The Winner Takes It All

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Eu caminhava tranquilamente em Manhattan Beach, na California. Os meus pés me levavam pelas águas calmas do Pacífico enquanto a minha mente revisava cada detalhe tinha acontecido há poucas horas. Eu tinha todos os motivos para estar feliz naquele que era o primeiro dia de 2018. Estava saudável, com um ótimo trabalho na série, o MPC seguindo de vento em polpa e ajudando a manter o meu projeto de caridade ativo, um filme para estrear em breve e planos de investir em um negócio só meu. Além do mais, tínhamos acabado de comprar um apartamento maior e Cait sugeriu uma boa reforma antes da mudança, algo que eu fiz questão que ela escolhesse como seria e o que precisaria ser feito. Quando retornássemos para Glasgow compraríamos os móveis novos e tudo o que fosse necessário para começarmos essa nova fase.

Ela ainda não sabia, mas eu estava fechando a compra do seu antigo flat. Sempre gostei de fazer esses investimentos e aquele apartamento tinha grande parte de nossa história impregnada em suas paredes. Aquele foi o primeiro lar de Caitriona na Escócia, o lugar onde ela viveu as suas primeiras aventuras e onde começamos a nossa vida juntos. Não importava o endereço, se ela estivesse ao meu lado, eu estava em casa. Mas havia algo de especial naquele lugar e eu faria questão de preservar as memórias.

Tudo parecia ótimo, não fosse o fato de estarmos separados, com ela publicamente noiva de um homem que não era eu no outro lado do mundo. Eu sabia que isso aconteceria, era o combinado e eu não quis presenciar. Talvez eu tenha sido um filho da puta egoísta, mas sinceramente, eu sabia que não suportaria ver tudo isso ao vivo. Ela viajou para a Austrália com Tony e eu fui para os Estados Unidos esperar por ela para participarmos das festividades que antecederiam o Globo de Ouro. Eu deveria estar ao lado dela, dando força, apoiando, porque era isso que estava determinado, era assim que tinha de ser, nós lutaríamos com unhas e dentes pelo nosso amor, nossa relação e faríamos tudo para ficar juntos.

Eu só não imaginava que seria tão difícil.

Estávamos dilacerados enquanto feríamos os nossos princípios, enquanto mentíamos para o mundo, colocando as pessoas que amávamos em meio aquela tempestade, fazendo com que elas também mentissem para nos proteger. Nunca obrigamos ninguém a nada, mas parecia haver algo muito especial em nosso relacionamento que levava as nossas famílias e amigos a mentirem por nós, a nos defenderem, a brigarem com quem fosse preciso apenas para que Caitriona e eu pudéssemos viver uma vida perto do que era considerado normal.

Eu já tinha visto por alto as reações do público ao noivado de Cait. Li muita gente que apoiou, algumas pessoas que inclusive amaram o fato nós dois não estarmos juntos, enquanto as famosas shippers estavam tristes e revoltadas, a maioria dizendo que aquilo era uma palhaçada e que nós dois deveríamos nos envergonhar de montar aquele circo. Uma das mensagens dizia que "não adiantava ela noivar, eu estar namorando, juntos éramos uma explosão de sentimentos e não haveria jamais como negar que éramos apaixonados um pelo outro". Eu queria muito poder comentar concordando absolutamente com essa pessoa. Elas estavam certas e eu queria gritar isso para o mundo.

O cheiro do mar e a sensação deliciosa da água sob os meus pés me levaram a um lugar de paz profunda em meio ao caos. Voltei ao início de tudo, em agosto de 2013, quando a conheci e me apaixonei perdidamente à primeira vista. Tínhamos algo realmente indescritível, um desses casos que só vemos em filmes, uma coisa muito parecida ao que Jamie e Claire viviam nos livros e na série. Caitriona e eu tínhamos sido abençoados com um amor raro, único, especial e lembrar tudo o que já tínhamos vivido juntos me fez ter a certeza de que toda aquela narrativa imposta a nós dois valeria à pena. Lembrar o seu sorriso amoroso, do seu olhar por vezes perdido sobre mim e sua expressão assustada quando era flagrada nesses momentos, das nossas brigas, dos dias frios em que não fazíamos nada além de sentar em nossas poltronas preferidas – que ela já sabia que iriam para o apartamento novo – enquanto líamos os nossos livros preferidos ou da bagunça que ficava a cozinha quando inventávamos alguma receita nova ou do amor que fazíamos onde quer que sentíssemos vontade era o impulso necessário para que eu esquecesse todo o resto e me dispusesse a lutar contra todos para ser o seu homem.

Against All OddsWhere stories live. Discover now