Capítulo 18

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-Espera aí pessoal! Diego olhava de Caio para Vinícius franzindo o cenho enquanto massageava a nuca continuamente. -Porque eu deveria reconhecê-la? Vocês estão tentando me pregar uma peça?

-Diego não me assusta, por favor! Flor de Liz implorou segurando-o pelos ombros impetuosamente.

-Caramba..., tirem essa mulher de cima de mim! Diego exigiu afastando-a alterado.

-Diego...

-Ah...minha cabeça! Diego ofegava transtornado. –Porque tanta dor...

-Calma, não precisa ficar agitado. Caio disse puxando Flor de Liz de perto de Diego. –Flor, acho melhor você sair um pouco.

-Mas...

-Vou conversar com o médico e saber o que está acontecendo.

-Ele...

-Calma Flor..., deixa o médico vir. Caio pediu colocando-a para fora do quarto. –Eu explicarei para você depois o que ele disser, mas agora Diego precisa ficar calmo, está bem?

-Entendo. Flor de Liz falou quando o médico se aproximou.

-O que está acontecendo? O médico indagou ao entrar no quarto.

-Tem algo errado com o cérebro dele, doutor! Vinícius afirmou em tom alarmado.

-Não tem nada errado com meu cérebro! Diego rugiu irritado.

-Tirando a parte de que esqueceu sua namorada. Vinícius murmurou irônico.

–Eu não esqueci namorada alguma. Retrucou. -Só sinto..., um pouco de dor de cabeça.

Flor de Liz suspirou sentindo uma profunda tristeza. Com os olhos rasos de lágrimas contidas ela andava de um lado para o outro no corredor do hospital, ansiosa para saber o que estava acontecendo dentro do quarto.

-O que está acontecendo? Por que ele não se lembra de mim? Flor encarava a porta fechada do quarto suspirando preocupada. –Ou..., ele apenas não me quer por perto.

-Do que você está falando, amiga? Solange indagou ao se aproximar por trás.

-Você acredita que o Diego não se lembra de mim? Indagou inconformada. –Ele se lembra do Caio e do Vinícius..., mas não de mim. Afirmou com voz trêmula prendendo o lábio inferior entre os dentes. -Devo ser muito insignificante para ser esquecida tão fácil. Concluiu chateada. – Antes de viajar, ele me disse que queria conversar comigo. Mas, agora me olhou como se... Flor de Liz se interrompeu colocando a mão na boca atônita. -Ele estava encarando uma completa desconhecida!

-Tão sério, assim?

-Eu estava tão ansiosa que ele finalmente acordasse..., só não esperava que ele me olhasse daquela maneira.

Solange a acolheu em seus braços em silêncio compreensivo, enquanto Flor de Liz ora esbravejava, ora soluçava inconformada. Quando o médico saiu do quarto, Flor de Liz o abordou com ansiedade.

-E então, doutor?

-Ele vai ficar bem.

-C...como assim?

-Diego precisa apenas de um ambiente calmo e familiar para que suas lembranças retornem naturalmente.

-Mas..., porque ele não se lembra de mim?

-Isso é difícil de explicar. Aparentemente ele está com amnésia parcial, precisamos realizar alguns exames para concluir o diagnóstico. Porém ao que tudo indica as lembranças podem ressurgir em um dia ou meses. Depende da causa desse bloqueio. Um acontecimento muito doloroso, o qual ele se sinta incapaz de aceitar pode contribuir para um bloqueio mental temporário e quando suas emoções se ajustarem, ele pode ter de volta imediatamente suas lembranças.

-Então...

-Calma Flor, isso é temporário.

-Doutor, ele esqueceu apenas de mim?

-Ele parece não se lembrar de nenhum fato ocorrido nesses últimos dois anos. Explicou o médico. – No entanto, acredito que seja passageiro e logo recuperará suas memórias, como já expliquei.

-Obrigada, doutor! Murmurou Flor de Liz.

-Não fica assim, amiga! Solange a consolou. -Lembra o que o médico falou? Precisamos de muita paciência.

-Hunf! Quem sabe foi melhor ter sido apagada da memória dele...

-Oh amiga, não fala assim..., talvez devêssemos provocar a forma como ele se apaixonou por você!

-Não devemos forçar as lembranças dele..., você ouviu o que o médico disse! Flor suspirou com tristeza. -Nunca pensei que poderia ser tão facilmente esquecida..., mas isso é bom.

-O que quer dizer?

-Nosso relacionamento nunca deveria ter acontecido. E outra, eu nem sei o que o fez se apaixonar por mim. Sempre fui estabanada na frente dele. Parece que eu nunca o mereci mesmo..., sorte dele que consegue me esquecer.

-Flor, para com esse pessimismo!

-Estou sendo realista..., nosso relacionamento foi uma sequência de erros!

-Qual o relacionamento que é perfeito? Você não pode desistir assim!

-Ei vocês duas..., entrem aqui! Caio chamou da porta do quarto.

Esperança RoubadaWhere stories live. Discover now