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—– Ele não está mais aqui, foi adotado — Disse Margaret, a diretora do orfanato.

—– E a senhora sabe me dizer, quem são as pessoas que o adotaram, e onde estão morando?

A mulher pensou um pouco e questionou a curiosidade de Lian.

—– Olha, eu sei que o senhor tem boas intenções, e que ajudou o garoto, trazendo-o pra cá, mas não acha que está sendo obsessivo demais.

—– Eu só quero garantir que ele esteja seguro e...

—– Não se preocupe, ele está seguro  — Ela o interrompeu, em seguida ela  levantou-se da cadeira.

Lian levantou os olhos para encarar aquela mulher robusta parada em pé na sua frente, e pensou em confrontá-la, mas percebeu que a conversa tinha terminado por ali, então também se levantou da cadeira, inconformado.

—– Bom, desculpe o incômodo — Ele apertou a mão da mulher, e forçou um sorriso.

—– Imagina —  Ela forçou um sorriso tão falso quanto o dele.

Ele encarou os olhos de Diana, que também estava ali quase que indiscretamente e sentiu algo impactante,  logo foi surpreendido por tamanha beleza e inocência que transparecia do seu olhar.

—– Tenham um bom dia.

Quando caminhava para o portão, ouviu um voz doce e aveludada.

—– Ei, espere.

Olhou para trás e viu que Diana havia o seguido.

—– Aqui está o endereço do casal — Disse ela entregando um papel para ele que se sentiu lijongeado pela atitude inesperada da moça.

—– Obrigado, mas por que está fazendo isso, não vai contra as regras do orfanato?

—– Bom, sim, mas vejo que realmente se importa com o garoto.

Lian se sentiu totalmente encurralado por aqueles olhos azuis que brilhavam diante dele.

—– Você aceita tomar um café? É uma forma de recompensar pela ajuda, prometo que não vou tomar muito do seu tempo — Disse ele totalmente distraído e encantado — Digo, se você quiser, é claro,  tem uma cafeteria aqui perto e...

—– Adoraria — Ela assentiu

—– Fantástico, vamos então — Ele coçou a cabeça um tanto envergonhado.

Faz tempo que Lian não se sentia atraído por alguém, na verdade ele até tinha se esquecido de como era essa sensação.

—– Então como você se chama? — Ele perguntou formalmente, levando a xícara de café até a boca.

—– Diana — Ela respondeu timidamente.

—– Bonito nome — O seu tom de voz deixou a moça corada.

E como a pele dela era branca como nuvem, ele logo percebera, e ficou ainda mais intrigado.

—– Obrigado — Ela pôs uma mecha do cabelo atrás da orelha, envergonhada.

Ele se esforçou para não parecer sério demais, e nem muito simpático, porque temia a má interpretação da moça que o olhava divinamente.

—– Então, eu sou..o Lian.

Ela sorriu lançando um olhar sedutor que o fez remexer na cadeira.

Ela era uma moça bela, ingênua, porém carregava uma sensualidade indescritível.

O Garoto do Lago ( Conto)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora