Mãos de Merlin.

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Após o jantar, Severus e Grace se arrumaram para dormir. O homem descansava a cabeça próximo aos seios dela, ainda não era meia noite. 

— Como andam suas dores, querido?

— Estão suportáveis… — Ele falou baixinho.

— Se precisar de alguma coisa, não deixe de me acordar…  

— Não se preocupe comigo, Grey. Eu estou muito melhor agora, querida. 

A mulher passou a fazer carinho nos longos cabelos do homem.

Não demorou muito para que Grace adormecesse, foi um dia cheio e cansativo. À meia noite Severus se levantou para começar sua transformação, ele tirou suas roupas, mesmo estando frio, e aguardou. Logo suas asas surgiram juntamente de suas garras, presas e todo o resto. A dor estava mais suportável agora, não era como antes que parecia fogo em brasa. 

Buscando maior confronto, ele fechou as asas e deitou de bruços na cama enquanto tentava controlar sua tremedeira. 

Às 5 da manhã Snape voltou ao normal de novo como sempre. Ele abraçou Grace e adormeceu rapidamente, sua transformação sempre o deixava fraco e com sono.

E foi assim que o terceiro dia terminou.

Grace acordou às 9 da manhã seguinte, ela se levantou, fez suas higienes e voltou para a cama com seu caderno de desenho em mãos.

A mulher deu um beijo na testa de Snape e começou a finalização do desenho que fez na biblioteca. Grace não gostava de deixar Severus sozinho na cama, ela queria aproveitar ao máximo, e essa foi uma forma que arranjou de passar o tempo. Não demorou muito para que terminasse aquele desenho e logo começasse outro usando a imagem do homem dormindo tranquilamente como referência.

A neve caia na janela e o lápis riscava a folha conforme o tempo passava. O relógio marcou 11:30 am e Severus acordou, Grace não percebeu de primeira já que estava concentrada.

— Bom dia, querida. — Ele disse com sua voz sonolenta, os olhos semiabertos.

Grace deu-lhe um beijo na bochecha.

— Bom dia, amor. — Ela disse animada. 

Severus, ainda nu, se sentou na cama encostando-se na cabeceira. 

— Então você está me desenhando de novo? — Ele perguntou com um pequeno sorriso de canto.

— É apenas a minha obra prima Renascentista: um deus grego. — Grace riu.

Severus, que não era de receber muitos elogios do tipo, ficou um pouco sem reação.

— ...Sou… apenas um mero capacho de uma certa Senhorita.  

— Sério? Fale mais sobre… — A mulher disse irônica.

— Só não digo que ela é mais bela do que Afrodite porque a amo demais para perdê-la. — Ele respondeu, parecia estar bem-humorado.

Grace o olhou rindo.

— Foi uma boa declaração, mas não sou tão assim… — Ela falava com bom humor.

— Como não? Eu queria que você pudesse enxergar a si mesma com meus olhos… Você é perfeita para mim.

Grace o beijou usando apenas os lábios.

— Mesmo que ainda não tenha escovado os dentes você estava merecendo um beijo.  — Ela disse. 

Severus deu um sorriso de canto, parecia satisfeito consigo mesmo. Fazer um elogio como aquele era uma conquista e tanto.

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