Capítulo Nove: Kate

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* Olá! O capítulo já começa na maior paranóia 😂😂🤧, uma boa leitura amados. *

Que estranho...

Eu pensei caminhando perto de uma cascata, a visão realmente me deixava sem fôlego. Só nada parecia certo, existia algo que não se encaixava, eu sentia que esquecia de coisas consideradas muito importantes, mas o que seria?

Eu estava tirando férias? Me inquiria enquanto de forma decidida tirava minhas sapatilhas vermelhas para molhar os pés na água morna. Então se era isso deveria aproveitar. Sentada na ponta eu olhei para o céu deslumbrada. Era diferente, mas o porquê me fascinava tanto? Balançava minhas pernas brincando na água. Eu pude notar o belo vestido branco que usava, eu franzi o cenho ao perceber que era um dos meus favoritos quando ainda tinha quinze anos. Eu num ato anormal toquei minha barriga e era como se um bem maior faltasse, não entendia bem o motivo de estar imensamente confusa.

O que há com esse lugar?

― Kate?

Eu me virei para trás e pisquei meus olhos em total descrença, era a minha mãe em pé a minha frente, sua expressão tão serena, ela usava um vestido bem conservado da época que ainda papai vivia. Seus cabelos loiros bem soltos que se deixavam levar pela brisa agradável do vento.

― Mamãe? ― Franzi a testa e minha cabeça caiu para o lado, as coisas por aqui não faziam o menor sentido. Eu tive um leve dejavu de que mamãe havia nos deixado... ― Eu morri? ― Indaguei hesitante.

Mamãe sorriu e esticou seus braços logo se alongando, e encarou o céu extremamente satisfeita. Só então me fez ir para o lado e sentou pertinho de mim, como nos velhos tempos. Se calou, sua ação era tida como apaziguadora, meu corpo instantemente se relaxou ao sentir o leve toque do seu ombro encostando no meu.

― Eu não entendo ― Murmurei confusa. ― Por que penso que você morreu?

― Porque foi o que aconteceu, Kate.

― Então, eu estou morta também? ― Perguntei com um certo temor. Por que eu não lembrava de nada?

― Não é sua hora ainda ― Revelou minha mãe.

Ela pegou minhas mãos as apertando. Eu me sentia de volta a infância, pois há tempos mamãe não mostrava tamanha serenidade e afeto daquele modo.

― Eu queria pedir desculpas por te deixar carregar um fardo tão pesado, praticamente assumiu suas irmãs depois que seu pai morreu. Sempre tão decidida. E eu achei que estava tudo bem em deixar as coisas com você.

― Eu entendo, eu também errei muito com a senhora...

― Você fez muito. ― Mamãe reforçou seu pensamento com um sorriso. ― Minha querida filha ― Ela me olhou com tamanho carinho que me constrangeu. Desviei para a água que escorria da cascata.

― Minha filha seja forte.

― Por quê? ― Perguntei mais confusa do que antes. Novamente movendo meu corpo para ficar frente a frente.

― Não será fácil o que vai passar, porém tenha fé que tudo vai se encaixar no final. ― Ela demonstrava preocupação e apertava minhas mãos afetuosamente. E então acariciou meu rosto com tristeza nos olhos. ― Cuide das suas irmãs pela mamãe, está bem?

Blanca se levantou me deixando um sentimento vazio. Um desespero me fez erguer com rapidez. E tentei pegar sua mão.

― Espera! ― Eu quase implorei me sentindo como uma criança desejando a proteção da mãe. ― Para onde está indo?

― Você precisa voltar. ― Blanca me comunicou um pouco tristonha. ― E viva bastante pela mamãe.

― Voltar? ― Repeti em descrença. ― Mamãe?

Kate ―  Trilogia WalkerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora