Capítulo 12

54 9 3
                                    

Flor estava entorpecida pela raiva e saiu da sala sem conseguir ouvir mais nada. Seguiu furiosa até o escritório de advocacia localizado na avenida doze. Com o telefone na mão começou a digitar freneticamente na tela do aparelho. Ela jamais havia pensando em pesquisar o nome de Diego na internet quando estavam juntos, e quanta coisa havia descoberto recentemente apenas pesquisando o nome daquele escritório. Sua raiva crescia na medida em que lia as notícias encontradas. Diego não era quem ela conhecia até aquele momento.

Flor entrou no ônibus que a levaria ao centro da cidade enquanto isso sua mente começou a vagar pelo passado.

Dois anos atrás...

Flor de Liz saiu tarde da Faculdade naquele dia. Comprou um saquinho de castanhas de caju assadas, abriu e colocou uma na boca enquanto seguia em direção ao ponto de ônibus.

-Flor me espera! Gritou uma voz conhecida.

-Pensei que você já havia ido embora. Falou quando reconheceu a amiga correndo em sua direção.

-Estava te esperando. Disse ao alcançá-la. – Você vai jantar?

-Estou lisa..., sem um centavo! Respondeu jogando uma castanha para o ar para apanhar com a boca aberta.

-Para comprar castanhas, você tem dinheiro! Malu acusou tomando a embalagem das mãos de Flor de Liz.

-Eu adoro castanhas, você sabe. Sorriu colocando outra na boca revirando os olhos com exagero. – Pode faltar tudo para mim..., menos minhas deliciosas castanhas.

-Você não existe! Malu riu devolvendo a pequena embalagem após retirar algumas sementes. –Vamos para o restaurante do campus, que estou com muita fome hoje.

-Vai pagar para mim?

-Claro que sim!

-Ebaaa!!!

-Só pega uma mesa legal para a gente. Recomendou Malu ao entrar no restaurante universitário.

-Sem problemas! Flor sorriu pegando duas latas de refrigerante enquanto seu olhar varria o local buscando uma mesa vazia. Assim que visualizou uma mesa disponível correu para lá marcando a cadeira com sua bolsa e os livros que carregava. Colocou as latas de refrigerante na mesa e foi pegar talheres e guardanapos. Ao retornar, bebeu um gole de refrigerante direto no canudo, devolvendo novamente a mesa enquanto procurava no bolso da calça as últimas castanhas que havia guardado.

-O que você está fazendo em minha mesa? Indagou uma voz irritada.

-O quê? Flor levantou a cabeça confusa. –Sua mesa? Perguntou encarando-o desafiadora.

-Exato! Afirmou com frieza o advogado que havia ministrado uma palestra dias atrás. Flor arregalou os olhos surpresa ao reconhecê-lo. – Levantei cinco segundos para pegar meu pedido e alguém já tomou meu lugar? Continuou ele sentando-se.

-Acontece que eu já havia marcado esse lugar, caso você não tenha notado eu cheguei antes. Falou triunfante apontando para a cadeira ao lado onde deveria está sua bolsa, no entanto havia uma pasta desconhecida. –Onde colocou as minhas coisas? O encarou franzindo o cenho. -Como se atreve a mexer no que não é seu? Acusou zangada.

-Está se referindo aquelas coisas? Apontou erguendo a sobrancelha enquanto sorvia tranquilamente do refrigerante que ela havia bebido há poucos instantes. Flor abriu a boca para uma resposta malcriada, mas fechou imediatamente ao ver seu material na mesa vizinha e com as duas latas de refrigerante do jeito que ela havia deixado. – Porque você é tão desatenta? Zombou.

-Oh!

-Flor, o que você está fazendo? Malu perguntou caminhando em direção a mesa enquanto equilibrava uma bandeja nos braços.

Esperança RoubadaWhere stories live. Discover now