🎭Capítulo•38🥀

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Quando eu era criança e perguntava o porquê do céu ser azul me respondiam que era por causa do mar, tentei entender muitas vezes a relação de algo do solo com uma coisa tão alta quanto as nuvens. Tola criança. Ficava dias e dias observando o azul claro do celeste, imaginando um cardume de peixes passar por meus olhos. Ridículo? Não. Inocência.

Com o tempo, essa minha curiosidade passou, aceitei a verdade, nunca saberia. Até que um dia na escola me explicaram que ele atingia essa coloração por conta da composição da atmosfera. Fiquei triste, a magia se acabou, a verdade doeu, era chata e entediante. O céu não tinha nada a ver com o mar.

Desolada, aceitei isso, tive de aceitar. Até o dia em que fui a praia e observei aquele horizonte... E se eles realmente tiverem uma conexão e a arrogância do homem for tão absurda que não enxerga o ponto de vista simples das coisas, quer se pagar de inteligente, o animal com maior intelecto, mas complica tanto a vida. E se a verdade estivesse diante dos nossos olhos e mesmo assim fechássemos os olhos para ela, porque era disso que se trata a vida, as vezes é mais fácil enrolar e se enganar, do que acreditar na verdade.

"Poderia começar essa história com Era Um Vez, mas ela não tem um final feliz, essa é a verdade, então por que começar vos iludindo com uma começo mágico? A nossa história começa há muitos, muitos anos atrás... Antes do homem virar um ser desprezível, antes do caos e guerra do mundo, antes de começarem a colocar defeitos na vida e complicarem tudo.

"Em uma terra aonde não existia reino, nem proprietário, desigualdade ou preconceito. Uma terra livre de maldades e sofrimento, onde quem habitavam eram os seres magníficos, chamados Céu, Mar, Terra, Lua, Sol, Vento, Fauna e Flora. Dizem os mais velhos que estes eram os nomes dados pelo homem, mas que na verdade eles se chamavam de outros títulos.

"A Lua, se chamava Shytyn. O Vento, Lhahham. A Flora, Alhyshay. A Terra, Furthyghan. O Mar, Nhaeryn. O Sol, Yamythen. A Fauna, Lytuany. E o Céu Khatymanhyo. Mas irei me referir a eles com seus nomes conhecidos por todos os leigos.

"Eles viviam em paz, harmonia e prosperidade. Eram alegres, faziam festas e festejavam, por onde passavam deixavam seu rastro de felicidade e vida. Mas então, o pior aconteceu, por imprudência de seus atos e sentimentos ou talvez por se deixarem apenas ser humanos demais, dois deles começaram a se amar.

"Deve estar pensando que essa história é sobre a Lua e o Sol. Não, é algo mais profundo do que isso. Dois garotos se apaixonaram, o Céu se apaixonou pelo Mar. Devem estar pensando que por serem masculinos esse foi o problema, não, nunca, jamais. Eles poderiam se amar ali, todos eles, o problema era mais complexo que isso.

"Eles sabiam que no futuro, teriam de viver afastados e isso doía demais e esse foi o erro, pois se alguém descobrissem seu valioso amor, teriam de se despedir mais rápido. O problema era que eles eram iguais, totalmente iguais, tão igual que se chamavam de almas gêmeas. Todos os dias, quando os outros se distraíam, eles saíam as escondidas para proferir sua paixão um ao outro.

"Eles se encolhiam e sussurravam um ao outro, que não queriam se separar e que queriam sempre se recordar de suas faces, que queriam ser eternamente iguais, para ambos serem belos e os outros apreciarem seu amor.

"Mas a verdade jamais fica escondida, embora seja dolorosa, a farsa sempre deixa rastros e pistas e logo eles foram descobertos. Os iguais nunca poderiam ficar juntos, nem o Sol com a Lua, nem a Flora com a Terra, nem a Fauna com o Vento e muito menos o Céu com o Mar. Mas eles não mandavam no coração e se recusaram a se separar e negar o amor, pois viver sem amor era como estar morto em suas visões.

"Então, eles se dividiram, os Deuses os repartiram, o Céu, começou a voar para longe do Mar. Céu era um garoto doce, meigo e gentil, de tom de pele azulado, cabelos enrolados, nariz arrebitado, olhos de íris prateada e sardas pelo rosto, magro e pequeno. Já o Mar, era bruto, embora gentil e de bom coração, ainda assim mais forte que o Céu, sua pele de um azul mais escuro, alto, de cabelos mais longos e lisos, olhos como turquesas e se negou a deixar seu amado partir.

The Love KillerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora