🎭Capítulo•57🥀

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Dedico esta história à todo, e qualquer um, que tenha a lido até aqui, em especial à você, que leu esta dedicatória.


Poderia começar esse trecho de tantas maneiras, o escrevi tantas vezes e ainda assim não sei como começar. Vamos dizer que em uma bela manhã, quando dois garotos se apaixonaram os deuses não gostaram. Eles haviam colocado seus amados filhos ali para preparar o mundo e depois assumir seus lugares, porém a paixão atrapalharia tudo. Condenados, foram separados, mas essa história você já conhece.

Essa história não é sobre eles, é sobre os últimos que restaram: o Sol e a Lua.

Deixe-me dizer que se acha que eles não sofreram com a separação, está puramente enganado! Eles se amavam, mais do que poderiam suportar. Como não amar? Aquela garota com sua pele acinzentada, com sardinhas pelo rosto, os cabelos brancos cacheados, os olhos negros como a noite. E aquele garoto com a pele bronzeada de verão, os cabelos louros como o ouro, os olhos castanhos como a terra e um sorriso quente.

Ele se apaixonou por ela logo que foram criados, ela já demorou à aceitar. O Sol corria colhendo flores para sua amada, ela agradecia mas nunca olhava diretamente em seus olhos. Ele não desistia! Fazia brincadeiras engraçadas, a fazendo rir, roubava as criações de Fauna apenas para mostrar para sua amada, sempre tentando conquistar sua atenção.

Mas foi quando ele não a estava tentando impressionar que a Lua se apaixonou. O Sol estava frustrado, falando sozinho, cabisbaixo, chutando o chão, já tentara de tudo e nada funcionava para ela. Então enquanto andava de um lado para o outro, escorregou, a garota, que passava por perto e ouviu vozes, foi averiguar o que era e viu a cena de seu deslize. Sua risada ecoou por toda parte, ele ficou envergonhado mas deu risada com ela.

Foi quando Lua percebeu: nossas risadas se completam.

Ela percebeu que gostava do garoto, desde então eles começaram a ficar mais juntos. E o gostar tornou-se amar, ficar longe não fazia mais sentido, tentar esconder era cansativo, negar era impossível, eles foram feitos um para o outro.

O Sol tinha tanto cuidado ao tocá-la, ela sempre reclamava que ele a queimava. Nunca quis machucá-la e a Lua estava disposta a enfrentar todas as queimaduras por seu amor.

Eles eram incríveis juntos, se completavam de uma forma inexplicável, porém quando a separação dos Deuses aconteceu. Foi a Lua quem implorou para que os deixassem juntos, ela viu todas as suas marcas, as marcas da luta por seu amor, ela não podia perder aquilo, perder ele... Inadmissível!

Foi então que ambos se juntaram às estrelas. Separados por quilômetros, a Lua sempre via o trabalho incrível do Sol, iluminando tudo, trazendo esperança aos outros, um novo dia. O Sol sempre via a Lua ser a dona da noite, o mais belo astro no céu, viu poetas dedicarem versos para seus encantos prateados, viu amantes jurarem seu amor perante ela e por trás de todo esse tempo, ele a iluminou.

Ele sempre a iluminou, todas as noites, para aquecê-la, para lembrá-la de que ele estava ali, para fazê-la ser a mais bela e a única atração da noite. Ele queria que todos vissem sua amada, queriam que entendessem o quanto ela é bela e graciosa. Queria que entendessem o motivo de sua paixão.

Mas não era o suficiente. Eles ainda sentiam falta um do outro, sentiam que estavam distantes, sentiam que ainda estavam incompletos. Os Deuses entenderam seus sentimentos e atenderam o pedido.

O eclipse foi criado. A perfeita junção de do Sol e a Lua. Quando ambos se completam, quando o Universo entra em sintonia, quando o amor de ambos pode ser sentido de toda a galáxia.

Eles esperam, todos os anos, dia após dia, para a hora do eclipse. Esperam, ansiosos, para a hora que irão se encontrar e juntar-se novamente.

É uma dança demorada, uma dança de insistência, mas que eles nunca irão parar, pois seu amor transcede qualquer tempo e distância. E perante às estrelas, pelo menos uma vez ao ano, eles dançam, apenas os dois, em um espetáculo que todo mundo para a fim de assistir...


The Love KillerOnde as histórias ganham vida. Descobre agora