Sweet Blood.

Sangue de Merlin.

CAP 2

★"SANGUE DE MERLIN"★

Quando vi Snape de novo ele usava outra roupa. Pelo visto, aquele de antes realmente era seu pijama.

Agora ele trajava vestes mais finas ainda. Uma calça social estilosa, sapatos sociais lustrosos e uma  camisa preta. Na fileira de botões da camisa acompanhava detalhes em fios dourados, me pergunto se aquilo é realmente ouro. A pele dele estava pálida como sempre e o cabelo penteado.

Por um leve instante, quando o homem passou apressado por mim, pensei ter visto algo diferente. Ele não parecia humano, seus olhos eram completamente negros e eu pensei ter visto presas em sua boca. Mas então ele parou e me encarou, um pouco de luz batia em seu rosto devido às janelas abertas — aliás, as cortinas realmente eram mágicas. De noite se tornavam escuras como um breu, mas de dia era algo mais parecido com um véu. Deixava a luz entrar, mas não exageradamente. Claro que as janelas principais ficavam abertas sem nada interrompendo sua luz. — Pude ver que tudo foi mera imaginação minha, ele era tão comum quanto qualquer outro ser humano. Bom, ao menos eu ainda não consegui provar o contrário… Ainda.

— Eu vou te acompanhar até sua casa. Pegue o que deve lá, eu só vou uma única vez.

Ele pegou um terno, também preto, pendurado no cabideiro que havia na sala e o vestiu por cima da camisa.

— Dumbledore sabe que você está aqui. Eu dei a ele a localização e em breve receberemos sua visita.

Fiz que sim com a cabeça. 

Snape tirou uma caixinha comprida do bolso de sua calça e o pôs no bolso interno do terno.

Nós seguramos na chave e nos teletransportamos. Agora estávamos em Londres de novo.

— Vá na frente. — Severo disse. 

Ele sabia onde era minha casa, todos os membros da ordem sabiam onde eram as respectivas casas… O único que mantinha mistério era Snape, mas Dumbledore não parecia se incomodar com isso então ninguém retrucava.

Eu aparatei e Snape também. Peguei as minhas coisas e logo estávamos no castelo.

Aliás, aquela caixinha que ele guardou no terno era só outra chave. Chave essa que nos fez voltar para a casa dele de novo. Ou melhor, para o castelo dele.

O almoço estava quase pronto e eu resolvi tomar um banho.

O banheiro? Era enorme. Pedras verdes decoravam a maçaneta e todos os registros do local.  Uma banheira gigantesca ocupava o chão, a única vez que vi algo daquele tipo foi no banheiro dos monitores em Hogwarts.

O local tinha mármore que ornava com o preto e o verde dos detalhes. 

Tomei um banho relaxante e me vesti. Por um momento passou pela minha cabeça que eu era a coisa mais colorida naquele lugar.

Eu desci, Snape estava na sala. Essa era uma das poucas vezes que ficávamos juntos no mesmo lugar e mesmo assim estávamos distantes.

— Você parece saber mais sobre mim do que eu mesma. — Eu falei, puxando assunto.

Ele me olhou tedioso de repente.

— O que eu sei é que você é a herdeira de Merlin. 

— Como soube disso?

— O lorde das trevas sentiu, já falei. E Dumbledore confirmou.

— Uau, então quer dizer que o convite para a ordem não foi tão repentino assim? — O respondi.

— Exato. 

— Você sabe quem são meus pais? 

— Seus pais estão mortos, srta. A única coisa que precisa saber é que sua mãe tinha a magia de Merlin correndo pelas veias. Assim como você.