Capítulo 08 - (Diego)

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Diego chegou ao escritório no Edifício Millie sem saber como. Entrou em sua sala e permaneceu em silêncio por um longo tempo. Com a mente entorpecida ele trabalhava incansavelmente como se tivessem ligado um botão específico para impedi-lo de pensar como seria quando retornasse ao seu apartamento. Ele ainda não conseguia entrar em seu quarto e invariavelmente cochilava todas as noites no escritório quando o cansaço do corpo o tomava por completo. Nunca antes analisara tantos processos judiciais em sua vida, nem na época que terminara a faculdade e queria conquistar novos clientes. Mas havia sido a forma que encontrara para entorpecer sua mente e evitar engolir seu orgulho e implorar que Flor de Liz voltasse para ele mesmo estando grávida de outro. Cada vez que lembrava o motivo da separação seu sangue fervia de raiva fazendo o peito apertar como se uma faca fosse enfiada cada vez mais fundo em sua alma.

-Por um minuto desejei que esse filho fosse realmente meu. Grunhiu incapaz de se controlar. -Que você estava sendo sincera..., Angh..., mas eu vou descobrir quem é o cérebro de ameba que te iludiu e então acabo com ele. Falou esmurrando a mesa com raiva.

-O que disse? Perguntou Caio olhando-o com curiosidade enquanto entrava na sala.

-Nada. Falou azedo. -Já terminei a papelada e está tudo em ordem.

-Ok. Caio pegou as pastas que ele entregava folheando-as uma por uma. -E os contratos no novo resort?

-Também já verifiquei e estão prontos para serem assinados. Disse observando o amigo se sentar com tranquilidade no sofá ao invés de ir embora como se não tivesse mais o que fazer. -Amanhã vai ser a inauguração da ala leste do Hospital do câncer, você vai precisar ir.

-É eu sei. Confirmou com um largo sorriso. -Vai ser o primeiro evento social que levarei a Sol. Ele se levantou e caminhou pela sala tirando a poeira invisível de algum móvel ou arrumando a posição dos quadros na sala. -Mas, na verdade foi ideia dela está por dentro dos projetos sociais que apoiamos. Uma vez ela perguntou o que acontecia depois das doações realizadas se tinha como sabermos no que havia sido investido.

-Ela deve está ansiosa para ver tudo. Diego aguardou impaciente o que Caio realmente tinha para dizer.

-Ela convidou a Flor também. Diego ficou rígido quando ouviu aquele nome e fingiu desinteresse.

-Tanto faz. Não me interessa o que Flor de Liz faz com seus dias.

-Diego isso é ridículo. Caio o encarava impassível com as mãos nos bolsos. -Porque você está fazendo isso, cara?

-Fazendo o quê?

-Sabe que a Sol está furiosa com você? Ela nem quer que você nos visite em nossa casa, por causa de toda essa situação entre vocês. Diego revirou os olhos e deu de ombros. -Sabe cara fica difícil me manter do seu lado sem saber de nada.

-Não tem nada para saber. Resmungou com indiferença. -Eu fui o enganado. Ela não tem que ficar bancando a vítima para meus amigos.

-Também não é assim. Discordou Caio encarando-o com insistência.

-Olha Caio, acabou entre mim e a Flor. Rosnou impaciente. -Eu agradeço sua preocupação mas, o que ela fez não tem perdão.

-Você vai ter um filho...

-Não! Gritou furioso. -Eu não vou!

-O quê?

-Essa criança não é minha! Cada vez que se lembrava disso sentia como se tivesse sendo colocado sal em uma ferida que teimava em não cicatrizar. Apertou a mão com força na caneta que segurava até essa se partiu em duas fazendo-o perceber o quanto tentava controlar seu humor sombrio.

Esperança RoubadaWhere stories live. Discover now