Don't Speak

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12 de outubro de 2014.




Eu mal podia acreditar que menos de cinco meses após ter aceitado o pedido de namoro do Sam nós tínhamos terminado. Era surreal pensar nisso, principalmente porque estávamos praticamente morando juntos. Isso obviamente era de maneira secreta e cautelosa, o que me irritava muito. Bom, era necessário. Há dois meses Outlander havia estreado com sucesso, o que nos projetou para o mundo - ou parte dele - e eu não poderia estar mais feliz. Fazíamos promoção da série, viajávamos, gravávamos ainda as partes finais da primeira temporada e vivíamos o começo de um sonho. O problema é que com o alcance da fama também surgiu o assédio. Eu achei que seria perfeitamente capaz de lidar com aquilo tudo, mas eu não era. Sam ainda era muito imaturo, o que é uma pena dizer, porque ele é o cara perfeito para mim. O meu centro de calma, o único que consegue me tranquilizar em momentos em que estou prestes a explodir. Mas ainda assim, imaturo. O auge de tudo foi quando a Starz achou perfeitamente normal usá-lo como "garanhão". Não me incomodava que as fãs o parassem para tirar fotos ou pedir autógrafo, isso é o reconhecimento do nosso trabalho. Mas a forma como eles venderam a imagem do Sam era ridícula e inaceitável. Bom, eu não era obrigada a compactuar com aquilo, a mim cabia apenas aceitar, afinal, eu não passava de sua co-star. Numa discussão casual, ele jogou na minha cara que tinha que aceitar as regras da empresa e que já que tinha chegado até ali, iria seguir porque era bom para ele e para a série. Penso que não precisamos ser vendidos como um pedaço de carne na feira, porque o nosso talento deveria ser o principal motivo para que sejamos reconhecidos e aclamados. Para fechar o combo, a sua agente sugeriu que ele deveria aparecer sempre muito bem acompanhado a partir daquele momento, pois já circulavam rumores de que nós éramos um casal e isso contrariava todas as regras da Starz. Nós sabíamos disso desde o dia em que colocamos os nossos nomes nos contratos com uma caneta chique que custava quase o valor do meu flat. Não sabendo lidar com a decepção, pedi um tempo. Eu o amava, mas era e sou muito fiel ao que acredito. Mal sabia eu que em algum momento lá na frente, para viver o meu grande amor, eu seria capaz de algo maior do que isso.





***




Sam estava desanimado. A sua viagem para Los Angeles estava totalmente diferente do que ele tinha planejado. Agora que ele e Caitriona tinham dado um tempo, ele queria mais do que tudo chamar a sua atenção. O contato entre eles era nulo nesse período em que estavam separados, a menos que precisassem se encontrar para algo ligado a Outlander. As gravações da primeira temporada haviam terminado e ele sentia falta dela como do ar que respirava. Estava agora na casa de uma velha amiga.



- Em que você está pensando? - Amy perguntou quando sentou ao seu lado naquela tarde ensolarada. - Na Caitriona, né?



- Amy, dá um tempo com isso. - Disse visivelmente irritado.



- Ei, cabeção! - Ela lhe deu um tapa. - Te conheço há anos. Você nunca ficou assim, nem pela Kate.



- Eu to bem. - Sam passou as mãos pelos cabelos. - Eu só sinto muito a falta dela.



- E por que você não a procura?



- Ela não me atende. - Suspirou. - Não quer falar comigo.



- Você foi bem idiota também. Aliás, aquele nosso vídeo na piscina deu o que falar. - Amy revirou os olhos. - Você deveria procurá-la sim.



- Não vou mais fazer isso. Todas as vezes que tentei contato fui solenemente ignorado.



- Sam! - Amy riu. -Você pediu para ser ignorado. Primeiro você fica respondendo tweets antigos dela, depois me usa para fazer ciúmes, agora fica desfilando como esse projeto de Barbie por todos os lados.

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