dando um beijo cálido em meus lábios, vejo o mesmo sair e aguardo sentada na cama o barulho da porta trancando-se ecoar pelo quarto.

- Mama?
- Oi minha pequena flor.

Ligo para mama, pois, não aguento mais de saudades, a gestação sem ela está sendo um desafio para mim, estou tentando não chorar neste momento pois sua falta inunda meu coração.

- Que voz é está Aleli? Seu esposo a machucou?
- Mama, eu estou bem e Picasso tem sido um bom esposo.
- Então porque o choro?
- Mama, sinto sua falta, agora você só tem olhos para os gêmeos.
- Meu amor, que ciúmes bobo, coração de mãe nunca tem um filho preferido e os gêmeos são pequenos ao contrário de você que de pequena só tem o tamanho.
- Venha me ver mamãe. - Lágrimas inundam meu rosto, fazendo um caminho de dor e ardência, lembrando-me que o homem no qual durmo aconchegada todas as noite ceifou a vida do único filho da pessoa no qual daria minha vida, a culpa jamais deixará de existir no meu coração pois escolhi proteger o pai do meu bebê ao invés de dizer a verdade a mulher que me colocou no mundo.
- Meu amor, você tem apenas um ano de casada como queres que eu entre na sua casa? Com duas crianças de colo? Minha flor prometo que irei visitar-lhe quando os pequenos puderem andar de um lado para outro. Tudo bem?
- Mama. Eu te amo tanto. - O soluço já se faz presente em meu ser, minha alma dói e meu bebê começa a mexer-se de um lado para o outro e talvez esteja sentindo todas as minhas emoções.
- Eu e seu papa te amamos muito e ele mandou um forte abraço. - Um dos gêmeos inicia um choro que me irrita a audição.
- Meu amor tenho que ir Valentino ja está com fome e quero netos o quanto antes minha pequena flor.
- Obrigada pela conversa mama.

Desligo a chamada e deito-me de lado, arrasto o lençol de seda e coloco sob meu corpo dos pés ao pescoço assim aliso minha enorme barriga e canto para o bebê.

Picasso e eu decidimos não saber o sexo antes do nascimento mas algo em meu coração afirma que é uma linda ragazza.

Após algumas horas deitada levanto-me e caminho escada a baixo.

Chamo a doce senhora Justine para me auxiliar no almoço atípico, ela é empregada dessa casa a anos e quando cheguei a mansão ela levou comida até o quarto para mim algumas vezes mas naquela ocasião não sabia seu nome, a mesma é mãe de Tom, eles têm um apartamento em Milão mas a senhora se recusa a parar de trabalhar na mansão e continua a dormir em seu quarto nos aposentos dos trabalhadores e soldados da casa.

É hora do almoço e aguardo os garotos chegarem, observo de longe um cabelo comprido balançando ao vento, acompanhado de um outro mais sério e ereto e também um homem loiro vestido de terno preto se faz presente na imagem mas nada é igual ver a minha obra de arte cara andando como um lindo lobo pronto para me devorar, quando este almoço chegar ao fim a única coisa que quero é calvagar em Picasso como senão houvesse amanhã.

- Quanto trabalho Aleli, seu bebê não nasceu antes do tempo? - Lorenzo faz essa piada puxando uma cadeira e sentando-se prostrado as deliciosas comidas e na mesa de madeira lisa se encontram Foie Gras, Boeuf Bourguignon, Soup D'oignon, Pato, uma linda salada verde, Ratatouille, Arroz Italiano, uma garrafa de vinho tinto e outra de vinho branco.

Picasso se aproxima de mim e deixa um beijo casto em minha testa não desfaço o contato e coloco meus braços em seus ombros subindo nas pontas do pés até seu ouvido.

- Mais tarde eu te dou a sobremesa. - Chamas tomam conta do meu corpo quando sinto seu olhar em mim entendendo cada palavra proferida.

- Aleli porque você fez um arroz italiano em um almoço tipicamente francês? - Claro que Geovanni iria notar os detalhes da mesa.
- Porque eu estou com desejo de devora-lo juntamente com a Soup D'oignon.
- Você tem certeza do que está dizendo? - Os olhos de Lorenzo e Tom se expandem em total surpresa. Ford tenta afastar-se da mesa mas chamo o mesmo para o almoço ele olha para Picasso pedindo permissão que sinaliza em positivo com a cabeça.

Todos em seus devidos lugares observo que Geovanni come Foie Gras pela lógica ele tem motivos já que o Rei Luis XIV também era adepto deste prato peculiar, Lorenzo devora boeuf bourguignon como um selvagem ele tem estado meio primitivo após o sumiço de Enrico, Ford se limita a comer o Ratatouille e Picasso o Pato acompanhado da salada verde.

- Quero fazer um brinde. - Chama atenção a voz de Lorenzo.

Despejo nas taças dos indivíduos uma quantidade generosa de vinho tinto e Picasso me observa fazendo tal esforço e sussurra algo em meu ouvido quando aconchego-me na cadeira mas não dou tamanha importância e o mesmo apenas vira-se para os rapazes.

- Vamos brindar ao bebê da Aleli - Lorenzo mostra-se empolgado mas logo a timbre de Geovanni se faz presente: - Todos nós sabemos que é uma menina.

Em meio a risos nossas taças se chocam comemorando o momento mais importante da minha vida, eu tenho uma nova família e irei desfrutar disto com afinco.

CRIMINAL LOVE - LIVRO 1 - SÉRIE GUNS AND FLOWERS - REESCREVENDO Where stories live. Discover now