Capítulo 04

58 18 5
                                    

Diego? Flor acordou com o barulho de alguém abrindo a porta. -Amor? Ela pulou da cama assim que o viu abrindo as portas do closet. -Você voltou! Aplaudiu esperançosa.

-Por pouco tempo. Resmungou com indiferença enquanto jogava roupas numa mala aberta em cima do pequeno sofá que havia ao lado da cama. Flor olhou da mala para ele sentindo um aperto no peito.

-Vai viajar? Indagou com incredulidade.

-O que lhe parece?

-Diego..., nos precisamos conversar meu amor.

-Não sou seu amor. Apontou com frieza fazendo-a se encolher com seu tom de indiferença. -Talvez nunca tenha sido.

-O que está dizendo? Ela estava desnorteada vendo-o pegar seus pertences e jogar na mala de qualquer jeito. -Não se resolve as coisas assim! Flor fechou a mala impedindo-o de colocar mais objetos nela. Diego a encarou irritado.

-Sabe que eu deveria ter ouvido a minha mãe? Flor o encarou surpresa. Ela me dizia que você não valia nada! Diego a afastou brusco.

-Não fala assim. Respondeu franzindo o cenho se perguntando em que momento ele falara com a mãe sobre ela. Já que por todo aquele tempo Diego nunca comentou nada relacionado ou esboçou o desejo de apresentá-las um dia. -Vamos nos casar...

-Casar? Diego parou e sorriu com cinismo. -Acredita mesmo que me casaria com alguém como você?

-Vamos ter um filho. Ela disse debilmente. -Se não é por mim, pelo menos por ele...

-Você ainda não entendeu? Diego a encarou com desprezo. -Não vai haver casamento. Vá cuidar do seu filho com o seu amante ou qualquer outro idiota com quem tenha se deitado. Ela se encolheu com as palavras ferinas.

-Diego não faz isso com a gente. Flor sentia as lágrimas queimando em seus olhos, mas se recusava a desmoronar sem ter lutado o suficiente. Precisava fazê-lo abrir os olhos para o absurdo que ele estava dizendo. Ela sempre fora apaixonada por ele e Diego sabia disso. Não havia motivo para Diego acreditar em alguma área obscura de seu cérebro que ela fosse capaz de ter algo com outra pessoa enquanto estava com ele. -Não sei por que você está agindo assim..., mas eu nunca menti e nem te enganei. Murmurou desesperada por fazê-lo entender. -Acredita em mim.

-Acreditei em você por tempo suficiente.

-Precisamos conversar. Pediu trêmula segurando-o pelo braço. -Se você não queria filhos deveria...

-Ainda insiste nessa farsa? Indagou soltando-se com um safanão. -Porque não admite de uma vez que dormiu com outro? Talvez assim eu pense em te perdoar.

-Não posso admitir o que não fiz! Gritou em agonia. -Essa criança é sua, não importa o que diga. Não sei por que está me tratando assim já que nunca ligou de se prevenir. Acusou afastando com raiva as lágrimas que escorriam em abundância de seus olhos. -Achei que era porque queria...

-Chega! Ele gritou furioso fazendo-a se sobressaltar. -Se vai continuar com esse teatro prefiro sumir da sua frente. Diego fechou a mala com brusquidão sem colocar uma única camisa e sem perceber que deixava os produtos de higiene em cima da cama. Abriu a porta e saiu arrastando a bagagem. Flor de Liz seguiu-o apressada colidindo em suas costas quando ele parou de repente. -E não que te interesse, mas estou indo para uma viajem de negócios. Explicou sem se voltar. -Devo ficar mais ou menos uma semana. Esse deverá ser tempo suficiente para você encontrar um lugar para ficar..., se já não tem.

-Diego, por favor! Ela implorou abraçando-o por trás soluçando desesperada. Diego ficou rígido, os braços caídos ao longo do corpo. Ele pediu que o largasse como se apenas a ideia de tocá-la com as próprias mãos o deixasse enojado. Flor deixou os braços caírem em letargia se sentindo decepcionada e vazia.

Esperança RoubadaWhere stories live. Discover now