Um homem interessante.

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Cap 10

★"Um homem interessante."★

Narrador: 

Grace dormiu pensando no que Snape havia dito. 

Severo adentrou tarde em seu quarto, quase à meia noite. Seu corpo tremia. Ele tirou sua camisa e lançou um feitiço silenciador no quarto, ainda com o desenho que Grace fez em mãos. E então começou a se transformar.

Suas mãos e pernas começaram a se tornar negras, suas garras cresceram e seus olhos ficaram completamente escuros. A verdade é que essa transformação, além de monstruosa, doía muito. E ele sempre tinha de silenciar o quarto para que não corresse risco de alguém o ouvir enquanto aquilo acontecia. As partes de seu corpo que ficavam escuras feito carvão — Dos seus pés aos seus joelhos, seus braços e suas garras — queimavam como se o homem tivesse se enfiado em chamas. Seus olhos completamente tomados pelo breu davam-lhe dor de cabeças e tonturas. O corpo dele ainda não era adaptado para receber aquilo. Ele ainda era meio humano, então doía muito quando assumia aquela forma.

 Atualmente era mais fácil lidar com a dor, ele só não sabe se é porque seu corpo está se adaptando aos poucos ou se é porque ele se acostumou. Mesmo assim Snape tremia, sua respiração ficava forte, vez ou outra ele expressava o que sentia com sons traumáticos, seu corpo suava e às vezes a dor era tanta que lhe dava vontade de vomitar. Por sorte o castelo tinha muitos banheiros, e o quarto do homem era uma suíte. 

A verdade é que quando Snape se transforma ele não consegue dormir, fica dando voltas pelo quarto ou toma banhos gelados para melhorar a dor. Mas nada parece adiantar. 

Tudo isso só acaba quando o Sol nasce, às 5:00 da manhã. E é a partir desse horário que Snape consegue finalmente descansar.

Entendem agora o motivo de ele se levantar tão tarde nas férias de verão? Quando está em Hogwarts ele quase não dorme direito, aproveita as pausas e os finais de semana mas mesmo assim não é o suficiente. E mesmo que o sono funcione diferente para Snape, por conta de sua condição delicada, ele estava cansado. Ele era assim desde os seus 21 anos, agora tinha 36… O homem estava cansado, com sono, com dor e todos o usavam apenas. Nunca perguntavam se ele estava bem, se ele precisava de alguma coisa ou como ele se sentia. Mas Snape aceita isso, ele mesmo não se acha merecedor de tais mordomias.

Porém naquela noite ele tinha aquele desenho. Feito com lápis e esfumado. Na imagem ele mesmo de costas encarava, solitário, a janela. Snape o observava até o momento em que o aproximou de seu nariz e o cheirou. Não tinha cheiro só de grafite, carregava o cheiro de quem o fez junto. E com isso o homem conseguia imaginar inúmeros cenários. Sentir o cheiro do corpo nu da mulher, de seu pescoço, sua barriga, dos lábios dela e também de seu sangue. Imaginar-se explorando-a com suas mãos, seus dedos e com sua sua boca. 

Ele conseguia sentir a mulher nele, em suas asas e em seu corpo. O homem conseguia se ver em cima dela enquanto a mesma o encarava. O cheiro daquele desenho era a maior tentação que Snape enfrentava. Mas ele não podia. Ele não podia tê-la. Em todas reuniões que ia Dumbledore deixava bem claro o seu desprezo para com uma possível relação entre os dois. Seria como uma quebra de confiança e ele, como duplo espião, não podia fazer isso.

No dia seguinte ele acordou se lembrando de seus sonhos e nunca mais conseguiu olhar para Grace como antes. É fato que a mulher sempre lhe chamou atenção, mas ele pensava que fosse só pelo sangue. Porém, a verdade é que aqueles arrepios, que ele mentia não sentir, o perturbavam e não de um jeito ruim.

 Ele nunca tinha chegado a esse ponto de imaginar um cenário com ela, sempre parava quando pensava estar passando dos limites. E agora os limites foram passados.

Sweet Blood.Where stories live. Discover now