18

3 1 0
                                    

Depois de  caminhar cerca de duas horas sem fazer nenhuma pausa. Diana parou embaixo de uma árvore, abriu a mochila e pegou um saco de salgadinhos para saciar sua fome.  Depois bebeu a última gota de água que havia dentro da garrafa antes de prosseguir com a sua longa jornada pela árdua floresta.

O sol queimava deliberadamente sua pele, e as suas botas haviam se desgastado, permitindo que seus pés ficassem vulneráveis e expostos aos espinhos e animais pessonhentos. Ela sabia que logo mais iria escurecer, e que teria que procurar outro refúgio para fugir dos lobos que ela acreditava estarem a espreita.

Diana não fazia ideia de onde estava, muito menos para onde ir, os seus sentidos estavam aguçados, qualquer barulho de galho quebrando já era motivo para ela ficar esperta. O medo do desconhecido fazia seu corpo tremer. Ela nunca tinha se arriscado tanto assim, e pela sua pouca experiência talvez nem sobreviva.


Ela acreditava que aquele caminho a levaria até Lian de alguma maneira, ou pelo menos o atrairia até ela, por isso ela sempre procurava deixar pistas, como pedaços de tecido, rasgado de suas roupas, para caso ele não a encontrasse.


Era por volta das cinco da tarde quando ela chegou na estrada principal.Isso a  deixou  um pouco aliviada, porque ela sabia que por alguém poderia passar e dar uma carona pra ela, a sua única preocupação era apenas, o escurecer.

Depois de andar muito e mal conseguir sentir os pés de tão machucados. Diana parou, assim que viu um carro se aproximando.

—– Está perdida? — O rapaz sorriu.

—– Pra falar a verdade, sim — Ela retribuiu o sorriso.

O que mais se destacava em Diana, era sua gentileza, ela era incapaz de ver maldade nas pessoas.

—– Se quiser, posso te dar uma carona — Ele ofereceu gentilmente, reparando nas vestes rasgadas da moça que deixava transparecer seu corpo magro e acentuado — Para onde está indo?

—– Para a cidade mais próxima —  Ela disse de forma ingênua.

O rapaz viu ali uma oportunidade de se sair bem, então insistiu.

—– Estou indo para lá também, eu  posso te levar...

Diana questionou um pouco sobre aceitar ou não a carona, afinal de contas se tratava de um estranho, e apesar de aparentar gentileza,  pode não estar com as melhores intenções. Ela sabia que existiam pessoas más no mundo, como a sua mãe que a abandonou. Como a mãe do Kevin que tentou mata-lo.

Como lobos em pele de cordeiro.

—– Não, obrigado, eu acho que consigo ir andando, não deve tá muito longe...

O rapaz deu gargalhada ao olhar os pés inchados e descalços da moça.

—– Nesse estado, duvido muito que você chegue — Ele mudou de expressão — Vamos, não seja modesta, entre aí.

Diana começou a andar mais rápido quando notou uma grosseria no comportamento do rapaz, enquanto ele  a acompanhava com o carro.

Ele parou o carro e desceu. Nessa hora Diana entendeu que a única coisa que tinha pra fazer, era correr o mais rápido que conseguisse, mas os seus pés não a ajudaram muito, e ela acabou caindo no chão.

O homem rapidamente a alcançou e avançou violentamente sobre ela, rasgando as suas roupas.

—– Não se preocupe, vai ser coisa rápida, só pra tirar o atraso — Ele falou, abrindo o zíper e cuspindo logo em seguida no que pra ela seria o seu membro.

Diana ficou sem reação e o seu coração batia tão forte que era possível senti-lo pulsando em seu peito. Ela fechou os olhos e desejou estar no orfanato com aquelas crianças, cantando as canções que elas adoravam. Ela queria ser pintada por aquelas mãos tão pequenas nas aulas de arte, e olhar para aqueles rostinhos sorridentes e adoráveis.

E enquanto aquelas mãos percorriam sua pele, esmagando seus seios pequenos e a sua região íntima, ela tremia, tremia por não saber como seria a sensação, por não entender por que aquele estranho estava em cima dela forçando seu corpo a sentir algo a mais do que dor e repulsa.

A maneira como o membro daquele sujeito a invadia era intensa e dolorosa, além de repugnante, ela chorava e o afastava para que pudesse se aliviar daquela sensação horrível. Mas ele arremetia com tanta força que a fazia gritar. Ela sentia o peso do corpo dele, o ardor. Ela vira a forma como ele a olhava, era um olhar  perverso e cruel, não havia gentileza em seu ato, como ela vira em muitos filmes, era só dor e agonia.

E ela não esperava por isso, e só queria que acabasse logo.

Ela fechou novamente os olhos, e viu lobos, lobos devorando as suas partes, sentiu as patas deles pesando sobre seu corpo e roubando-lhe o ar, sentiu a dor se espalhando pelos seus ossos quebrando-os causando uma sensação agonizante.

O lobo urrou e um líquido estranho a preencheu, mas depois logo a deixou vazia. Ela tinha forças pra lutar contra ele.

Quando ela abriu os olhos, estava nua, exposta ao brilho intenso do sol, havia um líquido grosso escorrendo por entre as suas pernas, ela passou a mão e percebeu que era sangue, seu sangue, ela nunca tinha o visto tão vermelho antes.  Seu corpo doía, seus sentidos estavam paralisados como se suas emoções tivessem feito uma pausa.

Ela sentiu uma sonolência pesando  sobre suas pálpebras enquanto vislumbrava a figura grotesca daquele homem avançar novamente sobre o seu corpo novamente, mas precisamente em seu pescoço.


Arrancando assim o seu último suspiro.

O Garoto do Lago ( Conto)Where stories live. Discover now