Spanish Guitar

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Caitriona estava animadíssima naquela manhã do fim de setembro. Suas malas estavam prontas, assim como as de Sam que ela, carinhosamente, havia arrumado. Sentia-se completa, feliz, tão realizada quanto jamais estivera antes. Iriam à Espanha aproveitar aquele clima de fim de verão. Tinham voltado a Escócia, onde filmaram em Islay logo após as gravações em Praga e mesmo exaustos estavam prontos para embarcarem juntos nessa viagem romântica. Lá encontrariam Domenica e o seu marido. Ao chegarem ao destino os dois se viram hospedados em um charmoso hotel com vista para o mar de Ibiza. Mal chegaram e ela tratou de vestir um dos cinco biquínis que levou para a ocasião. Sam estava esperando-a quando ela saiu do banheiro do quarto apenas com a roupa de banho.

– Você poderia olhar para o meu rosto, Sam? – Ela disse provocativa, vendo a dificuldade que ele estava sentindo em desviar a atenção de seu corpo.

– Oi? – Ele fechou a boca e então finalmente seus olhos encararam os dela. – Balfe, você quer me matar?

– De jeito nenhum. – Cait sorriu ao se aproximar dele e envolvê-lo com os seus braços no pescoço do amado. – Por que eu o mataria? Quero você bem vivo.

– Não parece. – Ele lhe deu um selinho, contendo a vontade de mergulhar sua língua entre aqueles lábios carnudos e tomá-la em um beijo faminto. – Usando esse biquíni, com essa sua pele de marfim, esse seu cheiro delicioso. – Ele aspirou o perfume dela, dando beijinhos em seu pescoço. – Não se provoca um homem desse jeito, Balfe.

– Não tenho culpa por isso. – Cait sorriu, saindo dos braços dele a muito custo e indo colocar uma roupa. Era um vestido branco, com rendas em sua barra e um pequeno decote. – Não vamos perder tempo.

– É, mas depois não reclame. – Sam disse enquanto passava por ela e lhe dava uma tapa no traseiro, fazendo com que ela gemesse. – Eu vou cobrar cada minuto em que não estou te amando dentro desse quarto com vista para o mar.

– E por que eu reclamaria?

***

Caitriona e Sam estavam passeando sozinhos por Benirràs Beach, uma das praias mais belas em Ibiza. Domenica e o seu marido, Andrew, só chegariam no dia seguinte. O fim do verão afugentou turistas que frequentavam aquele local. Eles haviam decidido começar essas pequenas férias com calmaria e depois irem à busca de baladas e afins. Cait estava em uma das cadeiras tomando sol, aproveitando que o astro rei ainda não brilhava tão forte, pois era cedo. Sam estava debaixo do guarda-sol tirando uma soneca, o que fez com que ela risse dele, chamando-o de velho. Ali eles podiam ser um casal. Havia um certo tom de liberdade impregnado naquele céu tão azul quanto o mar de águas cristalinas que os fazia se sentirem eles mesmos, sem medo algum, sem nada a perder, sem reservas. Caitriona sorriu ao ouvir o ronco de Sam. Virou-se para olhar e viu que ele estava em um sono profundo, completamente relaxado com os braços cruzados sobre o peito. Não o acordou, ela sabia que também corria o risco de despencar ali mesmo e dormir horas seguidas.

Cait continuou tomando sol de frente, até que resolveu virar-se de costas para ter um bronze uniforme em sua pele clara, até porque em instantes ela iria fazer companhia a Sam antes que ficasse muito queimada. Ela realmente adormeceu e poucos minutos depois ele acordou. Viu-a deitada de bruços, com o traseiro arredondado virado para o sol, os cabelos presos debaixo do chapéu que ela usava, a pele tomando cores avermelhadas e desejou-a. Desejou-a muito. Mas mais que desejá-la, ele amou-a. Amou-a muito. Ali, naquele cenário perfeito, céu, mar, vento e Caitriona, ele soube: ela era o amor da sua vida. Nunca se sentiu tão feliz com a presença de alguém como se sentia com ela. Não iria apressar as coisas, mas queria tornar aquilo oficial, nem que fosse apenas para os mais próximos. Ele estava viajando em devaneios quando ela o chamou.

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