Esperança Roubada

Capítulo 09

Flor de Liz saiu pisando duro se sentindo furiosa por ainda conseguir ser incomodada pela opinião de Diego. Ele não detinha o direito de criticar seu gosto e decisão. Sendo assim, ela passou boa parte da noite acompanhando sua figura alta e imponente pelo salão abarrotado de gente importante. Seu sorriso fácil a prendia constantemente e Flor de Liz percebeu o quanto doía cada vez que aquele sorriso era direcionado para outra pessoa.

-Por que você esta amuada aqui no canto? Solange indagou assim que se aproximou acompanhando a direção do seu olhar.

-Só estou um pouco cansada. Justificou desconfortável. Pegou mais uma taça de champanhe e verteu em um gole. -Você que está muito famosa, não? Provocou com um sorriso largo. -As pessoas estão ao seu redor o tempo todo! Solange riu e deu de ombros com indiferença.

-Só estão curiosas sobre quem é a mulher aparentemente insignificante que surgiu na vida de dois homens tão importantes. Disse divertida.

-E você está adorando pintar a imagem de garotinha indefesa. Solange gargalhou alto chamando a atenção de algumas pessoas próximas.

-Não me culpe por me divertir alimentando essa imagem besta que criaram para mim.

-Você é impossível, Sol! Flor apertou os olhos enquanto a beliscava levemente.

-Eu? Cansei de tentar explicar, mas as pessoas só ouvem o que querem.

-Isso é verdade! Anuiu com um dar de ombros.

-Diego parece um pouco cansado não acha?

-Não notei. Resmungou com aparente indiferença. Caminhou até a mesa do Buffet com intenção de comer alguma coisa, mas parou quando pelo canto olho viu Diego do outro lado. Prendeu a respiração quando ele riu e aproximou o rosto da ruiva que o acompanhava. Flor ficou tensa quando a viu apoiar a mão no braço dele com muita intimidade. Ela desviou o olhar rapidamente se sentindo desconfortável com a visão dele com outra pessoa. -É melhor eu ir para casa. Resolveu afastando-se agitada. -Amanhã vou passar cedo no lar infantil para ver as crianças. Solange arregalou os olhos e a segurou pelo braço impedindo-a de seguir como queria.

-Mas, ainda está cedo! Pensei que iria conosco para a boate.

-Me poupe..., né Sol? Eu não vou servir de vela para você e Caio.

-Nada a ver. Solange negou franzindo o cenho. -Sabe que não me incomodo de ficar com você.

-Eu sei amiga. Disse com um suspiro. –Contudo, aposto que Caio está louco pra ficar sozinho com você. Eu não quero atrapalhar vocês que devem aproveitar qualquer momento único para se curtirem.

-Flor...

-Vamos? Chamou Caio se aproximando sem ser percebido. Ele abraçou a esposa por trás depositando um beijo em seu pescoço descoberto.

-Flor disse que não irá com a gente. Solange disse fazendo bico. Caio a encarou com surpresa.

-Por quê? É por causa do Diego?

-Não..., claro que não! Ele ergueu uma sobrancelha com ar descrente. Flor de Liz já estava sentindo-se um pouco tonta talvez pela quantidade de champanhe que havia bebido aquela noite sem ter comido nada e evitava preocupar a amiga atrapalhando sua noite.

-Flor...

-Eu apenas estou cansada e quero dormir. Interrompeu nervosa. Caio e Solange trocaram um olhar cúmplice e se afastaram um do outro.

-Tudo bem..., não insistiremos. Caio disse entrelaçando os dedos nos de Solange. –Quer que te leve em casa antes?

-Não precisa. Recusou com um sorriso. –Vou pedir um Uber, não se preocupem.

-Tem certeza, amiga?

-Claro que sim. Flor abraçou Solange cochichando em seu ouvido. -E eu estou cansada mesmo. Aproveite seu homem e divirta-se. Falou despedindo-se com um aceno. Sentia muita dor de cabeça e suas cólicas estavam aumentando gradualmente. Saiu caminhando lentamente para fora do prédio quando sentiu que alguém a segurava pelo braço. Não conseguiu identificar quem era antes de perder os sentidos.